sábado, 15 de maio de 2010

A TRIBU'S

A TRIBU'S

ANTHONNY GUIMARÃES RAMOS
ROMANCE BRASILEIRO













Autor

Anthonny Guimarães Ramos
Direitos autorais reservados - Lei 9.160/98
Copyright; Anthonny G. Ramos.




















Gráfica e Editora Flora Sant Anna
Minas Gerais Brasil
Tonnypoeta





























Nota do autor

Neste romance, acrescentei criticas , crônicas e poesias que as compôs ao longo do oficio, deixo aos leitores, a saber, que se encontrarem algo parecido, será por mera e pura coincidência. É uma obra expressiva e de interesse dos mais restritos da literatura Brasileira. Quem me as de ler saberá entender do que retrato. Foi numas destas férias de junho passando horas a fio, que me vi sentado á beira duma lagoa na serra do Cipó, em que a tarde se fundia no tempo, conversando atento com um amigo de faculdade, após refletir, me levou a escrever sobre tal procedência literária. O acervo era riquíssimo. Seduziu minha mente atenta aos por menores da natureza. Pesquisei sobre os nativos da região, contaram-me várias historias das tribos que habitaram por aqui. Nada fiz a não ser acrescentar detalhes dos quais gostariam que fizessem parte deste cenário.

A Tribus é o retrato vivo da humanidade.














TERRITÓRIO APACHE
1969.
Minas Gerais
Brasil



A TRIBU’S




























“O desconhecido é invisível aos olhos humanos”

Antes mesmo de me deitar, senti uma forte dor de cabeça, a imagem de uma tribo distante assolava minha alma, tive um dia daqueles, na cidade havia estado um tanto turbulenta pra árdua tarefa no jornal, sou cronista do diário da tarde da minha cidade, hoje 12 de maio de 1969. Quando o general Emilio Garrastazu Médici chega á presidência da Republica. E comanda o período de maior repressão, marcando assim inúmeras prisões, torturas, exílios morte e desaparecimento de centenas de opositores. Há rebeldes que lutam em nome dos desaparecidos. É um país que esta no meio da lama do consumismo com uma divida interna e externa exorbitante.
No entanto, a ganância subia-lhes a cabeça. Por outro lado nem se falava em debate ou defesa indígena. Cada qual fazia seu território o que bem entendia.


Estamos em 17 de julho de 1969
Diário da Tarde.
Thomaz foi o escolhido por méritos de seus trabalhos prestados ao jornal, para acompanhar um grupo em um eco turismo a uns pesquisadores vindo de diversas partes do Brasil. Começo a receber visitas e as conduzo a sala de Thomaz, do qual ela faz maioria dos trabalhos do jornal. Eram ao todo, sete jovens estudantes. Passei umas duas horas de conversa sobre o que queriam saber, ou pesquisar.
Após as apresentações fiz-lhe um relato do que seria estar em plena sintonia com o desconhecido pra eles que é estar em plena mata virgem, onde existem muitos animais. Thomas é pessoa de alto gabarito pra este tipo de assunto. A fauna, a flora a intensa selva lhe atrai. Já conhecia a fama da serra do cipó.

A propósito, sou eu que vou ter o prazer de guiá-los á serra do cipó.
Podem de chamar de Thon.

Thon?
Thon o que?
Cruz? Rsrsr.

Que nada menina! Apenas Thon!

Uma mocinha de cabelos loiros e encaracolados se diz encantada em estar em Minas Gerais, era o sonho dela e de seu irmão Naninho. Ana Maya é seu nome. Vieram do Recife.
Também veio do Recife, a Leila, violinista. O Buyu, vindo da baixada Fluminense, um garoto de 14 anos, meio fofinho, moreno, cabeça raspada, um topete que chamava atenção. Por outro lado a Flor que se achava sentada ao meu lado observando tudo, era de São Paulo, trazia ternura nos olhos, traços finos, via-se que era de família classe media. Um outro jovem que chamava pra si as atenções era o Tibá São Paulo. Tinha um jeito de desajeitado, atrapalhando-se sempre nas perguntas, branco como a neve, cabelos loiros de corte rente à testa. Era típico de sua gente, filho de italiano, nascido no Brasil. O Zulu,
Interior do Rio de Janeiro, este era de ficar observando sem dar palpites algum, moreno aos extremos, parecia mais índio que... Bom deixa pra lá, ele teria as mesmas características de Thon, não fossem os cabelos de Thon embutidos dentro daquela boina que ele não tira por nada deste mundo. Thon se veste como um soldado florestal é uma pessoa de grande porte, altura de um gigante indígena, traços marcantes, típico da selva. Sua Historia de vida é contada pelo povo indígena como superioridade no assunto índio.

Thon! Leve-os ao alojamento.

Venham! Vou acomodá-los em seus alojamentos e assim que amanhecer trataremos dos preparativos.

Logo eles vão dormir em um aparte hotel que fica próximo dali.

Fiquem a vontade! Estes são os seus quartos.

Obrigado!

Disse Leila sorrindo com a brancura das paredes dos quartos.

Tenham uma boa noite e não se esqueçam! Levantem bem cedo.



CAVALGADA

O dia amanhece e lá estava Thon a espera dos seus estudantes.

Existem algumas regras das quais devo adverti-los! Não devemos nem mesmo nos aproximar da reserva indígena que fica ao setor norte da serra.
O índio que mesmo sendo amistosos, é bom não abusar.
A sabedoria deve ser nosso lema; sei que vocês não têm experiência em andar por trilhas, mas, fiquem tranqüilos! Vivo neste clima faz bem tempo! E os conduzirei com a alma de um índio. Vamos então?

Ok! Vamos ver o que nos espera.

Disse Anna Maya.

Garanto-lhes que será bem divertido. Estão todos aqui?

Sim!

Vamos então.

Depois disto;
Vou descrever através de um mapa da região, a nossa caminhada. Teremos aulas praticas do assunto durante o tempo em que estivermos juntos. O clima desta serra é variável, a noite faz frio, e durante o dia é quente, ou chovendo muito.
Primeiro vamos conhecer nosso acampamento, onde iremos ficar por enquanto, até que seja nos dado o sinal verde pra continuarmos.
Chegamos e lá esta ele. Vamos nos divertir um pouquinho.
Vamos precisar de todos vocês! As idéias são bem vindas não se apartem deste grupo pra nada!
Todos estão dispostos a colaborar? Espero que sim. A primeira coisa a fazer, é checar os equipamentos; vamos ver o que tem em suas mochilas.
Maya, como pediu que a chamasse, trás em seu olhar audacioso a beleza e o cheiro das terras nordestinas.
Thon se aproxima dela e fita-a nos olhos e sente algo gelar seu espírito. Maya tem os olhos cor de mel que mais parece uma daquelas mulheres judia. Os cabelos abaixo dos ombros lhes davam o ar de maturidade que seus vinte anos encobriam. É uma rapariga comportada. Abalou os brios de Thon.

Como esta Maya?

Bem! E você?
Vai nos levar para ver as cachoeiras, nadar nos rios, dormir ao relento? Caçar elefantes, onças e tigres? Rsrsr

Ele não se intimidou com a brincadeira.


Sim! Vamos fazer tudo isto que você diz menos caçar animais! Mas se quiser podemos contornar a serra e caçar e logo a baixo podem encontrar os animais dos qual você disse.
Mas é preciso ter muito cuidado! Fiquem atentos, é uma região perigosa! Conta-se que por lá existem tribos selvagem.

Muito selvagem?

Perguntou Tibá.

Sim!
E às vezes ficamos os turistas que se perderam na selva foram parar em seu poder.

São canibais?

Perguntou Leila.

Não acredito nisto! Provavelmente são vegetarianos.

E você? Fica rindo Maya?

Vê se enxerga guria!

Parem com isto!


Oras essa! Querendo mangar de mim?
Vê se eu lá tenho medo de índios fedorentos!

Senhores!
Acho melhor andarmos juntos! Para o seu próprio bem.
Precisamos de união neste momento em diante.


É capaz de me levar lá no alto daquela montanha sozinho Thon?

Mas... E os índios? Não tem medo?

Claro que tenho! Mas com você ao meu lado...

Tudo bem Maya! Onde você quiser... Iremos.

Hum! Este belo moreno com este corpo de atleta me seduz!
Se os índios fossem assim! Ai ai.

Pensando alto maninha?

Perguntou Naninho.

Que nada mano! Estava aqui testando meus dons naturais.

Olhe estamos chegando! É melhor nos apressarmos, senão chegaremos muito tarde.

Não tarde e;

Vejam! As cachoeiras!

São belas como nas revistas de turismo!
Disse flor. Como haviam me contado. Um paraíso dentro da selva.

A paisagem exuberante, magnífica se estendia por todos os lados. Eles ficam maravilhados com a natureza do lugar.

Vamos acampar aqui.
Amanha vamos começar a escalada pelas curvas da índia Sheynne.

Curva do que?

Da índia Sheynne. Não ouviu?

Thon!
Já estamos no paraíso?
Onde estão todos aqueles diamantes que me disseram ter aqui?

Olhe Maya, aqui não tem diamantes nenhum! Enganaram você.
Isto aqui, é apenas uma bacia do Grant cânion, é aqui que inicia a nossa jornada pela mata. Verão muitos espécimes de animais ferozes e animais silvestres. Nada de concreto, palpável deverá ser retirado daqui.

Sentaram um pouco pra descansarem;
A noite vem trazendo o frio e logo nossos amigos dormirão.


Dia 19 de junho

Tudo bem, quer lhes falar;
Vamos começar pelas mochilas as vistorias, antes de subirmos à montanha. Vejamos o que vocês têm neste momento. Trata-se apenas de uma rotineira vistoria.
Primeiro você Maya.

Thon vê que Maya não esta conseguindo abrir a mochila, se prontifica a fazê-lo.

Deixe-me! Eu mesma consigo abrir esta...

Calma menina! Tem crianças nos escutando!

Como disse?

Maya recua, mas sede depois. Tudo bem! Toma.

Apenas um absorvente nos atrapalhando menina!
Não se preocupe, estou acostumado com isto.
Outro dia tirei uma calcinha presa a uma destas mochilas modernas.

Maya fica vermelha de vergonha.
Mas ri da situação.

Maldita mochila! Pôxa me fez de trouxa e esta sempre me pregando
Uma e outra peça. Quando chegar a minha casa vai ver só! Vou por fogo nela! Ah se vou!
Obrigada meu gato.

Não há de que menina. Tem mais alguém com problemas?
Vamos todos a seus postos! Nada de ficar olhando para baixo! É muito escorregadio e não quero perder nenhum de vocês.

Aquilo era o começo duma de muitas historia da selva.
Maya, acostumada a ficar por detrás de escrivaninhas atendendo os operários da empresa onde trabalha sente que é o momento de se manter calma. Tudo era divertido.
Estamos no mês de julho e o inverno aqui é bastante nebuloso.
O vento balançava os cabelos de Maya. Aqueles belos cachos dourados. Era bom estar ali. Isto lhe dá aspecto de estar sempre em sintonia com a vida.


Uma observação pessoal; é provável que encontremos animais pelas trilhas! Não temam! Eu os conduzirei com segurança.
Eles caminham por horas de trilha em trilha, observando a paisagem das montanhas mineira. A noite estava por chegar, o sol já anunciara o final da tarde.

Vejam!
O como esta o céu! Vermelho se escondendo atrás das montanhas.

Ora flor!
Disse Maya;
Até parece que não conhece esta maravilha da natureza!


A serra do cipó é um aglomerado de cachoeiras e montanhas maravilhosas. Fiquemos por aqui meus amigos, vamos passar a noite nas encostas da montanha, próximo á cachoeira.


Gostei! É excitante. O perigo nos ronda! Sinto isto.
Desde que entramos na trilha lá atrás, percebi que algo nos espionava,acho que estamos sendo seguidos.

Deixe disto Zulu!
Aqui esta uma calmaria e não estou vendo o porquê de tanto espanto!
Já vistes aqui antes?

Como assim?
Deixa estar Tibá!
Tem uma parte minha enterrada nesta terra.
Mas esta noite não vou dormir sozinho, depois não diga que deixei de avisar.

Dia 20 de junho

A noite passa sem nenhum desastre.

