sábado, 15 de maio de 2010

A BRUXA DE MAHATMA


Tonnypoeta











A BRUXA DE MAHATMA




AUTOR



Anthonny Guimaraes Ramos
Direitos autorais reservada-Lei 9.160/98
Copyright TonnyPoeta




COLETÃNEAS ROMANCES BRASILEIRO




Gráfica e Editora Flora Sant Ana
Minas Gerais ----- Brasil
Tonnypoeta



HALLOWEEM

PARTE I


Os magos cultuam as bruxas ao norte da Inglaterra. Mister Johnny dela Costa é uma lenda no meio delas. Isto virou mania no mundo precisamente no final do mês de outubro. Contam que, as crianças saem ás ruas com doces e mascaras de feiticeiras, cada uma mais feia que a outra assustando todos que encontram pelo caminho. Se você tem nervos de aço, e ainda não conheceu Márcia a bruxa de Mahatma. Prepare-se! Ela vem surgindo nas colinas da Ilha Grande local de sua residência Rio de Janeiro, numa remota cidade interiorana, cercada de ilhas. E nada a impedirá de transformar qualquer um em sapos, ratos e outros bichos, talvez o leve para conhecer seu castelo, tomar um banho de raiz, ou ser comida de um dos seus bichinhos de estimação. Márcia, sedutora e encantadora. Mora ao sopé do Pico do Papagaio. Ele mede mais de novecentos e oitenta metros de altitude. Aonde existe uma cachoeira sua altura mede uns cem metros. As noites, quando saía pelas encostas da serra, colhendo cogumelos pra fazer suas poções mágicas, encontravam uns e outros transeuntes e os transformavam em seus brinquedos de estimação. Ela toma banho em uma panela de ouro. Sua magia não tem limites.

A BRUXA ESTA SOLTA

Rio de Janeiro 31/10/1960

Johnny e Vick voltam duma reunião do jornal Gazeta e são precisamente vinte e duas horas quando eles ouvem uns gritos. Havia um homem sendo espancado por uns pivetes no calçadão da praia de Copacabana. Eles entram na briga pra salvar um senhor que estava sendo assaltado naquela rua. Eles estavam com os rostos tampados pra não serem reconhecidos. Mas quando percebem que Johnny e Vick estão se aproximando...
Intrusos sabem brigar, esquecem o assalto e saem correndo.

- Machucou-se meu senhor?

Perguntou Johnny.

- Que nada meu filho!
Eles queriam meu dinheiro, mas se não fosse vocês, teriam conseguido.
A propósito meu nome é Freud!
Posso lhes pagar uma bebida?

- Obrigado meu velho!
Deixe pra outra hora.

- Por um momento, poderia jurar que ouvi um piado de coruja!

Disse Johnny.

- Mas é impossível. Aqui em plena praia um sujeito sendo espancado?
É de se espantar mesmo!

Disse Vick

- O senhor insiste em pagar-lhe o favor.

- Fica pra outro dia meu senhor!
Temos de encontrar com uma pessoa que nos espera.

- Johnny...
Acredite! Novamente este piado de... Sei lá o que! Mas... Eu vi um vulto de coruja!
E ela esta nos seguindo desde quando saímos.
Do bar da rua caetés.

- É possível isto?

Disse Vick

- Verdade! Mas...
Vamos tentar ludibria-la e entrar na primeira curva a esquerda.

Disse Johnny.

Eles caminham olhando de vez em quando para os lados tentando encontrar alguém.
Johnny fica pasmo quando vê os prédios do centro da cidade estão aos escombros. Não tem mais prefeitos nesta cidade? Será que deixaram as bruxas tomarem conta disto aqui? Onde estão os bondes que estavam nestas ruas?

Perguntou a Vick

- Em que mundo você vive menina?
Os bondes existem há algum tempo.
Estamos em 1960.


- Será que estão atrás de drogas? Dinheiro ou algo mais?

- É provável que sim! Está desviando grana por todos os lados, lavagem de dinheiro aqui no Rio? É uma horda selvagem que nem a policia consegue impor ordem.

O tempo passa e eles ouvem um piado de mau agouro.

- Johnny
Acho melhor nos apressarmos!
Isto aqui esta me cheirando a intriga. E das grossas.
Depressa.

Eles dobram a esquina e entram em um bar. Vick esbarra com uma pessoa que estava saindo na correria. Estava vestido de um manto preto, trazia um capuz escondendo o rosto. Na verdade, ele, ou, seja quem fosse, estava com muita pressa. Johnny pega nas mãos de Vick e senta na primeira mesa a sua frente. Mas tudo estava em silencio! Não havia uma alma viva pra contar a historia. Estavam quatro pessoas espalhadas ao chão, três homens e uma mulher.

- Johnny vê o que vejo?
É uma...

- Sim! Houve uma chacina por aqui, será que?
Aquela pessoa que passou por nós tenha feito isto aqui?

- Johnny
Este aqui deveria ser o dono do bar!
Que arma pode fazer um estrago destes?

- Vick...
Eles usaram silenciador pra dar alarde.
Vamos dar o fora daqui antes que surge alguém e nos encontre aqui.

Pouco depois eles se encontram numa estrebaria, onde servia café noturno.

- Bruxas?
Elas estão por toda parte!

- O que?

Pergunta Vick

- Sabe amiga! Deve ser o perfume da quaresmeira! Alguma coisa esta atraindo elas até a esta cidade. Nada é tão perigoso quando elas se sujeitam a descer as montanhas. É pra pensar no que realmente viera buscar aqui. Fiquei assustado quando vi um vulto nos seguindo mais agora tenho certeza de que são elas. É nesta época do ano que elas descem a “montanha” sagrada. O vento assolava as janelas do bar onde eles estavam. O lampião se apagou, e mais outro que se encontrava encima do balcão. Restando outros dois nas extremidades das portas quando Entra um homem, e eles ficam olhando, parecia que estava seguindo alguém, como a um cão que farejava alguma coisa, ele por um estante olhou pra Vick e Johnny. Estes tentam disfarçar e ficam imóveis. Até que vai se sentar numa mesa no canto do bar.

- Johnny!

- Que foi?

- Estou com medo!

- Fique calma! Nada sairá errado.

- Acho que eles estão nos procurando?



- Vamos tirar isto a limpo Vick, e vai ser agora.


- Johnny se dirige até a mesa do individuo e;

- Posso sentar-me?

A pessoa responde que sim;

- À vontade Johnny!

- Você me conhece?

- Sim! Quem não conhece você na face da terra! Mister Johnny a sombra da noite!
Você não engana mais ninguém!

- Quem é você?

- Meu nome é...
Posso confiar na moça que esta contigo?

- Claro! Ela é minha amiga.
E de inteira confiança.

- Tudo bem! Venho de um lugar aonde o mundo esta de cabeça para o alto.
Eles me mandaram encontra-lo.