Amanhece um dia ensolarado, nossos amigos aproveitam pra mergulhar na cachoeira.
Maya era o assunto do momento;

Vejam como nada a flor! Parece mais um machado sem cabo!
Rsrsrsr.

Esta Maya, não toma jeito mesmo!

Peço-lhes atenção pra que não saiam fora de cinqüenta metros do acampamento. Assim fica mais fácil de encontrá-los.
Tudo bem?

Tudo bem!
Responderam eles.

Era preciso avisá-los, pois ali por perto o perigo rondava o acampamento.
Tudo era possível de acontecer.






ATAQUE DAS FORMIGAS

21 de junho

Acho melhor fazer uma boquinha! Não agüento mais de fome.

Este guri esta sempre com fome!

Disse Maya!

Buyu sentou á uma pedra, comeu seu lanche enquanto era observado por Thon. Acontece que Buyu é mesmo o típico comilão, nada chegava pra ele.

Como pra tropa inteira!

Disse Leila sorrindo.
É melhor guardar algo pra um eventual caso Buyu.

Pra que? Se neste fim de mundo nada acontece!
Quer saber a verdade?
Estou achando esta expedição um saco! Sem aventura, sem entusiasmo! Nada de novo.


Oras... Pare de tagarelar seu fedelho duma figa!

O que disse? Sua...

Maya ria sem parar da situação de Buyu.
Neste momento ele engasga com um pedaço de sanduíche.

Rsrsrsr.... Rsrsrsr
Ela sorri do pobre coitado.

Veja o que fez sua...

Sua a que gordinho?? Olhe lá o que vai dizer!

Sua menina maluquinha! Rsrsr... rsrsr

Prestem atenção onde pisam! Este lugar é cheio de....

Socorro! Socorro... Alguém me ajude. Acudam-me.

Thon chega correndo.
O que foi Buyu?

Alguma coisa nas... Minhas calças! Tira... Tiraaaa.

Tenha calma, já tiro elas daqui1.

Elas? O que?

As formigas africanas.

E são bravas! Dizem que elas começam andando pelo corpo e depois...

Depois??

Ele não espera pra saber o resultado, sai numa correria sem parar. O pobre diabo sai em busca de água pra aliviar seu problema.

Espere! Não faça isto, pode ser que...

Não adiantou o aviso.
Buyu se precipita no abismo adiante.

Nossa! Ele desceu aquela ribanceira feita louco!

Falou Maya.

Não desceu Maya! Caiu.

Cruz credo! Então ele se machucou?
Vamos ver.
Buyuuuuuu!! Onde esta você?

Por um instante o silencio toma conta deles,

Gritam desesperados;

Cadê você???

Aqui em baixo.

Nossa!
Disse naninho ao vê buyu caído e enroscado numa arvore no penhasco.

Machucou-se buyuzinho?

Que nada flor! Apenas me parece ter quebrado...

Espere!! Não se mecha, vou pega-lo.

Disse Thon.

Calma que já lhe tiro desta.
Vou só pegar uma corda e volto em seguida.

E as formigas?

Perguntou Maya.

Sei lá! Acho que sumiram!

Olhe Buyu, estou descendo pra pegar você.

Thon, ele quebrou alguma coisa?

Não sei!...Ele havia dito que quebrou... No mínimo alguma costela, ou a perna! A esta altura é possível.


Vai fazer respiração boca - aboca nele? Rsrsr...

Se for preciso, sim.

Pegou a corda e amarrou-a numa arvore, descendo em seguida.
Aquele pobre garoto estava por um fio de cair de vez no penhasco.

Buyu, não se mecha agora!
Pronto! Onde quebrou?

Lugar nenhum!

O que disse?
Lugar nenhum.

Como assim? Na dica de nada?

Apenas a minha caneta de estimação se quebrou.

Foi isto? Oras essa!
Ainda bem.

O que pensou que era Thon?

Nada! Deixa pra lá.

Esta tudo bem ai?

Sim!

Onde foi que quebrou?

Não quebrou nada no corpo! Somente uma caneta.





Êta gordinho duro na queda! Rsrsrsr
A gordura amorteceu a queda.

Thon sobe com Buyu.

Pronto!! Agora esta tudo bem.

Todos ficaram assustados com o acontecido.

Pessoal, depois desta é melhor tomarmos cuidado.
Vamos continuar nossa caminhada.

Passaram-se horas e Thon prepara para partir com o grupo rumo ás montanhas pela trilha norte.





Capítulo 3

DIA 22 DE JUNHO

Vamos pegar a trilha das capivaras pessoal.
Seguido depois pela encosta dos veadeiros, depois a do lobo guará.
Tão logo chegaremos ao sopé da montanha.


Depois de andar varias horas, chegam perto duma clareira escondida entre as folhagens. O ar puro da natureza, o cantar dos pássaros, as folhas caindo com a brisa. Isto é mágico!


Bom! Vou pegar uma destas rosas aqui...

Pairava uma linda flor numa roseira que chamou atenção de Maya, era uma flor amarela de pétalas diversificadas, era diferente, muito linda. Maya se aproxima e...

Espere!
Pode ser perigoso!

Disse Thon seguindo-a com o olhar de preocupado sua amiga.

Deixe-me ver o que tem por trás desta roseira!
Era o que temia você quase não cai lá embaixo. As plantas encobriram o precipício.
Venha ver Maya.

Nossa!!
Um buracão!Quase não me mato por causa duma...

Duma flor Maya, que na verdade nada tem com isto! Ela não pediu pra nascer bem aqui neste lugar. Mas é nativa daqui.
Não é mesmo Thon?

Verdade Leila.
Nem mesmo as plantas escolhem aonde deve ou não nascer!
Nesta época do ano, elas florescem e dão este colorido na natureza.
É uma orquídea.

Ela poderia ter te custado à vida! Não fosse o Thon intervir!
Tome cuidado Maya.

Disse Naninho, irmão de Maya.

Ta bom!
Vou tomar cuidado!

Quase vira comida das onças lá em baixo.

Mas... Não disse que não tem onças elefantes e...

Eu disse que não havia estes animais por aqui, mas nada referi ao fundo dos abismos de onde algumas vezes eles sobem pra caçar.
Onde a vida selvagem reina dia e noite. Foge do meu controle.
Vamos embora pessoal. Leila fique pertinho de mim.

Este bem amor! Vou estar grudadinha em você.

Às vezes Leila exagerava um pouco! Era recomendada de uma amiga de Thon, Leila havia passado de ano na faculdade de fisioterapia, e de premio ganhou esta viagem.
Eles resolvem sair daquele lugar.

















Capitulo 4

DIA 23 DE JUNHO

Quatro horas da tarde...
Enquanto os rastros ficavam para trás a subida estava deixando nossos turistas de cabelos em pé, A vegetação escondia o inesperado.

Que cheiro horrível!
Buyu, você soltou um pum?
Rsrsrsr

Essa Maya não toma jeito mesmo!

Todos riram dele.

Sei não menina! Sei não.
Não foi você?
Faz bem tempo que não toma banho mesmo?
No Recife não tem água?

Olhe que...

Olhe que o que menina doida?
Vai querer?

Disse ele irritando Maya.

Parem com isto!

Disse Thon.

Podem parar de rir um pouco?
Acho mesmo que alguém tem razão aqui! Existe um odor enorme no ar.

Esperem!
Zulu tem razão.
Vejam! Bem ali no caminho.

Todos ficam de bocas abertas ao verem uma carcaça de animal estirada no meio da trilha.

Aproxime devagar... Não se sabe o que vem por ai.

Disse Thon.

Algum animal esteve aqui poucas horas, vejam os rastros! Eles seguem a trilha, subindo para as cavernas.
Aqui não é bom lugar pra nós; neste momento estamos correndo risco de vida.

Thon... Tira a gente daqui! Tenho medo.
Ouvi dizer que os animais sempre voltam ao local onde deixou a caça

Disse Leila.

É verdade Leila;
É melhor nos apressarmos.
Vamos por outro lado da montanha.

Não se aflija Maya! Nada de mal irá lhe acontecer. Seu irmão aqui
Estará de olhos bem abertos.

Thon... Veja estas pegadas aqui! Parece que estamos sendo rastreados!

Tenha calma! Não é motivo pra desespero.
É mesmo uma onça e das grandes! Temos que nos proteger e rápido.
Todos juntos. Atenção homens; trouxe algumas armas e...

Armas? De verdade?

Perguntou Naninho. Onde estão?

Aqui! Sabe atirar?

Tenho algumas horas de tiro! Não Maya?

É sim! Meu irmão é um exímio matar de onças, e,

Pare com isto Maya! Este seu irmão nunca pegou numa arma antes, quanto mais... Ser ”Um matador”.

Cada qual se arma se um rifle, e depois sobem numa árvore. Thon leva também uma faca. Acha melhor dividir as mulheres com os rapazes, cada qual assumia uma parte da responsabilidade.

Defendam homens!

Aquilo tudo parecia filme de aventura, era de se esperar! Ultimamente os animais estão mais ferozes, existem uns que até resolve ir pra cidade grande, ou aos arredores á procura de caça.

Por ali bem perto...
Um urro assola a selva quando a noite começa a chegar e,

Calma gente! Calma, calma. Fiquem quietos e não se movam!

Mas Thon...

Disse Zulu.

Como ficar ali... Maya se descabela!

Ela esta chegando perto!
Olha lá a onça!

Thon que estava escondido atrás dos arbustos sente que à hora de atacar estava perto. Ele a vê! E pensa;
É uma onça pequena e velha, não nos faria mal algum. Vou me aproximar e...

De repente a onça ouve o barulho de mato se quebrando e ataca;

Thon atira na onça, ela cai para trás se movendo o tempo todo.
Ela se levanta novamente e parte pra cima de Thon que estava distraído quando estava voltando pra pegar a mochila que ficou no meio dos arbustos.

Maya solta um grito e;
Thon se atira pra cima da onça como uma fera defendendo seus filhotes.
Desfere alguns golpes e ela cai sem vida rolando com Thon no meio do mato. Passa uns segundos, o silencio toma conta de todos.

Thon!!!!

Leila começa a chorar, bate um desespero na turma pensando no pior.
Mas Thon sai arrastando o felino.

Nossa!! Ele matou a onça!
Exclamou Zulu que estava no ultimo galho da arvore, onde estavam os outros amigos também. A bem da verdade, eles não estavam acostumados com situação assim.

Olhe pessoal! É apenas uma velha onça.

Você nos salvou! Meu herói!

Olhe Maya! Aqui é normal este tipo de coisas acontecer! Foi o que lhe falei.
Existem animais selvagens por aqui, onde não tenho controle sobre eles. Mas existem outros mais ferozes que esta daqui! Precisamos tomar cuidado.
Vamos continuar nossa jornada. Estamos nos aproximando numa das nossas maravilhas, vir aqui e não conhecer a lagoa da índia Shaynne e não vir aqui. Vamos acampar próximo daqui, passar a noite e depois do amanhecer vamos conhecer esta maravilha. Fica a umas duas horas daqui.












































































































































Dia 24 de junho
CAP; 5


A lagoa encantada.

Seis horas da manha;
O dia começa o sol aparece brilhante trazendo um calor intenso.

Naninho estava já ansioso pra conhecer a lagoa de Shaynne.
Era hora de arejar a mente, esticar o corpo cansado de dormir naqueles sacos de dormir. Leila se aproxima de Maya e fala sobre a amiga flor.

Acho que a flor esta doente! Pareceu-me chorando a noite!

Será amiga?

Acho que sim!

Talvez sejam as saudades de casa, ou de algum namorado que ficou na sua cidade.

Não é bom perguntar?

Não! Deixe que se for algo grave, ela nos conta depois.

Tudo bem então!

Depois de reunir todos, Thon os leva a tão esperada lagoa.

Olhem! Estamos chegando à lagoa! Quero que fiquem aqui por enquanto!
Vou averiguar, antes de nos aproximar.

Esta bem! Ficaremos comportados, mas não demore viu?

Tudo bem Maya. Volto logo.

Thon chega à lagoa e...
Uma índia estava se banhando debaixo duma pequena cachoeira que formava a lagoa da índia Shaynne.

Será que...
É possível o que vejo?
Shaynne?

Thon fica escondido atrás do mato observando tudo.
Com certeza uma imagem de vislumbra mento. Uma índia vestida apenas com uma tanga de pele de onça, tomava seu costumeiro banho matinal, ao lado dela, outras índias faziam-lhe a corte.
Não dava pra ver direito, mas seria umas oito ou nove.
Shaynne é a filha do cacique da tribus de apache, existentes na região.
Incomparável beleza! Assim descrevo esta mulher. Voluptuosamente tomando seu banho, um banho de rosas vermelhas espalhadas pela lagoa. Era de deixar qualquer ser humano de queixo caído. Uma forma sexualmente incrível, esguia, rosto pintado de varias cores, parecia estar em pé de guerra.
Um colar de perola adornava aquele corpo selvagem. Diziam às lendas que, Sheynne é uma guerreira de renome indiscutível, nada lhe metia medo.
Thon admira-a com ternura, fica encantado com sua destreza no banhar.
Ele a descreve em seus pensamentos;

É Shaynne, como cresceu! Não havia reconhecido! Faz tempo não a vejo! A ultima vez em que aqui estive, pensei que ela havia morrido.


Thon não contentou em ficar olhando de longe, aproximou um pouco mais.
Ele percebe que por ali estavam mais outros índios as espreitas, fazendo sua guarda pessoal.
As índias lhes davam banho e enfeitavam seus longos cabelos pretos.
Por um momento ela olhou rumo a Thon, viu algo se movendo por trás da moita e finge não ver nada. Aproveitou pra exibir seu corpaço freneticamente em seu banho costume, deixando seu admirador sem fôlego. Mas ele percebe que ela o havia visto. Saiu sorrateiramente.

Será que ela me viu? Pensou consigo.


Aguardem o próximo capitulo 6




Era preciso sair imediatamente daquele lugar! Seus amigos estavam correndo riscos de vida.
Era preciso sair imediatamente daquele lugar! Pois estavam correndo risco de vida.
Thon chega ao local onde deixara seus amigos e os alerta sobre o acontecimento.

Estamos numa situação um tanto complicada! A nossa frente, existe uma barreira enorme. Encontrei na lagoa alguns índios tomando banho, e acho melhor darmos volta e sair deste lugar, o mais rápido possível.

- O que??? Vamos ter de cortar caminho por causa de uns indiozinhos? Olha aqui seu...

- Seu o que Maya?
Conheço-os o bastante pra saber o que estou fazendo.
Alguém tem alguma duvida?
Ou querem ficar pra ver o que acontece?


- É um caso urgente!

- Urgente??
Que raios de caso urgente podes ter homem?

- Calma menina!
Vamos por etapa.
Temos a nossa frente vários índios acampados, e são perigosos.
A principio achei que poderia ser hostis, mas os conhecendo bem como eu, não são. É provável que nos persigam por causa da pessoa que fazem guarda e...

- E...??

- É a índia Shaynne que lhes falei.

- Mas que mal uma indiazinha pode nos fazer?

- Ela não!...
Mas os seus índios. Quer perder seu escalpo Maya?

- Escalpo??
Minha cabeleira loira e cacheada??
Nana nina não!
São mesmo caçadores de cabeça?

- Não Maya! Nada disto, mas devemos nos manter a distancia, pra qualquer eventual caso.

- Tudo bem então! A Leila, o Naninho e o Buyu estão mesmo precisando fazer um Cooper.

- Então vamos!
Temos de fazer um atalho numa trilha aqui e outra ali, sei que vai nos tomar um bom tempo, mas... É o melhor meio. É nossa única esperança de chegarmos ilesos no topo da montanha do travessão. Ficam apenas trinta e cinco quilômetros da cidade maias próxima, e é um excelente lugar para se divertir e pesquisar. Á propósito... A Flor já fez as fotos de suas borboletas?

- Estou quase terminando amor! A Maya e Leila estão me ajudando, e o quando encontro de plantas das quais elas estão estudando, tiro fotos, e colho semente.

- Sabem duma coisa??

Disse Maya.

- Quando sairmos daqui, vou inventar um perfume relacionado com tudo isto aqui!
Mágico, fantástico, exótico, lindo. Talvez fique até milionária.
São “detalhes que fazem diferenças”, as sementes das quais colhemos, muitas delas são afrodisíacas. No mercado logístico existem estes atrativos. Encontrei aqui uma
“Impatiens hawkeri, é o que muitos a chamam de ‘Beijo dobrado”! Linda como um beijo ao dobro. E outro como Amor perfeito. Pois com amor a vida torna-se mais bela.


- Hum! Quanta pretensão desta loira aguada!

- Loira a que?

- Nada Maya! Só estava pensando alto. Rsrsr rsrsr.

- Esta bem Leila! Vou fingir que não ouvi.

- Estas garotas vivem brigando!

Disse Buyu.


- Tudo bem! Sabe que vou te levar a um lugar, maravilhoso, existem varias espécimes que os homens jamais viram na face da terra.

- Hum! Estou começando a ficar com ciúmes!

Disse Maya toda assanhada.

- Eu preciso aproveitar o potencial natural desta natureza! Mas pra isto devo me desdobrar em dois, ou mais.

Disse Leila ao se referir a biodiversidade existente no lugar.

- Aqui é o paraíso do mundo!
Não sei como as pessoas ainda querem destruir o que de mais lindo neste mundo que é a natureza! Querem desviar o leito do rio São Francisco e outros mais sem saber se a natureza quer isto. Desmatam prejudicando os animais, ou acabar com as lagoas! O homem faz de tudo pra destruir o que Deus lhes deu. É o que tenho visto nos jornais, nos meios de comunicação. Luto pela conservação daquilo que é direito.

- Quanto aos índios...

- Raios de índios fajutos!

Disse Maya.

- Tenha paciência menina!
Não posso ariscar nossas vidas assim!
Estes índios estão armados até os dentes e...
Talvez estejam somente caçando animais! Pode ser pra se defenderem! Aqui o perigo é eminente. E a mando do cacique pata de leão, pode ser isto.

- Imagine eu, charmosa, pele aveludada sendo acariciada por um índio destes?
Estou ficando excitada com isto, o que era de esperar esta acontecendo muito mais.

- Pode ir parando por ai menina!
Já tenho muitos problemas por aqui. Rsrsrsr rsrsr.
Vamos embora.

- Quero ver1

Disse Maya.

- Quero ver um índio de verdade! Deixe-me vê-lo agora?

- Olhe Maya, depois te mostro um guerreiro de verdade.

- Mostra-me um índio mesmo?
Posso esperar em você?

- Pode, mas...
Fique perto de mim.

- Ãhâ! Esta bem meu...

Ele sorri com o entusiasmo de Maya.

- Oh!...
Lá vem ela de novo!

Disse Zulu. Em seguida Thon resolve tomar as rédeas do assunto;

- Pessoal, olhem só!
Quero todos armados com facas, facões e um rifle! Defendam-se.
Não se sabe o que vamos encontrar pelo caminho agora. Nada sei destas bandas!
Desviamos demais nossas rotas.

- Nossa! Estou ficando com medo desta expedição!
Tudo estava tão quieto e de repente fica tumultuado.

- Oras meu amigo Tibá, quem esta na chuva é pra si molhar mesmo.
Quer voltar?


- Quem eu? Ta brincando? Rsrsr rsrsr.

- Pois é, vamos embora deste lugar, estamos perdendo muito tempo.










Águia selvagem a lenda da Tribus, um dia sumiu no meio da mata e nunca mais voltou pra requerer seu trono das mãos dos curandeiros das tribos.
Estando chegando a uma clareira, eles resolvem que parar é o melhor negocio. O circuito nacional oferece maiores detalhes da caminhada, durante o tempo em que se caminha, paramos às vezes pra algumas anotações de nossos estudantes. A propósito eles vieram aqui pra isto. Maya que esta se formando em química acredita que a mata é o melhor lugar pra este tipo de estudos! Pois se no laboratório da faculdade é isto mesmo que estudam. Assuntos de costumes indígenas ou coisa mais, Thon é mestre nisto.
Tanto que para aproveitar o potencial de seu trabalho tem sempre em mãos uma ou outra de seus materiais pra um eventual caso. Como esta sempre dizendo.
Eles montam guarda na hora de dormirem.
Primeiro Thon, depois Tibá, e por ultimo, Naninho irmão de Maya.
À noite parece tranqüila! Os vaga-lumes desfilam iluminando a noite com seus luzeiros minúsculos. É o típico programa que é gratificante para o homem.
Naninho esta estudando designer acredita que pra seu subconsciente encontrará o que tanto busca no clima do lugar. Ganhou esta viagem das mãos de sua mãe a senhora Isnyd. Pra ganhar esta viagem, ele teve de estudar muito. É o tipo calado, observador, é o mais pensador da turma. Por ser homem, dona Isnyd, deu-lhe a tarefa de levar sua irmã sem nenhum arranhão pra casa no Recife.
Amanhece o dia. Thon desapareceu no mato, e todos ficam preocupados.

- Onde esta Thon?
Era a pergunta da hora matinal... Onde esta Thon?

- Olhe bichinho! Nada sei! Ele estava aqui agorinha mesmo!

Disse Naninho.

- Vamos procurá-lo!

- Acho melhor não!
Deve estar aqui por perto e...

- Esperam alguns minutos e a preocupação vem à tona.

- E se um animal o pegou? O que será de nós aqui neste fim de mundo?

Preocupou Leila.

Maya vai atrás dele.
O encontra no alto duma montanha.
Com o olhar distante, parecia estar procurando algo.
Ela se aproxima dele e;

- Oi, tudo bem?
Precisa de alguma coisa meu gigante?

- Maya? O que faz aqui?

- Posso sentar-me aqui?
O que tem você meu amigo? Sumiu e nos deixou apavorados.
Está pensativo!
Procurando algo?

- Nada não Maya!
Apenas me concentrando.
Pôxa! Quantas perguntas? Pode sentar-se! Mas fique caladinha.

- Âhâ! Vou ficar.
O que esta vendo? Diga-me?

Ficar perto de Maya sem lhe dar atenção, era tarefa impossível! Pergunta sobre tudo.

- Repouso minha alma no silencio dos meus ancestrais.

- Ancestrais?
Aqui? No meio deste mato?
Bichinho acha que tu não esta batendo das idéias?

- Não é isto Maya.
Aqui é minha casa.
O céu, as nuvens, os animais! Tudo isto faz parte de meu passado.
Tupã vai pedir conta de tudo isto ao homem branco que anda desmatando, e destruindo os seres vivos daqui.
Os rios estão sendo poluídos por homens brancos! Até aqui já se vê com clareza as conseqüências do mal que faz o homem a natureza.
Preservo o que posso.

Thon fala da natureza, seus olhos brilham, e o coração bate forte cravado no seio da selva.
Maya lhe pergunta sobre seus pais.
Ela nada diz. Pergunta sobre namoradas, fica calado só observando.
A selva é sua morada.

- Tu amas mesmo isto daqui em?

- Sim! Muitas luas viveram aqui meus ancestrais.
Conhece tanto isto aqui... Você pode me mostrar o índio então?
Moras aqui? Ou já morou?

- Quantas perguntas minha loirinha!
Esta bem! Disse-lhe que mostraria o índio?

- Sim!
Quero saber pôxa!

- O momento não é oportuno! Direi outra hora.

- Achas que estamos perdidos aqui?

- Ainda não! Águia selvagem vai lhes tirar daqui!

- Quem? Águia o que?

- Desculpe-me menina!
Queria que lhe mostrasse um índio?

Thon tira a boina que cobria os cabelos e eles caem pelos ombros largos, uma tatuagem de uma águia no peito. É um verdadeiro índio selvagem.

- Eis me aqui!
Águia Selvagem, Filho de Luz do Sol e Pena branca, chefe da tribo apache.

- Então?? Você é um índio de verdade?

- Sim Maya! Sou, nasci entre as folhagens desta selva,
Depois fui embora pra cidade grande.

- Mas nada digas a ninguém, pois poderá correr perigo maior.
Vamos embora depois te conto mais.

- Esta bem! Meu índio cheiroso.

- Cheiroso?
Há poucas horas disse que...

- Deixa pra lá.

- Vem comigo, temos muito que fazer.