- Eles quem?

- Os espíritos dos tamoios! Eles estão soltos novamente.

- Tamoios?
Os canibais? Isto já é coisa do passado! Ainda existem índios?

- Pode me explicar melhor?

Pediu Johnny ao visitante.

- Como disse, venho buscar você. A vida na selva esta desatinando tudo! Estão roubando os diamantes azuis. Estão furando o coração da terra. Homens por toda parte, invadiram ao Sitio do forte, do seu pai e prenderam uns e mataram outros depois, fizeram de escravos o restante. E em seguida eles fugiram para Pico do Papagaio.

A pessoa resolve se apresentar.

- Sou...

- Márcia?


- Sim! Márcia a flor da terra!








Márcia
A índia branca dos tamoios! Retira o capuz que cobria o rosto, mostrando uma índia mestiça da tribo dos tamoios de belos olhos pretos, cabelos pretos, e bem abaixo dos ombros traz um colar indígena, por baixo daquele manto uma índia de puro sangue selvagem. Na verdade a tribo dos Tamoios era poucos os que não tinham os traços de Márcia.


- Ainda que me preocupasse com você, nunca o esqueci.
Johnny a grande alma dos tamoios!
Quem é esta que anda com sombra da noite?

- Esta é Vick!
Uma amiga.

- Ora Johnny abaixou as armas?
Os turistas estão de volta á montanha sagrada!
Retirando seu “sangue” e só nós podemos fazê-los recuar.


- Johnny...
Esta mulher é uma...

- Sim Vick!
Esta mulher é uma índia branca! Dona de muita magia. Seu nome é Márcia!
Seus olhos negros não enganam mais meus olhos! Por mais que o tempo se passou, ela permanece uma linda bruxa! Tome cuidado com ela, tem o rosto de um anjo, mas é um demônio selvagem.

Ainda continua com aquelas poções de...

- Vai devagar mister Johnny! As bruxas não existem mais.
Fazemos uns truques apenas pra espantar curiosos.
Ha., ha., ha.

Na verdade a Márcia é filha da bruxa Nilda! A terrível bruxa Nilda.
Transformou muitas pessoas em ratos e os enviou pra uma cidade no interior
De Mahatma em Londres.

- Somos amigos de infância!

- Só isto?
Pergunta Vick.

- É!
Agora...
Flor da terra pode me contar o que realmente esta acontecendo?
Conte-me como foi tudo na fazenda de meu pai.

Pediu Johnny.

- Esta bem!
Era noite de lua cheia, quando estava eu e umas amigas, num acampamento nos arredores dali, nos preparando para o Halloween, dia das bruxas. Ao luar da noite nos parecia ter ouvido tiros e saímos em disparada pra ver de onde saia tanto barulho.
Vimos muita correria por perto de sua casa, fomos averiguar. Sabe? Foi duro ver toda aquela gente morta espalhadas pelo chão.

- Mortas?
Sim!
Todas mortas, não pouparam nem as crianças.


- E meus pais?

- Lamento sombra da noite! Vi sua mãe abraçada á seu pai, deitados numa cama.
Era tudo muito medonho! Parecia coisa de bruxaria! Colocaram uma cruz e duas flores roxas ao lado do deles. Parecia quaresmeira... Era isto mesmo! Tinha um odor forte de morto.

- Quem pode ter feito esta crueldade com meus pais?
Sabia que alguma coisa estava acontecendo! Aquele odor de flores quaresmeira!

Disseram algumas pessoas que eles eram os coiotes.

- Coiotes?
Mas eles não são daqui do Rio da Ilha Grande?!
O que deu neles?

- Quando vim a esta cidade, pra estudar e voltar pra ajudar meus pais na lavoura!
Administrar o sitio do forte. Pra nada! Pra nada poder fazer agora.
Meus pais mortos, Talvez não sejam mesmo os coiotes? E Tenho minhas duvidas! Meu pai os tratava com amizade de pai e filhos.


- Depois de um tempo, você não vale mais nada! É tratado como bicho.
A fragilidade seja situação ou contraditório sempre existirá violência neste mundo.
Ainda não será desta vez que vou ser feliz. Vou caçar um a um.



Disse isto e encostou a cabeça nos ombros de Vick tentando esconder as lagrimas.
Aprendi que o tempo não é algo que se possa voltar atrás.


- Vamos até o Rio de Janeiro, de lá iremos á ilha grande.

- Seus pais moravam lá?


- Sim! Vick! Quer vir conosco?

- Claro que sim! Não perderia este furo de reportagem pra nada neste mundo.

- Só pensa em ser famosa em?

- É o que meu diploma requer!

- É uma ruiva abusada e ainda por cima com mania de grandeza.
Ousada e linda, mas só pensa em um grande furo.
Não se esqueça da missão do jornalista e seus juramentos.

Disse Johnny.




Vick... É assim! Uma morena de 1,78 de altura, cabelos cacheados, na cor castanha bem abaixo dos ombros quase se encostando aos largos quadris. Veste jeans, usa sempre uma botinha meio cano. O nariz empinado, estilo francês. Os olhos são verdes. Filha de franceses nasceu no Brasil a boca seduz a alma. Tem os traços de uma modelo.


- Partiremos pela manha. Vou ligar agora mesmo para reservar as passagens.
Primeiro... Vamos pra minha casa fica aqui perto farei alguns contatos, depois iremos descansar. Depois de arrumarmos as malas partiremos.


- Quanto tempo pra chegarmos a esta tal montanha sagrada?


- Não mais que três dias Vick.

- Tudo isso?
Mas pensei que era um dia!

- Ah pensou!
Vai pensando menina.


- Iremos até minha casa, depois traçaremos uma trajetória do que poderemos fazer pra chegar às terras do sol.
Tudo tem que ser calculado ao seu tempo.







PARTE II

Johnny está sentado perto da lareira de sua casa quando Márcia se aproxima e senta pertinho dele.

- Amor!
O que faz a estas horas acordado? Tomando um vinhozinho?
Não vê que temos uma longa caminhada pela frente?

- Calma Márcia!
A meditação faz parte de um ritual.
Que prezo muito.

- Meditação? Sei disto!
Que ritual homem de Deus?
Só se for...


- Só se for?

- Deixa pra lá!
Johnny.


- Não me leve á serio!
Devo estar exagerando minhas fantasias!
Quanto a você e eu.
Deixa estar!


- Ainda não me esqueceu Márcia?


- Como?
Eu? Não amor! Mesmo que tenha resistido ao tempo.
Oras John! Nem tudo me é permitido sonhar ou fazer!
Sabes o que meu coração sempre quis! E quer o seu.