Thon tira da sua mochila um mapa da região, onde eles estão acampados e os passos a serem dados dali por diante.

- Temos que caminhar tudo isto?

Perguntou Maya.

- Claro que não Maya!
Vamos falar com os outros pra saber se eles estão dispostos a continuar.

- Bom pessoal, depois de averiguar nossa situação! Apesar de termos comida pra vários dias, isto não nos impede de ficar ou continuarmos as pesquisas.
Leio e me informo, estou aqui pra pesquisar e levar ao laboratório todo tipo de analise possível.

Disse Tibá. Seu pai tem uma empresa de sabonetes e uma distribuidora de nome internacional.
A família de Buyu que tem uma loja de produtos naturais, ele imagina encontrar algo que lhe possa ser útil pra incrementar seu oficio. A fauna e flora por aqui, são ricas, O solo onde esta pisando é sagrado pelos índios.

- Sabe Thon! Faz tempo não caminhava tanto assim!

- Quer ficar e ser comida de onçinhas?
Ou andar um pouquinho?

- Estou mesmo precisando fazer um Cooper!
Faz parte de meu cotidiano.

- Vamos então?

- Âhâ!
Olhe isto esta me cansando a beleza, ter mesmo que subir tudo isto ai na frente? Sou uma menina da cidade e...

- Pode parar por ai menina! Quer que te leve no colo?

- Se possível sim!
Rsrsrsr.

- É mais... Não vai dar mesmo!
Disse Thon.

- Não agüentaria mesmo subir esta serra com um peso... A tira colo.

Disse Thon.

- To gordinha to? Rsrsr.

Disse sorrindo pelos cantos da boca.

- Não esta gordinha! É que a subida é puxada mesmo!
E a trila a seguir se conseguirmos caminhar com nossas próprias pernas já é meio caminho andado.
Que diacho de trilha é esta que...
Não da pra contornar?

- Tenha calma menina!

Disse Tibá.

- A cabeça da serra é o ponto final de tudo isto! É o que espero.

- Vejam! Uma cabeça desenhada no chão!

- É a indicação de que a trilha a seguir é muito importante ou que existe perigo.

- Engana-me que gosto! Esta trilha deve de ser mais uma aonde vai dar em um daqueles penhascos lá atrás.
Rsrsr.

Disse Leila.

-Silencio! Ouçam os pássaros, parecem assustados!

- Pessoal, é melhor nos apressarmos. De mãos dadas que pra que não caiam lá embaixo.

Dizendo isto Thon segue as rédeas do destino que os espera.
Andam por meia hora numa trilha insegura, cheia de pedras, e muito mato.
Quando...

- O que é aquilo no meio do caminho? Vindo na nossa direção.

Thon fala baixinho;

- É uma onça.

- Onça?
Meu Deus do céu! Isto esta ficando um perigo!

- Por tupã! Uma jaguatirica!
Todos a posto! Ela ainda não nos viu. Entremos na gruta pra nos defendermos.
E não olhem para o animal!

Eles entram na caverna a frente e Thon pede pra que eles vão para o fundo da caverna.
E aconteça o que acontecer, fiquem por lá.
Ele se Poe frente da caverna com um rifle a espera da possível ameaça.
Nisto ela sente o cheiro da presa. Naninho que estava no fundo da caverna, resolve ir ver o que estava acontecendo. Não queria ver o amigo se sacrificar por eles. O animal preparava o ataque, quando Naninho chega...
Thon se vira pra dar atenção ao amigo, o animal ataca;

- Cuidado!

Alertando o amigo quando virava sentido a ele, baixou a guarda.
E ele atira.
Pum, pum. Thon cai para o lado depois olha para trás vê o animal despencar pelo abismo na frente dele.

- Você salvou vida de águia selvagem!

- Águia o que?

- Deixa pra lá. Nada não.

Tibá assustado com o tiro vem em socorro aos amigos. Vê que estão comentando o acontecido.
Foi pura sorte meu amigo! Estava sem ângulo, mas era o seu dia de sorte.
A espingarda estava com o cano quente, soltando fumaça.
Maya se aproxima e pergunta onde estava a oncinha.

- A onça jaz no abismo, Naninho a matou. Disse Tibá.

Meu irmão? Eu já sabia, ele é um exímio atirador e..

- Pode parar por ai menina.

Disse Tibá.
Thon fala do acontecido;

- Não fosse seu irmão, eu estaria agora visitando a casa de Tupã.

- Por que diz estas palavras?

Perguntou Naninho.

- São falas de índio!
Acaso é índio?

- Sou águia Selvagem.
Você não queria ver um índio?
Eis aqui, mas nada diga as pessoas.
Meu nome é águia Selvagem. Filho de Pena Branca e Luz do Sol.
Nasci aqui neste lugar.

- E seus pais? Onde estão eles?

- Meu pai é morto! Foi assassinado pelo curandeiro da tribo e minha mãe esta perdida na selva! Não consegui encontrá-la até o exato momento. Procurei-a por todos os lugares possíveis. Talvez algum animal a tenha comido. Não sei mais o que pensar.

- Quem sabe a encontramos agora?
Tenho sorte em encontrar pessoas.

- Quem sabe Maya! Quem sabe.
Quanto ao seu irmão, aproxime-se menino! Tenho um presente pra você.

Thon tira do pescoço um colar e o entrega a Naninho.
Esta é uma amostra de sua bravura. Ele lhe protegerá nas horas em que encontrar com algum selvagem pelo caminho.
No colar havia um medalhão timbrado uma águia. Era um símbolo de amizade que Thon dedicava a quem lhe era amigo.
Ao tirar a camisa pra ver se tinha sido arranhado pelo felino Maya que estava observado vê uma águia desenhada no peito de Thon e pergunta.

- Você... Tem uma tatuagem igual a do medalhão? Por quê? Falou pra Naninho que você e....

- Sim! Não tive outra alternativa! Ele me salvou a vida.

- É a maneira que encontrei de eternizar o presente que meu pai me deu quando criança.
Eu também o havia salvado de uma fera, era uma cobra, ela enrolava meu pai que estava distraído caçando no mato. Atirei uma flecha na cabeça dela quando esta iria engolir meu pai. Anos mais tarde, um curandeiro fez uma armadilha pra meu pai e o matou pelas costas.

- Como sabe que foi ele?

Perguntou Maya.
Eu senti o cheiro dele por perto! Inconfundível, deixei meu pai caído, quando percebi que era morto ele, e segui a trilha da qual me levou ao curandeiro.
Fui expulso dias depois, vindo parar na cidade grande.

- E seu povo?

- Acho que pensaram que morri!
Dei-lhe este presente por merecedor que é.

Leila se aproxima de Thon;

-Thon estou morrendo!

- O que? Que disse menina?

- Estou me sentindo fraca e...

Ela cai ao chão.
Maya se aproxima pra acudí-la.
Thon a pega no colo e a leva pra dentro da caverna.

- É febre! Aqui na selva tem muito disto!
Mas fiquem tranqüilos! Tenho ervas comigo que vai ajudar Leila. Esta doença mata?

- Não Maya! Trás alucinações e acelera o coração! Mas ervas que vou lhe dar, tirará mau espírito de dentro dela.

Thon retira da mochila o remédio, depois o molha, esfrega-o com vontade, e o dá a Leila.
Depois pede que Maya fique com ela. Disse também que levará algumas horas para que ela fique boa.

- Olhe! Se quiserem, eu fico com ela e...

- Nada disto Maya! Vamos todos juntos.

- Esta bem!

- Diz aos ouvidos de Thon;

- Meu índio. Rsrsrsr.

Maya pega um saco de dormir e coloca Leila deitada e fica de guarda.
Ela vai ficar fora de si por uns tempos, mas a gente não tem pressa mesmo.

- É ruim isto que lhe deu? Rsrsrsr.

- É ruim, mas...

- Mas o que pergunta Maya. Isto é veneno?

- Não Maya!
É uma erva que índios usam pra afugentar maus espíritos. As dores do fogo vêm e vão embora quando tomamos esta erva.



Eles ficam na caverna por muito tempo.
Tomam banho de cachoeira, bebem água de coco.
Pescam e se divertem.
Dizem a lendária tribo, que águia Selvagem em noites de lua cheia, surgira pra sentar no trono de chefe, onde seu pai reinou por muitas eras. A tribo esta sem chefe, quem esta no comando, e precariamente, é o curandeiro. A tribo chora seu filho águia Selvagem.
A noite cai.


A seguir capitulo...
7
















Amanhece o dia, esta nublada, a vegetação úmida trás o vento frio.
Por ali dava pra se ver vários pássaros e animais silvestres. Thon resolve sair pra meditar.

- Espere! Deixe-me ir com você.

Pediu Maya.

- Tenho que ir só! Vou falar com meus ancestrais.

Águia Selvagem se encontra no alto duma montanha. A paisagem se mostra uma beleza incalculável. Um verdadeiro paraíso. As flores desabrochando, o verde da selva invadia o lugar. De onde Thon estava, dava pra se ver o horizonte cercado de montanhas.
Por ali, ele fica até que adormece. E passados um bom tempo, uma índia vestida de uma tanga de pele de leopardo, com os seios cobertos apenas com pouco de penas coloridas se aproxima dele e começa a farejá-lo. Fica imóvel, olhou-a nos olhos.
Ela o observa atentamente.
Farejava como a um cão de caça.
O destemido Águia Selvagem não se sente ameaçado! Era costume de sua tribo agir desta maneira, deixou-se levar pelos costumes.
Mas a índia queria muito mais. Ela sentou sobre ele, prendeu-o com as cochas. Ele suou frio. Depois ela deitou em cima dele! Uma lagrima rolou. Depois fez uma manobra meio brusca, rasgou-lhe a camisa com uma faca, vendo o que procurava, saiu em disparada pela selva.

- Águia Selvagem...

- Quem me chamou? Pai??
É você? Paiiii.

- Sim, mas apenas meu espírito é que esta com você águia Selvagem.

- Como isto é possível?
Você esta...

- Filho ouça-me! Tenho que lhe falar.

Ele não agüenta e chora. Neste momento a emoção toma conta de sua alma.

- Filho, o tempo esta se esgotando. Tens que assumir a tribo, seu povo clama sua volta. E deves assumir seu lugar de chefe. Daqui a três luas cheias, tomarás seu trono, deverá comandar seu povo. Deve se apresentar a tribo.

- Mas como vou fazer isto meu pai? Eles o mataram, matarás seu filho também! Como sumiram com minha mãe!

- Não temas! Não encontrarás resistência. Estarei com você.

- Mas como se é um...

Disse que não tenhas medo. O espírito de seu pai permanecera contigo.
Pode ir. Teus amigos chamam por ti, estão precisando de você.

- O que?

Thon sai em disparada.
Leila grita desesperada por Thon.
Ele se aproxima e.

- Venha depressa Thon. Maya e Naninho foram levados por uns índios caçadores de escalpos.

Águia Selvagem segue os rastos deixados pelos índios.

- Fiquem aqui, vou trazê-los com vida! Palavra de águia Selvagem.

Os rastros eram visíveis. Ate parece que queriam ser encontrados.
Depois de andar pela trilha por alguns momentos, ele encontra a tribo.
Naninho Maya amarrados em um totem no meio duma fogueira.
Prontos a aterem fogo. Maya entra em pânico quando um índio se aproxima deles com uma tocha na mão.
O índio se volta pra Naninho e este o olha nos olhos e não se intimida com suas pretensões.

- Venha seu índio covarde! Seu cabra da peste! Vou te fazer picadinhos se sair daqui.

- Pare Naninho! Assim vai nos matar de vez! Temos que encontrar tempo pra. Quem sabe alguém vem nos socorrer.

Neste exato momento o índio se aproxima dele e arranca o medalhão que estava no pescoço de Naninho.

- Espere!

Disse o cacique olhando nos olhos de Naninho.

- Águia Selvagem?
Quem te deu este medalhão? Fala? Quem é você?

Naninho não responde. Também não entendeu o dialeto que o cacique disse.
O destino deles é selado! Quando o índio ordena ao outro pra atear fogo. Eis que surge águia Selvagem.
Uma flecha ressoa no ar.

- Parem!
Eu sou águia Selvagem!