Ela se aproxima de John, e senta pertinho com o rosto colado no dele. Abraça-o apertado com carinho. E o beija. Aqueles dois não se esqueceram um do outro. Aqueles olhos de jabuticaba sedutores, ninguém os resistia! Quanto mais Johnny que procurava esquecer este amor. Descrever Márcia é tarefa árdua pra um ser humano! É uma morena clara, com um sorriso cativante, a boca é sedutora e induz ao beijo. Quando ela sorri emiti uma alegria contagiante, Márcia é pura paixão.

- Ele me ama de paixão!
Não me esqueceu!

Pensa Márcia...

O tempo não pode apagar este amor. É o único de minha vida! Recordamos o passado juntos, mas só um olhar nos espera, ainda somos fogo e pimenta, é o único a quem pertence minhas alegrias, Johnny é o único que beijei nestes anos de minha vida. Longe é um amor que beijei nestas noites enluaradas! Que fizeram de mim uma utopia sem fim! Alias este homem deveria ser... Mesmo meu há muito tempo.

E eles adormecem um colado no outro debaixo de um edredom quando...
O vento começa a assolar tudo. Uma tempestade vem se formando no norte! As janelas da casa começam numa baderna infernal! Tudo era de se esperar menos...

- Quem esta ai?
Apareça duma vez!


- Porque tanta pressa mister Johnny?
Sua hora esta chegando, seus pais já se foram mesmo! Só restou você.

- Felix? Que faz aqui?

- Esqueceu–se de que sua vida me pertence?
Seu pai me prometeu sua vida e esta chegando a sua hora de vir comigo.
Estava com saudades de você! O seu povo esta sumindo da face da terra. Esta tudo acabando! Os tamoios já não são mais os mesmo depois que você veio pra cidade.
Tudo acabado só você não vê isto.


- Oras meu cara!
Estamos em novos tempos! Aqui não tem nenhum besta pra encomendar a alma pra outrem. Os laços que nos ligaram no passado, já não existem mais! Nossos laços romperam-se eu não quero mais saber de aliança Entre nossas famílias.

- Não há mais nada a fazer então?


- Nada mesmo!
Tenho livre arbítrio, se sabes o que representa isto na vida de um homem.
Nada me fará fazer aliança com sua bruxaria.

- Livre pra voar.
Oh... Mahatma!
Quebrem as amarras destes laços que meu pai fez a este bruxo.

- Nisto ouve um estrondo! Uma parte da casa vai pelos ares. Johnny, Márcia saem em disparada procurando Vick.

- Vick estava dormindo o sono dos justos! Aliás, sonhava com você! Estava como uma pedra quando ouvi o estrondar da casa

- Minha nossa! Johnny?
O que é isto?

- Calma minha menina linda! Estou me desfazendo de um nó que me unia a este bruxinho. Venha comigo! Nosso passeio tem de ser retardado. Direto para a Ilha Grande.
Vamos para o aeroporto agora.

Johnny vai até um jeep estacionado na garagem de sua casa e sai em disparada.


- Corra Johnny!
A coisa esta ficando preta!
O que era aquilo vindo atrás de nós?


- Nada menina! Depois te conto.
É apenas mais um de meus inimigos.

- Márcia, você pode fazer alguma coisa?

- Sim, deixe comigo.
Zenda, zimbra, zombara
Muita sombra e fumaça aqui agora!

- Nisto uma cortina de fumaça surge atrás delas tampando assim a
Visibilidade de seus oponentes.

- Johnny agora pode acelerar.
Ainda bem que ele não sabe voar!
É verdade que se voa quando se esta amando alguém?

- Acho que sim! Vick, o amor é como a ventania!
Onde bate, arrasta quem estiver na reta.


- Parece que estou voando!
Michi o oshie kudasai

- O que disse Vick?




- Quer dizer em japonês: ensine-me, por favor! Quero amar... Muito.


- Tudo isto é mesmo sonho! Estava agorinha mesmo perto de ser declarada mulher apaixonada quando ando sonhava com você.
Eu mato este tal de...

- Felix!
Este é seu nome. Um bruxo da mais alta dinastia que veio atrás de mim, em espírito.
Capaz de transporta-se em segundo pra qualquer lugar do mundo com suas mágicas. Sei que existe um ponto fraco e ele tem medo de ser descoberto. Haverei de encontrar uma maneira de persuadi-lo a contar sem que perceba este seu lado camaleão. Ele não estava aqui realmente, era sua sombra. Fique tranqüila! Ele nada pode fazer sua mente esta aqui, mas seu corpo esta longe, bem longe.



- Pelo que sei...
Disse Márcia,

- Camaleão é o mesmo que lagartixa?

- Não menina!
Ele se transforma em animais, pessoas e esta em todo lugar.
Dorme de dia. Assim, acho que é seu ponto fraco.
Parece mais um vampiro que um bruxo.

- Cuidado!
Olhe por onde andas seu sedutor duma figa!
Quer nos matar?

Vick ficou furiosa.
O carro quase cai num penhasco. Na noite todo cuidado é pouco. John contorna e se safa desta voltando o volante todo á sua esquerda indo se colidir com um barranco.
Johnny desce do carro e tenta fazer o mesmo com as meninas que ficaram presas entre as ferragens. Márcia fica tonta com uma leve pancada na testa. Vick reclama muito da dor de cabeça que surge com a batida. Eles saem e sentam numa pedra pra descansar um pouco.

- Johnny acredite... Fiquei com medo agora! E se eles chegarem duma hora pra outra? Como ficamos? Estou tudo arrepiada.

Márcia olhando aos arredores.

- Calma, já as tiro daqui! O carro esta em ótimas condições, é só levanta-lo e partiremos novamente.

- Mas amor! Tenho sede! Tem água por aqui?

- Sim!
Tome e depois dê um pouco a Vick também. Acho que vai precisar.

- E vou mesmo!
Depois desta acho que vou me aposentar de vez!

Dizendo isto Vick sai de perto deles e vai olhar a paisagem.

- Mas o que diabos são isto?
Meu Deus!
Venham aqui rápido!
O vale das sombras lá embaixo.


- É Márcia
Por pouco não caímos nele!
Não é possível!
Provavelmente entramos por estrada desconhecida.
Acho melhor ir com mais cautela desta vez.


- Estes animais já fizeram muitas vitimas por estas bandas.
Fiz uma matéria no ano passado em que os coiotes perseguiram uns turistas nestas bandas e só pararam depois de destruí-los! Quero sair daqui imediatamente John.

- Esta bem! Johnny! Mas se me acontecer alguma coisa você...

- O que vai acontecer Vick?

- Você vai me pagar caro se não chegarmos inteiros naquela montanha.

- Ah! Pensei que iria me deixar como já fez de outras vezes. Lembrem-se da escola?
Marcamos uma festa e esta maluca aprontou uma com o dono da casa. Queria quebrar tudo, por causa duma moça que deu um beliscão nas minhas nádegas ela ficou fula da vida. Mas... Isto é passado.

- Olhe! Já estamos chegando ao aeroporto
E nosso vôo sai dentro de dez minutos.


- Senhores passageiros do horário das...
Olhe é a nossa vez de embarcar.






Eles estão chegando pela manha a um acampamento militar quando se aproximam sente um cheiro forte vindo duma outra sala alguns corpos estraçalhados se viam estendidos ao chão.

- Será que...

- Isto mesmo Márcia!
Uma chacina! É melhor termos cuidado pode ter...

Johnny fica de boquiaberta vendo aquela cena á sua frente.
A noite se aproximava.

- Eu não vou dormir neste lugar de mortos! Sabe-se lá se eles transformam em mortos vivos e...

- Pode parar com este drama Márcia!
É impossível...

- Alguém ai tem...

Algo se movendo se levantando e...
Quando ele parece que vai dizer fogo...
Johnny da-lhe um ponta pé ele se precipita no chão Johnny parte pra cima dele com tudo! Dando-lhe chutes pra tudo quanto é lado, agarra-o pelo pescoço quando...


- Esperem! Sou o sargento deste exercito mortos. Sobrevivi por pura sorte ao massacre dos cães. Afinal? Não sei se eles eram cães ou homens! Podia jurar que...
Eram lobos humanos, eles chegavam de toda parte. Escondi dentro de um barril de rum.


- Por isto fede tanto homem?

- Queria o que John? Antes viver que morrer como os outros.
Este cheiro é dos meus mortos!Tive de fazer destes corpos minha salvação. Senão morreria. Os cães não toleram este cheiro! Ainda bem! Mas e as flechas? De onde elas vieram? Se eles são cães... Que eu saiba, cães não atiram flechas. Meu Deus.

- Esta bem, faz quanto tempo esta aqui...?
Como se chama mesmo?

- Falcão! Sargento falcão, da terceira infantaria militar. Faz cinco dias que estou tentando sair deste maldito lugar. Dizem que existe uma saída deste inferno! Mas, até agora não encontrei nada por aqui, além de mortos de fome. A propósito tem algo pra se comer ou beber? E os reforços? Estão chegando?


- Pobres diabos, esta delirando de fome e sede e ainda encarcerado neste fim de mundo.
Tome este pedaço de pão! Por enquanto é o que resta dar-lhe.
Acho que te conheço de algum lugar! Talvez de...

- Londres?

- Sim Johnny! Acho que de lá mesmo!
Estive assistindo palestras sobre combate militar por uns tempos na faculdade.

- Evero! Estive lá com uns amigos meus!
Foi lá que conheci minha ex-mulher!

- Porque ex-mulher?

- Ela morreu. E acho que foi algum tipo de macumba.

- Como foi isto aqui?

- Isto tudo só pode ser alguma bruxaria!

- Todos marcados pra guerra.

Disse Vick olhando pra Márcia.

- O que vem de baixo não me...

- Calma menina...
Não vê que temos uma situação delicada por aqui?

- Você viu... Ela esta me provocando! Tire esta guria de perto de mim senão...

Disse Márcia.

- Vamos manter a calmaria por aqui! Deixe mos de lado toda e quaisquer briguinha pra outra hora.

- Ela não sabe com quem esta brincando. Olhe que a....

- Deixe as bruxarias pra outra hora Márcia.

- Tudo bem John.

Estão todos apavorados com a situação atual. Resolvem dormir em outra sala mais limpa. Encontram varias camas dos soldados ainda em plena bagunça, acredita-se que ao soar do alarme, todos se dirigiram até a outra sala e por ali foram atacados. As meninas limpam tudo aquele lugar, e deixam como novo em pouco tempo. Depois se acomodam nos quartos


- Vick?

- O que foi meu amor?

- Preciso te contar uma idéia que me surgiu há pouco.
Sente se perto de mim.

- O que pode vir desta mente sedutora? Quer dizer que vai jogar-me no chão
Beijar-me depois fazer amor comigo? Diz que...

- Devagar com o que vai dizer ou fazer! Não sou de pedra!

Antes que ela fala alguma coisa...
Johnny aperta aquele corpo quente ao seu e beija sua boca rosada depois seu rosto, seu pescoço e cheira seus cabelos e os dois rolam de um lado pra o outro, numa frenética sedução.

- Fica comigo esta noite... Meu amor!
Durma aqui... Coladinho no meu corpo.

- Johnny.... Vai devagar meu amor! Sou quase virgem. Rsrsrsr.

- Pois sei! Virgem dos lábios de mel?
Âhâ. Conheço do que falas meu amor.

- Muito, mas muito mesmo? Vem e deitar aqui nos meus braços. Quero sentir você meu querido.
Sonho com você todas as noites de minha vida! Não via a hora de fazer um passeio com você, mas... Só nós dois.

Seus corpos suados se fundem na noite. Lá fora, uma chuva fina e fria cai serenamente. Aqui dentro, o quarto... Era o fogo e a pimenta se misturando entre uma e outra caricia
Vick roça os lábios nos dele, insinuando cada vez mais ao prazer inusitado daqueles dois.

- O que queria mesmo me contar mahatma?

- Nada, acho que me esqueci! O meu mundo agora é outro!
Acho que me perdi nos seus lábios! Neste seu olhar de menina linda que é você. É uma mulher envolvente, um doce veneno que me satisfaz. Sei que minhas mãos e pernas estão tremulas destes seus beijos e abraços, corpo delicado, cheiroso gostoso. Sabe? Alguma vez já beijou alguém e sentiram que já beijou outra com mesmo sabor? Parece-me que já havia te beijado antes e não me lembro quando e onde! A luz de seus olhos ilumina minha alma. Quis fugir de seus encantos, mas é impossível resistir a estes teus beijos.

- Já me beijastes antes.

- Como disse?

O dia vem amanhecendo!
As estrelas se foram deixando o sereno da madrugada invadir a montanha! Era tudo uma maravilha de manha. Agora é possível raciocinar melhor.
Tinham uma missão pela frente.

- Acho melhor...
Sairmos depressa deste antro de defuntos.
Depois de tomar um café, iremos ter com os abutres da montanha.








PARTE III

Amanhecer na serra é assim mesmo!
Sereno, chuva fina e flores multicores.

- Livre! Completamente livre, me sinto encantado com o ar da serra!

Márcia disse-me que é o despertar da consciência, que trás algo assim meio mágico.
Houve momento em que Johnny ficava observando Márcia se deliciando com as gotas da chuva que descia as encostas da serra. Vick fica da porta observando tudo.

- Não é difícil imaginar um mundo assim! Tão lindo singelo e gratificante, uma obra de Deus!

Disse Vick á Johnny, e depois saiu de perto da porta, que dava de frente com a paisagem inconfundível do dia.