À medida que caminhava, Thon começa a tirar as roupas de homem branco, pra mostrar o índio que existia dentro delas. Pintado pra guerra, um índio com a pele vermelhada, deixando cair à boina que cobria os cabelos segue pra cima deles com tudo.
Maya quando vê...

- Nossa!! Quem apareceu: Águia Selvagem? Misericórdia.
Que homem!

- Naninho não entendeu nada!

- Se acalme irmãozinho! Estes índios de aruaques não vão nos escalpelar.

O cacique vê Águia Selvagem chegar e retirar seus amigos da fogueira.
Quando Thon vira as costas pra sair com eles.
Uma flecha assovia pelo ar. Indo parar no peito do cacique. E este cai por terra sem vida.

- Pai?? É você?
Estas aqui?

Ele não responde. Águia selvagem vai ao encontro do índio caído ao chão. Ele percebe que a flecha cravada no peito do velho índio é de seu pai.

- Meu pai!
Vamos sair daqui Maya! Isto aqui vai explodir.

- Obrigado por salvar nossas vidas e...

- Não me agradeçam! Fiz o que deveria fazer. Foi pura sorte eu estar passado por aqui.

- Vou tentar fingir que é verdade bichinho!Rsrsrsr.

Saem numa correria sem fim! Poderia ser que os índios se rebelassem e fossem atrás deles.
Não tardam e chegam a acampamento.

- Vejam! Thon, Maya e seu irmão!

- Fizeram alguma coisa com vocês?

Perguntou Leila.

- Na dica de nada!
Não deu tempo! Águia selvagem nos salvou.

- Quem??

- Nosso índio protetor. Rsrsrsr.

- Que me diz menina?

Maya sorri ao se referir a Thon, mas nada diz pra flor.
O dia passa sem nenhum infortúnio.
Tibá faz a guarda noturna enquanto os outros dormem.


Lá Noches traiçoeiras

Aparição

Em noites enluaradas, conta-se que uma alma penada denominada de “Boca da Alma” passeia pela selva colhendo flores, seduzindo homens. Eram mais ou menos meia noite quando...
Tibá sente um cheiro no ar, era uma Fragrância mística! Não dava pra saber ao certo, mas tinha um cheiro de quasar. Com os olhos ainda meio fechados, Tibá sentiu que algo se aproximava dele e uma voz ressoa no ar.

- Olhe pra mim!

Assustado ele se coloca de pé.

- Quem é você?

É você Maya? Brinca assim não menina!
Seja quem for.. Apareça! Ou é você Zulu! Querendo me pregar uma peça e...

-Sou eu!
Sua serva! Sua fantasia.

- Minha serva? Minha fant o que?Eu lá tenho serva alguma?

- Sou sua fantasia!

Disse à voz que ao se aproximar de Tibá, faz com que sua visão fique turva.

- Vem comigo! Quero você.

Ele vai à direção à visão.

- Vem... Assim meu amor.

Ele se vai aos encantos dela, sentindo o perfume impregnado no ar.

- O que queres de mim?

Indagou-a.

- Aproxime-se, aproxime-se! Aquela voz suave e sedutora o chamava.
Uma jovem belíssima. Cabelos longos, pretos, boca avermelhada, de rosto fino, vestia-se como uma dama da corte de algum rei. Poderia estar perdida por aquelas bandas.

-Você me quer?
Indagou-o.

- Talvez sim! Se esta sozinha aqui neste fim de mundo como eu!
Sente-se aqui, bem pertinho de mim.

Ele resolveu entrar no jogo dela.
Prontamente se apresenta. Achando que era brincadeira da turma.

- Vem amor! Seduz-me! Joga-me no chão! Sou seu escravo.

- Quero um beijo!
Quero beijar esta boca aveludada, vermelha, doce como morangos silvestres. Rsrsr.

Disse ele.
A visão abraça Tibá.
Ele sente o abraço daquela que ele jamais viu, aliás, nem verá.
A aparição foi tomando conta de sua alma, seduzindo-o aos extremos.
Ela disse-lhe aos ouvidos;

- Entre no jogo da sedução meu amor! Deixe-me te levar para o paraíso.
Feche os olhos, agora, sem me tocar!
Levantou o vestido mostrando as pernas torneadas, trazia as vestes na cor preta de rendas. Olhe pra mim.

Ela estava nua! Freneticamente nua! Mostrava os seios empinados, tal qual os de uma rapariga de 15 anos. Era mais ou menos sem tirar sem por, aparentava esta idade e um corpo formado, cheiroso.

- Que raios de aparição é você? Como vou fazer amor com você se...
Sem tocá-la?

- Vem sentir-me! Beijar-me.

- Âhâ! Sei disto! Esta bem.

Ele vai de encontro à morte. Ela o seduz como já fez a muitos outros sem sorte.
Não fosse a intervenção... Um raio de luz, ofuscando os objetivos da aparição.
Num dialeto estranho a aparição some antes mesmo de arrastar Tibá, quando este estava pra cair no abismo a sua frente.
A luz do sol interveio.

- O que aconteceu aqui?
Ouvimos algumas vozes vindo daqui e...

- Ela me apareceu, disse que me queria, depois quando acordei estava á beira deste abismo! Não fosse uma luz do sol que surgisse, eu estaria lá embaixo. Sei lá, morto, talvez.

- Você disse luz do sol?

Perguntou Thon.

- Sim! A luz dizendo ser a luz do sol. Falou em um dialeto estranho expulsando a aparição.

Leila abaixa e pega uma rosa aveludada vermelha.

- Vejam o que encontrei!
É verdade, tinha alguém aqui! Sinto isto.

- Diabos! Mato quem me acordou deste sonho!

- Não era sonho Tibá!
Era a mulher de preto! A boca da alma. Ela aparece para as pessoas, depois de seduzi-los, mata-os.

- Nossa! Então era pelo menos verdade aquela uma. Se não fosse aquela outra entrar eu estaria morto?

- Sim! Certamente que sim. Por pouco não seria violentada pela boca da noite é assim que a chamam por aqui.

- Quem me as de dar credito sabendo do que a mente é capaz de introduzir nos sentimentos das pessoas. Que me torna presente este poema dedicado a esta dama da noite.







Boca d’alma

Um detalhe!
Dificilmente de esquecer!
Uma boca,
Dirias d’alma.
Desenhada!
Apaixonada.
Assim lambias os lábios
A língua irresistível,
Uma duas três...
Varias bocas.
Mas esta me seduzia!
Deitei-me os olhos a olhar-te.
Estes lábios entreabertos
Se movendo excitantemente.
Dirias sem parar...
Vem amar.
Bloquearias minh’alma
Ao ousar desta boca
Um beijo roubar.
Beijar a boca Qu’eu não ousei sonhar!
Sonhar um sonho,
Qu’eu não pensei sonhar!
Beijar a boca da alma que eu desejei beijar.
Boca d’alma.


Nisto sabendo das intenções desta mulher da noite, é melhor trocarmos à guarda!

- Eu fico agora!

Disse Zulu.

Eles adormecem o sono dos justos, enquanto Zulu vigia o acampamento.







Discutiam entre si sobre a aparição que havia pegado Tibá.
Quando...

- Pôxa!
Pensei que iria morrer tostadinha naquela fogueira com Naninho!
Até hoje fico pensando se Thon não aparecesse. Seriamos cortados ao meio.
Aquele índio idiota queria meu escalpo! Depois seriamos churrasquinhos.

O tempo urge e eles agora querem esquecer. E a luz do sol aparece.

Eles estavam sentados perto duma clareira, eis que surge a flor descendo apavorada pelas encostas da serra.

- Pessoal, ouvi um urro! É de leopardo! Sinto o cheiro deste animal de longe.

- Olha Flor! Já temos problemas por demais aqui e agora vem você com suas premunições?
Aonde esta este leopardo?

Mal acaba de falar e...
Eles estão rodeados por onças pintadas.
Uma delas se aproxima de Thon.

- Fiquem todos quietos!
Por favor! Fiquem quietos.
Não nos farão mal.

Disse Thon.


Tibá treme de tanto medo.
Uma onça toda malhada rodeia Thon! Ela fica ali o estudando. Ela começou a lambê-lo carinhosamente.

- Shenna?
É você?

Ela brinca com ele.

- Ele brinca com os animais!
Será que é domador?

- Não se preocupem! Esta é a minha onça! Aquela que lhes falei que tinha.
Sumiu na selva e agora, ela me encontrou.

- Shenna? Vem cá menina! Quero lhe fazer um carinho.

Nisto ela vai de encontro á Tibá.

- Espere... Tenho medo dela!

- “Não se preocupe”
Não irá lhe devorar.

- Tudo bem! Mas ela...

- Tem os pelos macios como a seda! Manca como uma gata.
É assim a shenna.

Depois vai de encontro a Maya.

- Vem não vou lhe fazer mal. Rsrsrsr.



Shenna se deita perto de Maya.
Fica por longo tempo sendo acariciada por todos.
Thon que chorava sua perda, agora sorri. Nisto eles ouvem os tambores dentro da selva. Tudo indicava que seria tarde demais pra saírem daquele lugar. As pessoas e animais ficaram tensos!
Quando muito perto dali...
Uns animais rodam a região, indo parar no meio deles!
Shenna se levanta e encara os tigres, quando estes rosnam em sua direção.
Leila estava apavorada, desmaia e cai. O tigre ataca e Thon atira pra cima dele.
Um tiro certeiro
Direto no coração do animal. Como eram muitos, Thon é atacado e este saca duma faca, pula pra cima do animal desferindo-lhe vários golpes. Ele segura o animal, fica encima dele e o mobiliza,
Leila estava caída, um leopardo se aproxima pra atacá-la e Shenna a defende com as suas garras. Luta com o leopardo até que eles rolam pela terra afora.
Thon mata o animal que estava lutando com ele, Tibá atira em dois que estavam querendo atacar. Naninho atira pra tudo quanto é lugar, atingindo alguns e assustando muitos, até que se vão. Os animais que estavam com Shenna atacam! E os leopardos e tigres se vão pela mata.
Shenna esta nas garras do leopardo.
Thon parte pra cima deles retirando o animal de cima de sua onça de estimação. Este lhe dá uma patada no peito, deixando as marcas cravadas em Thon. Thon o mata. Por um instante shenna fica de pé. Depois cai.

- Shenna?? Esta ferida!!
Ela me salvou das garras do felino! Ele pulou pra cima de mim quando a shenna veio em meu socorro!Ela morreu por mim!

- Esta morta?

Nisto os tambores tocam na selva.

- Eles estão chamando por ela!

Disse Thon; os tambores de Oná chamam por ela.
Águia selvagem esta chorando sua dor maior! Encontrou sua onça há poucos minutos e a perdera depois. Os amigos de Thon entram em desespero. Choram junto dele. Thon solta um grito dentro da selva.
Maya coloca shenna no colo e fica alisando seu pelo.
Thon se levanta e cai por terra.

- Thon? O que foi? Feriu-se também?

Maya o abraça e vê que Thon foi ferido.

- O peito foi quase arrancado com a pata do leopardo! Salvou-nos destes animais selvagens! Não agüento mais estes bichinhos!

Maya pede a bolsa de remédios de Thon e retira de lá umas ervas! Faz um amassado de erva e coloca no local da ferida de Thon.
Nisto ficou todos de bocas abertas ao verem um vulto sair da shenna.

- O espírito de Shenna esta indo embora!

Disse Buyu.
Depois vai para o lado de Thon.
Fica ali por uns segundos. Um vulto toma forma de sua mãe, a luz do sol.

- Ela estava o tempo todo no corpo de Shenna.

- Sim! Sou eu mesma! Luz do Sol.

- Mãe?

- Thon? Você acordou? Meu amigo!

Disse Maya.

- Sim meu filho! Estive no corpo de Shenna este tempo todo.
Depois que morri...

- Morreu?

Disse Zulu tremendo de medo. Depois disto deu-lhe uma vontade de sair correndo. Mas depois olha para os amigos, percebe que estão tranqüilos, nada faz.

- Busquei você por anos e anos, e nada havia encontrado.
E hoje fico feliz por te encontrar! Tomarás o lugar que lhe é direito.
O chefe da tribo.

Ela se materializa na frente deles.
Thon chora um choro sentido, guardado por anos a fio.
Seus pais estão mortos. Águia Selvagem, Luz do sol e shenna.
Um mistério sem tamanho.