- Os meus olhos estão com saudades deste andar de menina travessa! Deste clima desta terra. A natureza é Deus nos amando.

Não tarda, e a chuva toma outro rumo, enquanto Johnny e seus amigos se preparam para subir a montanha do vale pela direita da encosta, aonde o mato é menos intenso!
Quero lembrar de que é preciso ter muita energia para desbravar a fúria destes coiotes que se encontram nas margens dos rios, infiltrados em cavernas e casas de palafitas.
O povo indígena é um camarada até certo ponto. De amistosos tem quase nada!
Mas quem cruzar seus caminhos é bem provável ter vida curta. Quando eles já se encontravam bem distante da reserva, Vick olha A trás e vê uma imensa cortina de fumaça que vinha da base militar, Johnny pega um binóculo e avista o estrago que a fumaça estava fazendo no acampamento militar. O militar que estava indo com eles, escapou por pouco de ser queimado vivo.

- O que pode ser Johnny?

- São os tamoios! Eles estão nos seguindo.
Vick! Eles fazem assim,quando invade uma propriedade e tudo o que eles encontram destroem ,são como uma horda selvagem algo os assustaram pra saírem em pé de guerra!
É melhor nos apresarmos! Podem estar atrás de nós em poucas horas, e se caso estiverem nos perseguindo, devemos andar mais depressa, e chegarmos ao vale da manhã sem parar pra nada.
Vamos então?

- Claro!
Responderam sem demora.

Depois de andarem por longas horas, eles param numa clareira para um repouso.

- Johnny aqui é um bom lugar! No meio da selva perto dos coiotes.

- O que disse?

Ela soletra;

C.O.I.O.T.E.S


- A montanha esta cheia deles!

Bateu um arrepio na alma de Vick... Aquele nome era de meter medo em qualquer um.
O assunto era do momento os olhares estampados em seus rostos demonstravam tudo. Ainda balbucia no silencio na selva os destemidos coiotes vivem por estas bandas faz muitos séculos. O que os atormenta é a invasão dos Garimpeiros e os traficantes que estão por trás de tudo isto. Degradam solo extraindo os diamantes azuis. Portanto, os coiotes estão se preparando pra uma inevitável guerra. Um povo que habita em cavernas, com hábitos medievais. Existem alguns deles que são canibais.

- Esta triste as coisas por aqui!
Não estou gostando nada deste silencio! Algo não me cheira bem!

Disse Márcia.

Quando ela ia abrir a boca mais uma vez.

- Cuidado Johnny! Índios.

Ele se vira e agarra o primeiro que parte pra cima dele, aplica-lhe um soco na nuca e este vai cair de cara no chão. Aparecem mais outros quatros armados até os dentes com pedaços de pau invadindo o local onde estavam o militar e Márcia. Este atira na cabeça de um deles, e passa-lhe uma rasteira derrubando no meio das arvores. Depois parte pra cima dele e atira no coração, o que o deixa fora de circulação. O outro... Vick atira uma faca no meio do peito dele, o qual foi de espanto pra todos, ele cai pelo penhasco a fora.
O outro foge pelo mato.

-Como fez aquilo?
Perguntou Márcia.

- Ora bruxinha! Apenas mirei e atirei no rumo dele, a faca só fez o resto, atolou até o cabo..

- John é melhor escondermos os corpos destes infelizes!
Vejam! São homens disfarçados de índios.

Disse o sargento falcão.

- É verdade mesmo! Eu imaginava isto desde cedo!
Pode ser que os tiros tenham atraídos mais destes coiotes!
São os coiotes da Márcia.
Há há há

Estes que são os...

- Seus coiotes Márcia?

- Sim! São os homens maus. Eles pintam assim, desta maneira quando estão querendo roubar turistas como vocês e. Depois a culpa cai em cima dos índios. Acho que estão com ódio de nós! Vamos embora! Já perdemos muito tempo por aqui. Estes ladrões são implacáveis quando querem roubar.


- Diz a “lenda” que um espírito anda pela selva protegendo os índios. Não perdoam ninguém, que os importunarem.

- No fundo Johnny, sabia que era uma missão difícil, tinha hora pra começar e pra terminar somente depois que gerar paz, e isto era de se desbravar muita mata e destruir homens maus.

- Até que enfim, eles chegaram ao escritório de Alan, o homem da mineradora.
Eles são recebidos com certa indiferença, pois o que queriam eles no centro da selva?
Era uma região de extração de diamantes clandestina.

- Alan se aproxima e os convida a entrarem.

Johnny fica observando os arredores enquanto, Vick e o militar disfarçado se infiltram no meio dos garimpeiros que estavam descansando por perto da cabana. Eram muitos, não dava pra contar e um pouco mais a distancia, alguns homens armados faziam a guarda. Era melhor entrarem pra saber o que Johnny e Alan estão discutindo.

- Estava esperando por você! Mas não sabia que estava acompanhado!

Disse Alan.

- Sabia que sai do Rio? Como o sabia?

- Calma sombra da noite!

- O que?

- Sombra da noite, não é assim que os índios tamoios o chamam?
Sei que ganhou este nome por defender estas tribos no passado.

- Se me conheces, sabes bem o que vim fazer aqui.
Porque esta atormentando assim os coiotes?
Muitos estão vindo pra este lugar e acredito, não terás paz enquanto não os destruírem.

- Que venham! Temos munição de sobra, e reserva de comida pra muitos dias.

- Como? Não os teme? Acho imprudente ficar aqui.

- Como disse nada me fará sair deste lugar, mesmo que...
Quando estava por terminar de falar.

- Patrão venha ver!
Sua filha...

- O que aconteceu a ela?

- Este guarda que fazia sua segurança chegou aqui dizendo coisas por coisas e nada disse.
Mas voltou sem Caroline.

- O que foi seus incompetentes? Deixaram minha filha nas mãos dos coiotes?
Quais deles? Os...

- O individuo resolve falar.
Desta vez meu senhor, são mesmo coiotes.

- Estávamos acampados perto da montanha conforme o senhor nos ordenou, mas caímos numa armadilha e fomos feitos reféns deles! Eles me deixaram partir pra te contar isto:
Saiam de nossas terras homens brancos ou todos morrem. Era esta a mensagem que tenho pra o senhor.

Johnny e os outros observam tudo de perto será que eles sabiam dos homens disfarçados?
Márcia, não tirava os olhos das pedrinhas que eles embalavam em sacos e mais sacos, depois os escondiam em um carro em cima de trilhos. Contrabando. Pensou ela. E agora, Carolynne a filha de Alan esta nas mãos dos índios, como deixa-la a mercê da horda selvagem? Muitos pensamentos passavam pela cabeça de Alan. Mas é impossível arranca-la das mãos dos selvagens a não ser... Johnny. Que mesmo conhecendo seus hábitos era tarefa desmedida pra arriscar seus amigos. Mas John faz um trato com Alan, se acaso trouxesse Carolynne, eles deixariam as terras dos coiotes. E este afirma que sim.

- Muito bem quero minha filha sem um arranhão! Não quero ver minha filha modelo internacional morrer nas mãos destes porcos indígenas.
Prometi a sua mãe que cuidaria dela.

Disse Alan.

Na verdade, Carolynne Mozelly vinte e um anos de pura paixão, é conhecida não mundo.
Como garota de Copacabana, e da moda como uma modelo de fino porte, tão bela que ofusca os olhos da gente! Cabelos lisos, abaixo dos ombros, boca rosada, os olhos de águia, pele morena clara, muito sedutora. Sei do que falo, se a vi por muitas vezes e pessoalmente fui apresentado por sua mãe Eliet Mozelly. Meu coração de poeta, digo meu coração de poeta, ama esta menina! Não me queira o caro leitor imaginar outro flerte, ou mesmo tenha lhe passado uma paixão, liga não! Nós apaixonamos por tudo o que descrevemos. Carolynne, após ter saído de férias do Rio. Fez um curso de teatro, na cidade mineira de Belo Horizonte. Fez participação num dos clubes mais cobiçados e agitados na função de uma das bailarinas do galo vingador. Veio espairecer um pouco numa das fazendas de seu pai, fazer este roteiro rumo a “selva” direto atrás do pai, mesmo não aprovando sua maneira de querer ficar rico da noite para a madrugada. Carolynne estava disposta a desviar seu pai deste ato impensado, pois o mesmo estava sob as ordens de outros mandantes que não se sabe ao certo quem esta por trás disto tudo, talvez seja mais crimes políticos.
Uma lavagem de grana, assim como lavam os diamantes.

- Bem, é melhor nos mostrar o lugar aonde pode ter sido possível feito refém de Carolynne. Temos de resgatar esta menina antes que o mal aconteça.

Disse Johnny ao peão que estava com ela horas passadas.

- Pois que bem! Venha comigo.

- Como aconteceu isto?

Perguntou Johnny.

- Sabem estávamos sentados bem aqui quando ouvimos um estrondo debaixo de nossos pés, daí depois a terra veio abaixo! Desmoronou tudo, caímos lá embaixo, e quando acordei, a menina moça havia sumido. Quando percebi uns passos mais adiante, foi quando a Carolynne estava sendo arrastada pelos cabelos por uns índios esquisitos em marcha de guerra olhe me pareciam furiosos. Ela olhava pra mim tentando uma buscar ajuda.

- Mas, e os outros que estavam com vocês?

Todos mortos, tudo foi tão rápido que eles nem me viram no meio da terra.

- Vamos seguí-los. Mas é melhor que sejam poucas pessoas. Vick é melhor que fique, pode ser perigoso por trás desta montanha. E você Márcia, como já conhece melhor estas trilhas, venha comigo, quanto ao sargento, sua estratégia de combate, pode ser útil.


- Eu não quero ficar aqui com estes trogloditas.
Vou com vocês! Eles não me metem medo, mas é melhor não arriscar minha pele morena.

- Talvez seja melhor você perto de mim! Alias não confio nestes garimpeiros.
Vamos partir.

Era visível a preocupação que tinham com os amigos. John era prestativo, era preciso abordar os índios na sua morada antes que seja tarde.
Não tarda e eles encontram os rastos de pegadas deixadas pelos coiotes.






PARTE IV

A chuva que caiu anteriormente deixou muitos rastos e barreiras caídas pela estrada, e isto dificultava o trabalho, até que chegam a uma gruta onde as pegadas seguiam. Estavam armadas com rifles facas e umas dinamites, pra um caso eventual ter de explodir paredes ou coisa parecida. Na verdade, não tinham expectativas de reencontrá-la sem lutar. Encontraram uma caça desfigurada dentro da gruta, e logo depois outra, eles haviam passado por aquelas bandas poucos minutos.

- Como será do outro lado Márcia?
Esta me parecendo uma aventura e tanto!

- Acho que tem um punhado de índios fedidos loucos pra comer esta sua...

- Sua língua não é isto que ia dizer bruxinha duma figa?

- Fique na sua ruiva oxigenada! Olhe que te lanço um...
Cuide de ficar calada senão estes fedidos que você disse, pode escutar pelas paredes desta caverna.
Espere...
John tem algo me cheirando mal por aqui!
Esta muita quieta e isto aqui.

Um vulto a distancia é vistam por Márcia, eles deitam no chão da caverna, ficam imóveis esperando uma reação de seu seguidor. O que não aparece. O sargento resolve por conta própria ir averiguar, e sorrateiramente segue alguns passos e vê algo se movendo nas paredes da caverna. Sem perceber ter visto os seguidores, volta-se e conta para Johnny.

- É melhor sairmos o mais rápido daqui! Tem uns cinco homens nos seguido, e cada vez que olhamos para trás eles se escondem nas frescas das paredes.

Nisto debandam uma correria deixando seus oponentes sem saber o que fazer. Entram noutra caverna e depois, encontram uma saída daquele inferno. A idéia era de que encontrasse uma pista de Carolynne


NAS CURVAS DO RIO ACAIÁ


Eles encontram um riacho de águas cristalinas ao encontrar uma fenda na montanha. Ficam de olhos vidrados com tamanha beleza da natureza.
Deus as fez tão belas! Singelas e... Cabe a nós protege-la.

- Esta quem vai dar nome sou eu! Rio Acaiá! Pronto, já dei.
“Nas curvas do rio acaiá, deixei meu coração”.

- Espere ai Vick! Encontra uma terra aqui e outra ali e já vai dando seu nome?
Esta caverna já tem nome e sobre nome!
É a gruta da deusa cobra.

- Meu Deus!
Serpentes? Cobras?
Sim!
Porque tem medo de cobrinhas?

- Claro! Tenho pavor de ser enrolado numa delas.
Outro dia li numa matéria em um jornal, que a pessoa morre lento com veneno delas e que dói não é a picada, mas a quantidade de veneno que é expelido dentro de suas veias. A morte vem em questão de segundo.

- Não tenha medo Vick!
Eu te protejo.
Aqui nesta rocha tem um segredo é só descobri-lo e... Existe um meio de abri-la, mas esqueci da ultima vez em que estive aqui era ainda uma adolescente.
Mas acho que...
Pronto! Vejam a saída é esta aqui nestas linhas pontilhadas,


Ela aciona uma alavanca e abre-se um céu azul que mais parecia um jardim do éden. E em seguida aciona outra pra fechar atrás deles, no qual aparecem das fendas águas cristalinas inundando a caverna anterior deixando quem estivesse seguindo eles sem nenhuma condição de continuar sua tarefa.