- Vamos fazer um enterro da morta? Com todas as honras possíveis?

Nisto...
Shenna vai e leva o corpo junto!
“Não se enterram espíritos” eles vão para o céu! “Acho que há lá no céu espaço pra se lembrar, quem fomos e pra que viemos” a memória guarda lembranças de um passado que agora é alegria. “Eles se harmonizaram”.
Atravessou a vida, transformou-a em sentimentos. Era viver o inusitado perto daquilo que a selva demonstrava embutir na mente de cada um.
A magia era nítida em seus corações, Thon, Shenna e Luz do sol.
Shenna e Luz do Sol concebidos no seio da floresta voltam ás origens.




Shenna e Luz do Sol

A tarde segue seu destino, deixando para trás as recordações deste dia.


Capítulos 9

SHYNNE













A noite parecia que nunca mais iria terminar! Vinha raiando o dia quando, Thon resolve ir até uma cachoeira tomar banho. Era de costume, pelas manhas ele se banhar numa daquelas cachoeiras que ficam perto da tribo. Quando Thon se aproxima vê uma bela mulher nadando na cachoeira. Para seu espanto, era a índia Shaynne perfumada como o orvalho da manha. Enquanto nadava, a virgem índia percebia que estava sendo observada.
Seus encantos e magias seduziam! Buscava o ser amado, corriam-lhe as lágrimas de contentamentos ao vê-la tão perto de si. Ouvia-se o cantar dos bem-te-vis dando-lhes as boas novas. Como se quisessem acasalar. Mas era obvio seus desejos sonhos de estarem juntos.

- Aqui?!! Shaynne?

Olha a sua volta pra ver se estavas acompanhada, mas percebe que esta só.
Ela percebeu a presença de Thon.

- Águia Selvagem?
Sei que estas aqui! Vem... Tome um banho comigo!
Não é o que você quer? Pode sair de trás da moita.

Thon sai e entra na água, rodeando-a sem receios de se aproximar.
Eles conversam por um instante e as lembranças se afloram! Shaynne, esta apenas com uma tanga minúscula cobrindo aquele corpo todo. Águia selvagem enche os olhos e os lábios ressequidos a espera de um beijo molhado, abraça-a com carinho.
Brincam como duas crianças. Um beijo ardente! Ela não se conteve e se entrega de corpo e alma á águia selvagem, um envolvimento recíproco. Inúmeras vezes se beijaram. Shaynne os seios se delatarem, a boca secar a alma, emergir a fúria sedutora que havia dentro daquele corpo quente feito brasa.


- Entrega-te a mim. Se me amas.
Amas-me...
Águia selvagem?

- Jamais te esqueci! Vim aqui varias vezes e não te encontro! Porque rasgou minhas roupas outro dia? Assustou-se comigo? Depois daquele dia, não mais a vi.
Sabe! O espírito de meu pai apareceu pra mim, pediu que procurasse a tribo. Encontrasse Shaynne e a desposasse.
Muitas luas referiram a você. Deferi muitos sentimentos recordando seus lábios, sua pele, suas mais amadas virtudes.
Quero você!

Esposara Shaynne?

- Quando as luas surgirem se acasalarem!
Quem sabe?

Disse Thon voltando os olhos para aquele corpo suado e rígido. Era de dar inveja a muitas raparigas da cidade grande. Perfeita. De corpo, alma e de coração.
Shaynne.

- Se me quer... Enfrente o leão da tribo apache.
Isto te fará subir os conceitos de chefe, assumiras seu povo, como a seu pai o fez em varias luas.
Tomará de mim, a mão dada ao cacique Taunaraq, filho do curandeiro, cujas mãos mataram seu pai, que o sei.

Eles se encontram em plena sintonia! Seus corpos se entrelaçam naquela água cristalina. Em meios a tantas flores espalhadas pela lagoa.

- Shaynne!
Pensei que nunca mais...

- Nada digas meu amor! Beije-me. Sou sua pra sempre.
Desejada, apaixonada.
Meus olhos têm te buscado todas as noites desta vida! Tem sido estes tempos minha vida só tristeza. Não imaginava.


- Sabe... Águia selvagem! Não agüento mais ficar longe de seus braços!
Seu cheiro, sua boca que tanto esperei! Conduza-me os seus prazeres meu guerreiro.

O sol já descia as montanhas sincronizando aqueles dois seres. Era percebível o acasalamento. Ao longe. O tempo em que ficaram enamorados passou-os despercebidos, interrompidos pelos gritos de Maya...
Quando sussurros eram arrancados dos lábios de mel da virgem índia.

- Shaynne devo ir-me! A moça branca esta me procurando.

Disse-o quando partia. Parou, olhou para trás e voltou.

Ela grita como uma gralha no cio! Ela não o amaria quanto eu o amaria caso esposar-me! Será que ele gosta dela?
Moça branca deve morrer se cruzar meu destino.
Pensou Shaynne.
Por um momento, o mundo lhe veio à mente.
Amar é assim...
Os lábios se roçando, os olhos brilhando, cabelos ao vento embaraçados nos dele.
Homens e deuses mitológicos da Grécia se cruzando bem no centro do mundo.
A lagoa encantada.
Outrora era esperado na sala do acasalamento, assim se refere a um segredo de hierarquias milenar da tribo, os jovens recém casados.
Ficavam por três luas, e somente saiam após o que chamamos de núpcias em nossa linguagem de homens brancos, pra eles era sagrado este momento, respeitamos sua geração indígena, seus costumes e crenças. Era entregues ao destino de quantos filhos viesse ter. Não interferiam si quer no relacionamento. Depois disto, eram esperados com grande festa que durava sete luas, numero da perfeição, do crescimento espiritual. Quem não queria este presente natural?

- Shaynne!...
Não me deixe ir de você!
Águia selvagem só ira se seu coração não esposar Shaynne!


- Hum!! Muito bem.
Mas tem uma condição!

Impôs Shaynne.

- Fale;

- Quero que suplique!

- Suplicar?!!
Como assim?
Águia selvagem deve suplicar pra que Shaynne lhe espose?
Assim o farei;

- Eu águia selvagem filho de luz do sol e pena branca, futuro chefe da tribo, imploro o seu amor. Que durante muitas luas busquei como a boca sedenta de sede procura a água nos rios desta terra.
Suplico, suplicar-te-ei pra todo o sempre!
Shaynne meu perfume de quasar, quer comigo se casar?

- Prometes que não vais me deixar e
Ir pra cidade grande?

- Suplico a este também seu desejo.
Que mais queres de mim?

- Um filho.

Disse-o olhando nos olhos dele.

- Um filho!!

Os tambores ressoam por eles!
Os pássaros festejam ao pedido de Shaynne.
As águas cristalinas da lagoa deram vida, como se ouvisse o pedido de Shaynne.

- Terás na lua certa.

- Thon???
Onde esta você?
Gritou Maya novamente.

- Preciso ir.
Encontramos-nos depois! Pode esperar, vou voltar e ficaremos juntos pra todo o sempre.

- Aqui? Vou esperar sempre por você tal como esperei, e agora muito mais. Vá.
Cumpra seu destino. Serei teus olhos nas noites quando de guarda velarei teu sono.

- Sim!

Disse-o e foi observado por Shaynne de longe.
Depois se riu de tal sugestivo pedido.
Minutos depois, surge águia selvagem no meio da mata.

- Estava tomando banho?

Perguntou Maya.

- Sim, faço isto toda manha quando estou aqui na selva. Existe uma lagoa e...

- E...

- Seduz ao banho matinal. Rsrsr.
O que se passa? Que banho é este que falas?
Rsrsrsr.

- Nada, depois te mostro.

- Âhâ!...
Fiquei preocupada com Águia Selvagem, sumiu e não disse pra onde ia.
Vejo que melhorou sua performance! Este mais disposto bichinho! Viu um passarinho verde?
Andou treinado no lago?

- Rsrsr... Na verdade não foi bem assim! Mas...
Deixe pra lá.
Nada que importa a cabelos dourados.
Vamos levantar acampamento, devemos partir ainda pela manha.
Estamos quase chegando ao travessão! O ponto alto da serra do cipó.

- Quanto falta?

Perguntou Leila.

- Uns quatro dias e estaremos lá!

- Cruz credo! Tudo isto ainda? Pensei que iria dizer; daqui a duas horas?

Zulu espraguejou.
Pois estava muito cansado daquilo tudo! As mochilas pesavam a cada trilha em que entravam. Mas era de esperar.
No caminho, eles conseguiram produtos de pesquisa pra suas universidades, tirando proveito da literária e rica natureza que lhes ofertava indícios de grande porte, o paisagismo. Maya e seus amigos, se saírem vivos deste turismo, de certa forma, antes de mais nada farão um guia das plantas aqui subtraídas.
Serão os projetistas de grande futuro, podendo exportar seus conhecimentos para o exterior.


- Daqui pra frente seremos escoltados até a montanha sagrada!

- Como disse Thon?

- Seremos escoltados pelos apaches.

- Eles não são perigosos meu gigante?

- São meus amigos de meu pai!
Ele os enviou, pra que cheguemos a salvos.

- Onde estão eles agora?

Perguntou Leila.

- Vocês não os verão! Mas estão ao nosso redor! No meio das folhagens.
Livrar-nos-ão dos perigos eminentes que por acaso surgirem.

Nisto as folhagens se movimentam.

- São eles? Rsrsr.
Calma menina! Eles não nos farão mal algum.

Depois que Shenna se foi na selva levando a alma de Luz do Sol... Eles entram pela trilha do cânion da anta. É uma trilha de difícil passagem, mas é o único caminho para chegar. Fora este, somente de helicóptero.

- Deve ter o que por lá? Pedras coloridas e diamantes?
Águas marinhas, topázios. Etc.
O que temos por lá?
Rsrsr.

- Somente umas pedrinhas e nada mais Maya. Não pode subtrair nada de lá.
É parte do acervo desta terra. E quem se apodera delas, são perseguidos pelos apaches até a morte.

- Sinto a presença de meu pai! Ele se juntou aos apaches pra nos conduzir.

O silencio reina, Thon, Maya, Zulu, Tibá, Buyu, Leila e Flor seguindo de perto por Naninho. O frente vão os índios apaches comandados por Pena Branca, e há meia hora atrás deles estão vindo Shaynne e seus índios.
É uma escolta de pulso forte.
Era já meio dia, quando o sol castigava a trilha morro acima, cansado, Thon e seus amigos resolvem parar e descansar. Pela trilha se via a paisagem exuberante que se exibia à natureza.






Estamos chegando à cachoeira da Anta.

- Pessoal!
Dentro de minutos alcançaremos a cachoeira da anta! Fazendo assim a penúltima caminhada até a montanha sagrada. As tribos apaches lhes dão as boas vindas.
Este é o Maximo desta aventura.
Faremos um estudo sobre o que vocês conseguiram de experiências nestes últimos dias, e depois aqui é o mundo selvagem, nem sempre consegue levar tudo! Mas duma coisa lhes fala Águia selvagem! Homens brancos jamais esquecerão destes dias juntos.

- Isto mesmo! Thon.

Disse Zulu e Buyu.

Urra! Urra.
Dizia as mulheres à Águia selvagem.

Cada um procura um lugar pra guardarem seus pertences.
Perto dali, por trás da cachoeira existe uma caverna que pra entrar lá se devem mergulhar trinta metros até encontrarem uma abertura que dá acesso à entrada da caverna. Mas somente Águia selvagem e os índios apaches são conhecedores deste segredo.

- Maya vem... vamos nadar um pouco.

Depois vou.

Disse num tom de desanimo e sentou-se na primeira pedra que viu perto da cachoeira.
Ao redor, era lindo! O verde invadia o cenário.
Mas nem tudo são paz e harmonia.
Maya fica dura ao ver que a pedra em que ela estava sentada se meche.

- Nossa! Cobra... Cobra uma cobra, socorro!

Águia selvagem parte pra cima da cobra, e agarra sua cabeça com muita força.
Em seguida tira faca desferindo vários golpes no réptil.
Era ela media uns doze metros e meio. Uma jibóia com capacidade de engolir um homem em poucos minutos, não fosse à coragem de Águia selvagem, Maya agora estaria passeando nas pradarias de Tupã.
Ela cai morta aos pés de Maya que esta desmaiada de tanto medo. Minutos depois.

- Thon!...
Estou no estomago dela?
A cobrinha nos engoliu?

- Fica assim não menina! Ela morreu.
Infelizmente teve de matá-la. Ou do contrario era você o almoço dela.
Cuidado aonde se senta da próxima vez.

Estava tão cansada que não havia percebido o perigo.

- Esta bem minha irmã?

Perguntou Naninho a, Maya.

- Sim! Não fosse Thon, agora estaria na barriga daquela cobrinha!
Rsrsr. Ufa!
Esta foi por pouco. Quero ri embora pra minha terrinha no nordeste!
Abraço gosto só de gente, cobra quero distancia.

Começa a chorar e Thon a leva pra dar um passeio.

- Vem comigo! Estarás segura.

- Sim!

Ela o abraça depois saem e sentam numa pedra perto na beira da lagoa azul.
Encontra-se em harmonia a beira daquilo que ela jamais encontraria em lugar algum na vida, a não ser ali. Ficam olhando o fundo do lago de águas cristalinas. Por muito pouco tempo, Thon a convida para um mergulho.

- Você esta mangando de mim?
Quase virei comida de uma enorme cobra, me convidas a morte?
Rsrsr.

- Eu a protegerei.

- Bem, diante disto claro que sim! Aceito seu convite.

- Venha comigo!

Estendeu-lhe as mãos e a conduziu ao lago.

- Não me solte bichinho!
Rsrsr.

- Sabes nadar?

- Não e sim!

- Não entendi?

- Sabe, é o seguinte.
Só sei nadar no mar! Sabe que sou uma moça de litorais e rios não os conheço.
Tem perigo demais por aqui. Rsrsr.


Eles entram, mergulham de mãos dadas, seguido de perto encontram minutos depois a entrada da caverna. E já quase sem fôlego emergem.

- Chegamos Maya.

- Ufa! Quer matar-me sem ar? Mas...
Meu Deus! Que lugar é este Thon?










A sala dos esponsais.

- Esponsais?

- Sim, aqui esta o segredo guardado a sete chaves pelos apaches.
É dado o prazer de estar aqui, somente os chefes da tribo, quando estes se casam.

- Então! Aqui é um lar nupcial?

- Talvez pensando... É sim!

- Venha!

Dão-se as mãos e adentram a caverna.
Ela observa tudo, nada deixa passar em branco.
Encontram a sala dos tesouros.
O sol entra pelas frescas lá no alto. Nas paredes da caverna existem umas fendas que deixa o ar circular por todo lugar.
Ela vê varias pedras verdes e amarelas, azuis e roxas.

- Minha nossa! Isto aqui esta ficando excitante!
Posso morar aqui?

- Se casar comigo sim!

- Âhâ sei disto.
Pode ser não tivesse aquela uma na minha frente!

- Quem?

- A Shaynne, a índia que é dona do seu coração.

- Calma Maya.

- Ainda não nos casamos.

- Sou livre pra...

- Pra o que?

- Você sabe o que.
Nada falarei. Trouxe-a aqui pra que conheça minha vida, minha família.
Meus pais fizeram amor aqui pela primeira vez. Casaram-se e foram felizes até sua separação e morte. Fui apresentado a esta casa, quando tinha dez anos, minha adolescência era à flor da pele. Somente traria aqui aquela do qual meu coração fosse entregue, e esta seria a esposa de minha vida.

- Mas então???

- Então... Trouxe-te aqui pra saber disto! Este é meu mundo. Aqui nos entendemos.

- Aqui vocês se entendem?
Ãhâ sei! Trás muitas mulheres aqui? Faz amor com elas? E...
Olhe que fico apaixonada e acabe aceitando me casar com você meu gigante!

Ela se aproxima de Thon e o abraça. Entrega-se a ele.
Um abraço longo e sedutor. Maya é uma daquelas mulheres de olhar penetrante.
Capaz de seduzir o parceiro ao excitasse-lo.
O corpo é esbelto de proporção, excitante.
Traz o cheiro de rosas silvestres. A boca vermelha como se o tempo todo passava batom.
Ela esfrega seu corpo no dele apressadamente, como se não tivessem tempo pra isto.
Ela o arrasta de encontro à parede, beija-o freneticamente. Fazem juras de amor eterno. Ela fica apreensiva, mas se entrega de corpo e alma a Thon. Maya deixa cair à blusa vermelha que estava usando. Deita sobre ele. Dois corpos estirados ao chão, após longos feitos amorosos, eles se dão conta de que é tarde e precisam sair daquele lugar. Maya ainda com os seios rígidos se veste pra sair.

- Maya é melhor irmos agora!

- Pôxa! Agora que tava ficando gostoso meu índio!
Tudo bem! Vamos embora.

- Quanto tempo esteve aqui?

- Três dias Maya.

- Três os dias que?

- Sim, três dias aqui são alguns minutos lá fora.

- Espere... Quero um beijo!

- O que?

- Um beijo meu índio cheiroso. Pra nunca mais me esquecer deste lugar.
Depois disto me deixará. Irei embora pra Pernambuco e sabes bem o que.

- Acho que me amarrei em você! Seu beijo tem magia.
Rsrsr.

Disse ela sorrindo.
Thon aproximou-se dela e a beijou.
Amor deferente.
E assim que retrato estes dois seres apaixonados.

- Quero beijar este meu amor.
Deitar-me com ele. Amar este amor selvagem! Atrai-me este amor impossível.
Esta minha loucura! Vem beijar quem te ama, quem te deseja sempre. Mesmo que não sejas meu...
Amo-te. E o sempre amarei.
Ele a deixa nocauteada.
No momento em que Shaynne surgi em sua vida. Maya entra com seus encantos de menina, linda e loira, cabelos cacheados, olhos cor de mel, boca aveludada. Estes são os atrativos de Maya.
Será que amar assim é sentir saudades, mesmo estando pertinho! Se for peço-te que me as de dar a mão em casamento. Todo este tempo juntos me fez agir assim com você. Tive a audácia de trazê-la aqui pra te fazer este pedido;
Case-se comigo.


- Mas e a Shaynne?
Ela o ama, não é?...

- Sim! Me amas como te amo.

- Então? Como ficamos bichinho? Na minha terra o homem só deve casar com uma só mulher senão comete bigamia!
Sabes que bigamia é...

- É Crime. Sei disto, conheço as leis dos homens.
Mas também as de meu povo.

- Esta bem!
Pensamos nisto depois que sairmos daqui.

- Vamos??

- Sim! Já era tempo mesmo.
Devo lhe dizer uma coisa! As coisas que acontecem aqui ficam aqui!
Ao sairmos Maya não se lembrará de nada. Esquecerá tudo.

- Como assim?
Por isto me pediu em casamento?

- O amor fica nos corações!
Este nada se pode fazer, nem tirar o que é belo.

- Vamos embora então.

Thon sai na frente e chama por ela que segue atrás.

- Espere já estou indo.
Maya subtrai umas pedras verdes e as coloca na calçinha.
Acho que é “moda no Brasil”. Já se falaram em dólar na cueca, drogas na cueca. E mais esta agora! “Pedras na calçinha”.

Vem logo menina! Gritou ele.
Poucos segundos e está de volta a terra firme.
O que os espera da vida pode ser o fim ou o começo de tudo.

Emergem juntos.
Mas Maya coloca a cabeça dentro da água e tenta ver o fundo, mas não consegue.
Tudo foi como Thon disseram, as pessoas esquece de tudo o que se passou no fundo da lagoa. Maya resolve averiguar se não passou e um conto ou algo parecido. Vê em suas mãos trazem algumas pedras preciosas. Não é sonho! Sonho não é palpável. É verdade! Eles se amaram lá embaixo.
Ela sorri de contentamentos.
Quando Thon volta pra ver os amigos na cachoeira...
Vê Shaynne espionando-os do alto de uma pedra.
- Shaynne?? O que faz aqui?
Shaynne o que faz aqui?

-Estava esperando por vocês!
Águia selvagem levou moça branca para o fundo da lagoa?
Que fez ao meu coração? Não entende?

- Nada fiz senão mostrar a Maya o lago e suas cavernas profundas.

- Não quero saber disto!

Disse e saiu sem destino a correrias.
Ele foi atrás.

- Espere...
Ela para e vira pra ele, chora e.

- Vá pro inferno! Deixe-me aqui.
Sabes que te amo, Pôxa! Quero você pra mim, mas só pra mim! Entende?
Shaynne é de Águia selvagem e Águia selvagem é de Shaynne.

- Esta bem!
Posso ser seu, mas não faça mais isto comigo.

Disse e calou-se, depois se foi.
Deixando Thon plantado ali na beira da lagoa,
Maya o encontra sentado numa pedra e sem entender nada, lhe pergunta sobre os outros amigos.

- Estão lá, no mesmo lugar que nós deixamos eles!
É como disse; foi poucos minutos que se passaram.

- Tudo bem.
Ajuntamo-nos a eles.

Maya esta rindo pelo feito.
As pedrinhas da sorte.

Quando era criança...



Quando eu era criança, pensava como criança! Agia como criança.
Tudo imaginação minha, a realidade única é que fica. Estive presente nos arredores da selva, nos olhos das pessoas, em suas vidas fiz-lhe dócil como o néctar dos espíritos de meus ancestrais, viu o mundo desabar quando a luz do sol se apagou. Há de custar-lhe os olhos da cara ao dar o primeiro passo em escrever minha Historia aqui. Mas a mim importa fazê-lo naturalmente como a vida me foi dada. Hoje creio que tudo acabado! Os homens tende a aprender a se socializar-se.
Eu, para ser agradável já me pareci tarde demais. Os índios de minha espécie estão se acabando nas mãos dos cara pálidas. Somos poucos... Mas deixaremos saudades nos homens deste século. De repente vi entrar nos jardins do Éden, poucos homens desfilando desconfianças de sua geração. Consolar suas vidas era inadmissível neste momento em que o Apocalipse era visto a piedade conformada com suas andanças por mundo opostos seguia o andar da carruagem. Se os leitores me permitem fazer uma comparação modesta;
Nick of. Time. “Tempo esgotado”.
Águia Selvagem.



A seguir…















Travessão


- Chegamos pessoal! Ao topo do mundo.
A vista privilegiada do mundo.

- Nossa disse Flor!
Isto é belo!
Magnífico. Mágico.

Maya arrisca uma rima;
Impávido colosso!

- Oh! Pátria amada e idolatrada.
Salve salve.

Disse Naninho.

- É o paraíso isto aqui!
Disse Leila.

Buyu esta vindo pela estrada, é o ultimo a chegar, ele se diverte com tudo.
Na bagagem trás as lembranças do que colheu pelo caminho. Depois sai pulando
Pela montanha feito criança.
Zulu começa a chorar e gritar em alta voz. E eles nada entenderam.
Leila se aproxima dele pra saber na verdade, o que se passava.

- Zuluzinho... O que esta acontecendo amor?

- Eu consegui! Cheguei ao topo desta montanha. Meus pais estiveram aqui no passado!
Estou pagando o que meu pai me pediu. Estou aqui pai!
Conseguimos chegar. Agora poderá descansar em paz.
Plantarei seus restos mortais neste fim de mundo, tal como foi combinado.

Eles haviam combinado que quem morresse primeiro, o outro faria este percurso até a montanha sagrada dos apaches. Eles se amavam, eram muito amigos. Por todo o tempo, Zulu guardou os restos mortais de seu pai, para trazê-lo aqui. Todos ficam de bocas abertas vendo Zulu com uma caixa na mão.

- Por isto ele não desgrudava da mochila o tempo todo!

- Uma nascente! É o que preciso pra enterrar meu pai.
Alguém pode ajudar-me?

- Zulu, aqui, venha até estas pedras! Tem uma nascente que pode servir.

Ele caminha até a Flor, e esta indica um lugar de repouso adequado.
Maya se apresenta pra ajudar no enterro.
Zulu faz um buraco perto da nascente, depois Maya pega umas flores e entrega a Zulu.
E este, faz uma oração encomendando a alma de seu pai.