- Bem aqui estamos!
E vejo que estamos mesmo de sorte! Tem umas pegadas que continua na trilha que se vai rumo norte.
Acho melhor pararmos, e depois continuar esta missão.

Disse Johnny.


- O mais curioso que impressiona é este mundo aqui!
Sinto-me livre pra gritar chorar, fazer tudo que um homem não faz na cidade grande.

Disse o militar.

É bem provável que exista mesmo paz neste mundo quando se encontra um lugar assim! É os homens ainda querem destruir roubando os diamantes e outros minérios existentes por aqui. Até parece que não existem ambientalistas neste nosso Brasil, ou são corruptos! Só se preocupam em suas contas bancarias No exterior.
Enquanto isto... Morrem milhares de pessoas com fome e sede, morando em habitações precárias.

- Vamos, afugenta-los pra longe! A natureza deve prevalecer aqui e não os homens.

Pouco mais a distancia eles encontram carcaças de um avião DC-3 de alguma guerra, no passado ainda em quase total conservação.
Talvez esteja caído quando sobrevoava o terreno em baixa altitude.

Eles resolvem sair daquele lugar em busca de Carolynne, a filha querida de Alan, tudo isto em troca do assoreamento da terra.
Mas era questão de honra pra John e seus amigos salvarem aquela que nada tinha a ver com tudo aquilo que o pai estava fazendo.












Parte V1



- Deixe estar!

Disse Márcia,

- Daqui pra frente... Sei do caminho!

- Ah sabe!

- Sei mesmo!

- Só estou dizendo que sabe mesmo!

Disse Johnny.

- Sabes tanto que estamos...
Perdidos.

- O que?

Resmungou Vick.

- Quero sair daqui!

Ela sai em disparada sem rumo e Johnny vai atrás.


- Vick...
Volte aqui menina!

Sem responder ela infiltra do outro lado da ponte que os dividia.
Depois de muito procurar...

- Vick...
Porque que faz assim comigo?Você Não vê que estou tentando protege-la?
Aqui a selva é destemida, somente os fortes sobrevivem! Entre nós se torna um caso serio pra deixar que você saia assim! Tenha certeza do meu amor por você! Não vai fugir de mim agora! Depois daquela noite minha esperança ficou a flor da pele, sabe que você é minha de muitos tempos! Estas por acaso com ciúmes de Márcia?
Sabes bem o que sinto por você.

- É mesmo Johnny?

- Quero que fique bem perto de mim e...

- Mas o que é isto?
Afaste-se menina!
Isto aqui esta ficando perigoso!

Uma cobra arma o bote pra cima deles.

- Johnny? Johnnyyyyy!!!
Cuidado! Ela esta...

A cobra enrosca em John e ele fica sem fôlego.
Johnny esta todo enroscado e com muito esforço saca duma faca e desfere alguns golpes na fera que também esta enrolada em Vick.
Até que o sargento chega para ajudar a matar a cobra.

- Ela esta tentando nos arrastar pra dentro do buraco! Cuidado Johnny!
Socorro!

Ouve-se um tiro e a cobra
Solta John e Victoria.

- Demorou muito dar cabo dela sargento! Quase me esmagava com seu abraço!
Há... Que coisa gosmenta!

Disse Vick.

- Vamos tentar outra maneira mais fácil de encarar estes bichinhos que encontrarmos pela frente! Não é aconselhável destruir a natureza.

- Mas... Esta natureza queria nos matar.

Disse Vick.

- Tudo bem! Mas não exagere apenas uma cobra inofensiva.

- Há?
Sei bem disto! Herói duma figa.
Inofensiva aqui sou eu.

- Não leve a serio Márcia! Estamos no meio da mata perdidos, e a comida esta acabando, a não ser que encontremos a Carolynne hoje, teremos que matar uns animais pra comermos.

- Johnny...
Eu sou vegetariana! E sabes bem disto! Não como estas carnes de bichos do mato.
Se sairmos daqui... Nunca mais quero fazer uma matéria sobre diamantes e índios! Isto aqui é demais pra minha juventude!

Disse Vick.

- Tem que ter nervos de aço pra agüentar o tranco aqui.


Ilha Grande ano 1960

PARTE VII


Vick esta sentada perto de Márcia, sendo observadas pelo sargento Falcão.

- É... Somente Deus é luz! Somente Deus é capaz de proporcionar uma beleza assim!

- Você... Acredita em Deus
Márcia?

- Sim! Tupã muito poderoso, trás chuva, reveste a selva quando homens brancos a destroem.
Amo de paixão Tupã. Trás sol pra aquecer a natureza. Veja o quanto é belo este por de sol!


- Como pode sentir tudo este ar, este sol escaldante sendo uma bruxinha Márcia?


- Entendo... Vick, Mas sou bruxa por convicção minha.
Posso ir e vir aonde bem entender e com quem...

- Nossa!
Não seja indelicado amor!

- Não seria uma bruxa se fosse imposta pelos meus pais e pela sociedade do halloween.
Pra mim, tem de ser tudo natural, senão, seria apenas utopia de minha parte, viver tudo isto.

- Amo este por do sol!


- Tão belo quanto seus olhos!

Disse Johnny.

- Obrigada... Mahatma!
É bom ouvir isto de você! Sinto-me mais mulher quando se refere á minha aparência.
Intocável. Rsrsr rsrsr.

- Achamos melhor nós...

Nem terminou a frase e...

- Caramba! O que é aquilo vindo lá embaixo, Na beira do rio?




Vários deles, lá embaixo! Vejam a beira da praia.

Disse o sargento.

- E estamos no caminho deles. Eu disse pra não acamparmos na beira deste rio!
Agora olha só! Podemos ser visto a qualquer momento.
Vamos sair daqui. Apaguem a fogueira.

- Mas... Mahatma!
Pra onde iremos a estas horas?

- Calma, descobri uma trilha cheia de outros rastros, vamos por ela, assim eles não nos encontrarão.

- Márcia... Não esta na hora de fazer umas...

- Espere ai!
Nada de bruxarias perto de mim!

- Tudo bem sua Patrícia mimada! Mas fique longe de mim!

- É melhor mesmo!

- Márcia some no meio deles e reaparece na frente dos índios que já estavam perto deles.

- Um...
Fantasma!


Nisto eles lançam varias flechas sentido a Márcia, e estas vão diretas ao coração do corpo incandescente de Márcia.
Ela começa a falar um dialeto estranho, e com uma varinha solta uns raios pra cima dos índios que saem em disparada.
Maldizendo o dia em que nasceram.

- Pode vir agora pessoal! Os índios se foram.
O que você fez? Onde estão os sapos? As baratas? Os grilos falantes?

- O que?

Perguntou Márcia.
Ora sua metida a jornalista! Sou uma bruxa do bem! Não fico saindo por ai transformando pessoas em bichos.