- O senhor é meu pastor, nada me podes faltar,
Em campinas verdejante me coloco a repousar!
Conduz-me as águas frescas e alma nova Ele me dá.
Faz que eu siga o bom caminho pela honra do seu nome.
Se atravessar um vale escuro, nada temo! Estas comigo. Teu bordão e teu cajado,
Ao meu lado me dão forças. Poe a mesa a minha frente, bem defronte.
Do inimigo! De óleo unges-me a cabeça e o meu cálice transborda.
Só felicidades e graça toda via ao de seguir-me! Minha casa é a casa do Senhor
Pelo resto de meus dias. Amém?

Todos disseram Amém.

- Missão comprida!

Suspirou Zulu ao olhar com carinho a sepultura de seu pai.

- Estão no auge de seus objetivos!
O vento sopra frio, as folhagens de um ipê amarelo agraciam aquele momento.

- Tudo isto me fascina! Respira aliviada de tantas loucuras e acontecimentos tiveram
Ao longo da caminhada. A serra do cipó.
Neste momento, Naninho vai até uma cachoeira perto dali. E percebe que esta mesmo em um paraíso. Águas cristalinas refletidas do verde da selva, trás paz e uma harmonia que.
Invade todos. Ele chama Maya pra ver.

- Maya venha aqui ver!
Encontrei uma pequena lagoa.

Ele enfia a cabeça dentro da água para refrescar-se.

- Obrigado mana por conceder-me este momento!
Quem vai acreditar quando eu disser que estive no topo do mundo!

- Verdade! Ninguém ira acreditar mesmo!
Quando lhes falar sobre as onças, as cobras e espíritos da selva que falaram conosco.
Vai ser mesmo uma tarefa difícil de se explicar.
O que importa? Temos prova de muitas das coisas de que aconteceram.
Caramba! É verdade. Matas virgens, muitos animais ferozes.
A serra do cipó.

Tiveram suas noites e dias de cão, mas teve muita diversão.

- Veja quem esta chegando!
Águia selvagem com seus índios.

- Meus amigos! Estes ser minha gente da tribo.
Agora, amigos de Águia selvagem são meus hospedes.

- Hospedes?
Como assim?

- Quero que venha conhecer a tribo.

- Uraaaa!!!

Gritaram todos.
Vários índios lhe faziam a corte. Tantos índios que não arriscava contar.
Shaynne se ajuntara a eles. Os tambores não paravam de tocar.
Maya se aproxima dele. Este momento marca um novo tempo na vida de Águia Selvagem. Entre dois amores. Shaynne se afasta.
Águia selvagem se aproxima.

- Maya... Temos de conversar! Venha comigo.

Eles se afastam do meio do povo.

- Fala que te escuto meu gigante.
Rsrsr.

- Olhe vou me casar com Shaynne!

- Vai o que? E eu?
Mentiu pra mim todo este tempo? As juras de amor foram momentos de
Distração sua?
Por mim! Que se case e seja feliz.

- Espere! Ouça-me primeiro.

- Esta bem! Digas.

- Olhe aqui na selva, sou o chefe da tribo. Posso ter quantas noivas e esposa quiser.
E você pode...

- Pode o que? Ser sua amante?
Vê-se enxerga bichinho! Eu zinha aqui? To fora.

- Tenho uma idéia!
Aqui serei casado com Shaynne, e me casarei com você na cidade grande.
Você poderá cuidar dos meus negócios por lá.
Irei uma vez por semana te ver.

- Uma vez por semana?
Como iras? Demoram-se quase uma semana pra chegar aqui?
Acaso vai de avião? Rsrsr.
Só pode estar mangando de mim!

- Não Maya! É de verdade.
Vou te dar a minha fortuna, tomarás conta de sua mãe e Naninho poderá estudar.
No exterior.

- Quem te disse que quero sua fortuna?
Quero você pra mim!
Mas é o meu Recife? Minhas praias?! Pelo que sei... Minas Gerais não é litorânea.

- Poderá manter uma casa por lá! Quem sabe um bom negócio.
Vai fazer um laboratório? Esta é a hora de começar.

- Achas mesmo?
Mas... Quero que me prometa uma coisa!

- De novo?

- Esta bem! Eu Águia selvagem prometo que...

- Ô seu doido! Não é isto que quero de você!
Rsrsrsr.

- Há!! Não mesmo?

- Quero que se case comigo de verdade. De papel passado e tudo.
Uma moça da cidade grande não pode ser falada.
Lá no Recife uma...

- Marque a hora e o dia em que quer se casar. Irei até você.
Quando chegar a Belo Horizonte, procure o meu estabelecimento. Estarei nomeando uma pessoa a estar tratando deste assunto pra nós.

- Esta bem! Mas não vai voltar conosco?

- Não Maya! Devo ficar uns dias por aqui! Tomar as rédeas da tribo. Resolver uns assuntos.

- Esta bem! Mas quem vai nos levar de volta?

- Fique calma. Na hora certa verás.


O CASAMENTO DE ÁGUIA SELVAGEM

O dia amanheceu na tribo dos apaches.
Um ritual se segue a partir do casamento de Águia selvagem e Shaynne.
As índias se enfeitaram de varias penas coloridas e colares de pedras coloridas.
Maya que tudo via, saiu pra não presenciar o momento.
Acompanham Shaynne, dez índias formosas. Seguido das batidas dos tambores.
Águia selvagem esta sentado a um trono, sua esposa chega e senta perto dele. Ao lado deles, Luz do sol e pena branca, de mãos dadas sorri. A paz voltou a reinar na tribo. As três luas se passaram! E a profecia foi concretizada. A destemida e lendária tribo esta completa. Thon é chamado pra dançar as núpcias com Shaynne.

- Maya?
Porque choras?
Nunca vistes um casamento?

Pergunta flor.

- Deixa-me! Sei que é um casamento.

Flor sai de perto dela.
Ela não se contenta e chora.
Este assunto esta acabado! Shaynne se casa com Thon e ela vai embora para a cidade do Recife sozinha.
Nisto na festa de casamento. As iguarias estão sobre a mesa. Os índios dançam com entusiasmo. A mesa é farta nas festas de casamento. São os frutos da selva que são oferecidos aos noivos. Junto a eles, um colar de pedras preciosas adorna o corpo de Shaynne. Uma coroa de diamantes é colocada em sua cabeça.
Shaynne é a mais linda índia de todas as tribos que fazem parte de contexto indígena. Ao todo são sete tribos espalhadas por territórios vizinhos, eles se ajuntam por ocasiões especificas. Ou extraordinárias quando se faz necessário.
A festa dura três dias seguidos. Depois volta a rotineira vida na selva.



Águia selvagem passará a morar na aldeia que fica a beira da lagoa azul. Terá seus filhos com Shaynne, e estes serão no futuro, os chefes de todas as tribos. Aqui eles comandarão uma nação indígena que o Brasil há de ver a evolução da espécie, o progresso na indústria farmacêutica, nas curas de diversas enfermidades, pois a terra no Brasil é o berço da humanidade, rica em produtos de raízes curativas. Maya deve encaminhar aos laboratórios das faculdades, levarem o que colheu e apresentar resultados, juntamente com uma equipe que irá comandar a pedido de Águia Selvagem. Fará jus ao esforço que teve na expedição rumo a serra do cipó. Eles foram os centros de pesquisa que mais tiveram êxito. É o que nos retrata Thomas Santos Pena. O nosso índio Thon. Formado em turismo pela universidade de Pontífice Indígena do Texas. U. P. I. T.
Depois de formado, veio para assumir a tribo no lugar de seu pai Pena Branca.
Thon esta recebendo das mãos dos chefes das outras tribos, o símbolo de Paz. Seus pais observam tudo de longe. Águia selvagem recebe um cocar de penas de diversas cores. A festa de cerimônia segue. Uma índia da tribo de águia selvagem se aproxima dele, e começa a dançar o ritual da fartura. É uma dança típica do momento, a índia trás nas mãos uma adaga, faz gestos e dança a Tim balado dos tambores. A responsabilidade de Águia selvagem agora era a de conduzir seu povo em clima de paz, a guerra era banida no meio deles. Não mais iriam entrar em conflitos, nem com homens brancos, ou seja, quaisquer outros seres. A Paz era visível no meio deles.
No terceiro e ultimo dia de festa, Zulu se aproxima de Thon.

- Meu amigo, chefe da tribo apache a hospitalidade esta boa, mas temos de voltar as nossas origens. Pergunto se vai nos conduzir de volta para nossas casas?

- Não!

Disse Águia Selvagem. Surpreso com a resposta repentina de seu amigo, sem nada entender.

- Eles é que levarão vocês pra casa.

Ele aponta no horizonte que vem surgindo num barulho ensurdecedor, três helicópteros vindo em suas direções.
Maya fica pasmem!

- De onde saíram eles?

- Eu havia providenciado antes de sairmos do acampamento na cidade.
Fiz uma estimativa de doze dias no Maximo era de estarem aqui no alto da serra do cipó. Ei-los!

Nisto os helicópteros fazem um pouso ensurdecedor.

- Mas se vocês quiserem ficar!...

- Não mesmo meu amigo.

Disse Tibá.

- Pegaremos nossas coisas e partiremos.

Nisto águia selvagem nota certo choro nos olhos de Maya.
E se aproxima dela.

- Não derrame suas lagrimas minha loira!
Logo estarei com você.

- Como disse?
Vai conosco?

- Em breve me verás novamente!
Espera-me? Quer ser minha esposa na cidade grande?

Ana entendeu bem a pergunta e diz;

- O que mais quero bichinho!

Nisto ela chora.

- O que é isto irmã? Chorando como criança?
Rsrsr. Olhe prometo a você que a trarei novamente neste lugar.
Gostei demais disto aqui!

- Ver-me-ás... Ainda este ano?
Rsrsrsr

Perguntou ela a Águia Selvagem.

- Sim!...

- Vamos embora naninho.

Águia selvagem entrega uma mochila a Maya.
E diz;

Este é o meu presente para nosso futuro casamento.

- Curiosa ela solta um riso de contentamento e diz;

- Pedrinhas amarelas?
Verdes e roxas?
Rsrsrsr.

-Tu veras no caminho! Não abras agora.

Depois o abraça com ternura, da-lhe um beijo no rosto. Passando numa leveza a língua nos lábios dele.
E é acompanhada de olhares indígenas discretamente, mesmo sabendo quem é. O chefe da tribo tem poder de desposar quem seja. E os olhares femininos não se perdem no vazio.
Shaynne se aproxima de Thon.
Despendem-se os amigos e levantam vôo.
Lá em cima;

- Mas... Misericórdia bichinho! Quantas pedrinhas!

- Mas.. e estas malas??

- São pra você Maya!
Abra! Fiquei curioso.

- Esta bem naninho!

- Um vestido longo, preto, sapatos, na cor branca e preta.
Um vestido branco.
Poxa!! Minhas medidas! Como ele sabia??
Esta escrito que é para usar na nossa festa de casamento.

Ela olha pra baixo e vê Águia selvagem e Shaynne abraçados.
Beijam um beijo eterno, esperado. Dos céus uma nuvem de pétalas de rosas
Descem sobre eles.
Muitas flores, milhares delas caiam enfeitando a tribo. Nem o barulho dos helicópteros
Foram capazes de abafar os tambores da tribo.
Eles olham pra baixo e juntos gritam;

- Uraaaa!! Viva águia selvagem.

Os dois se beijam eternizando assim a Lendária tribo Apache.


Atos do autor.

12 dias se passaram.
Espero que tenham apreciado esta obra literária tal como foi escrita! É de cunho saber, é composto de verdades e muita ficção. O leitor, ha. de ter entendido o que é justo e injusto, o que é licito e ilícito. A compreensão, obviamente parte de um ponto, em que os homens degradam o meio ambiente. Defraudam a floresta e não compõe o que retiram dela. Passa, a saber, que existem meios adequados de colher e plantar cada uma destas sementes que oras está levando daqui. É uma beleza exorbitante, infinita.
O homem saberá dar seu valor, creio nisto. A serra do cipó existe até os dias de hoje, e permanecera pra todo o sempre com a ajuda dos homens ou não. Tupã é o criador... Nós a criatura Dele. Contava que certo Juquinha por aqui passou, contando Historias da tribo.
Da imaginária e lendária...






A TRIBU'S

29/07/1969


FIM
























































































































































































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