- Pensei que... Mas e este ratinho aqui?

- Ratinho?
Onde?

- Só estava pensando se...

- Pensando morreu um burro!
Velho ditado.


- Sabe Johnny! Percebi uma coisa naqueles índios.

- O que? Por exemplo.

- Não eram índios.

- Não eram índios?

- O que vimos na trilha... São na verdade homens brancos disfarçados de tamoios.

- Tem certeza do que esta dizendo?
Porque motivo eles estão assim?

Perguntou o sargento.

- Vimos quando eles caminhavam pela trilha e...
Como disse a vocês! São homens brancos. Eles estão querendo colocar a culpa nos índios.

- Se for verdade isto... Quem poderá estar por trás desta sujeira?
Tenho minhas suspeitas de que pode ser um fazendeiro!

- Alan?

- Tudo leva a crer nisto!

Disse Vick.

- Depois que encontrarmos esta guria, a chave disto desmoronará.
Acho melhor ir atrás dos nossos supostos índios.
As suas pegadas são visíveis! Até cego vê isto!

- Peguem as armas! Antes do entardecer pegamos estes caras.

Disse o sargento.






RASTROS DE MORTE

Johnny e seus amigos seguem a trilha. E em poucos minutos, depois de atravessarem umas samambaias que estavam pela estrada, Johnny vê uma fumaça vindo do meio das pedras aproximadamente uns trinta metros dali.

- Cuidado! Eles não podem nos ver!

Disse o sargento falcão.

Ficam abismados com o que vêem.

- Caroline...
Seu pai nos mandou...

- Johnny chama bem baixinho o nome dela.

- Oi... Carol?
Sou eu Johnny.

- Johnny... Ajude-me meu amigo!
Estes homens disfarçados de índios estão querendo os diamantes que meu pai esta roubando da montanha sagrada. Por isto é que fui seqüestrada! É uma dor que invade meu coração, sabes bem que não quero ver meu pai metido neste trafico de diamantes.

- Espere um pouco só e já lhe tiro destas cordas.
Pronto! Venha devagarzinho, sem barulho algum.

- Johnny, Carolynne, Márcia saem de perto dos homens e logo estão com o sargento e Vick.

- Foi muito fácil!
Há... Há... Há

- Fácil até demais!

Nisto aparece vários homens e índios armados até os dentes.
E os rendem.

- E o que vocês pensaram!
Peguem todos eles e os amordacem-nos.

- É o que vocês pensam seus índios de meia tigela!

Márcia faz uns feitiços, uma nuvem de fumaça surge no meio deles.

- Zenda zomba, zimbra dim!
Transforme estes homens em ratos pra mim.

Nisto quatro dos homens começam um a um serem transformados em camundongos.
Os outro resistem e são mortos a tiros por Johnny e o sargento.

- Tudo em paz! Agora.

- Espere...
Zimbra, zombara transforme este...

- Não! Perdão minha senhora! Perdão, não me transforme em rato!
Por favor.


- Há há há hi hi hi

Márcia ri das desgraças do infeliz.

- Some daqui seu fedorento antes que me arrependo de te deixar fugir.


Um pouco mais a distancia se vê Vick, arrastando uma sacola que encontrara e escondeu-a dentro de uma mochila que encontrou pelo caminho.

- É melhor sairmos daqui! Pode haver outros destes ratos daqui.

Márcia solta uma risada.

- Há há há hi hi hi

- O que é isto Márcia? Francamente sua bruxa de parque de diversão.
Acha lindo morrer de rir e fazer dos outros ratos gatos e sapatos?

- Estão todos mortos?
Quantos são?

Perguntou Vick.

- Dirias que se contarmos os ratos, ao todo são sete.
Deve ser que tenha alguns fugiram das balas de nossas armas.

- Por ser!

Disse Johnny.

- Mas o importante é que Carolynne esteja bem!

Obrigada meus amigos! Não sei como agradecer!
Acho que vocês acabaram com eles, terminou tudo!
Estou morrendo de fome... Alguém ai tem um sanduíche?

- Sanduba aqui?

- Ironizou Márcia!

- Ora Carol!
Onde pensa que esta?

-Esta pensando que a mamãe te mandou um sanduíche?

- Brincadeirinha!
Estou mesmo de regime! Tenho que malhar muito pra manter este...

- Regime?
Se ficasse mais uns dias aqui.... Com este corpo, seria comida de cobras e onças.

- Cobras? Aqui tem estas coisas?

- Claro Top model.
Aqui é o berço delas.

- Ontem uma enroscou no Johnny e Vick.
Não fosse o sargento seriam comidos vivo.

- Não exagere Márcia!
É claro que existem, e isto é verdade! Vamos entregar esta nossa prenda ao seu pai.

- E os diamantes?
Onde estão estes danadinhos que não vi um até agora?

Disse Vick.

- No lugar de onde nem deveriam sair. No centro da terra, foram soterrados por mim ao sairmos daquela caverna lá atrás.

- Não! Você não fez isto seu...
Seu doido.

- Fiz para o nosso bem! O pai de Carolynne só nos pediu pra levar sua filha, e não os diamantes.

- Que pena! Por um momento pensei que estava rica!

Disse Vick.

- Vamos?

- Quer que eu leve sua mochila Vick?

- Imagine que vou te deixar fazer este favor pra mim!
Sargentão bonitão!
Eu mesma carrego minhas coisinhas!

- Esta bem!

Nisto eles começam a caminhada pela mata, até encontrarem uma cratera perto dali.
Param pra uma descansada.

- Johnny?

- O que foi Carol?

- Estive pensando...

- O que?
Sua mãe deve estar aflita com tudo isto!

- Que nada! Ela não sai daquele escritório pra nada! Acho que vai ficar uns cinqüenta anos naquela empresa.

- O que ela faz mesmo?

Perguntou o sargento.

- Ela é
Secretaria do gerente, dos vendedores de peças, do diretor eu acho que também é secretaria dos vendedores de veículos. É secretaria de todos na empresa. Pau pra toda obra. Acho que ela esta ficando estressada com este serviço!
Agora convenhamos, a Carol... Veio pra mudar isto tudo que esta acontecendo na vida de sua mãe! É preciso acreditar em si, correr atrás dos sonhos, eles existem e se existem as possibilidades são muitas de se tornar internacionalmente uma top model, ganhar a vida neste oficio.

- Vick se assusta com
Tudo isto.

- Coitada, deve penar nas mãos de tanta gente. E seu pai?
Nem uma pedrinhas desta que ele envia aos supostos deputados ele não coloca em casa?Não faz nada pra ajudar?

- Meu pai?
Ele depois que veio pra este fim de mundo... Só pensa em diamantes azuis.
Fazer o que?


- Deixa pra lá meninas! Vamos embora.

- Acredito que terminamos nossa tarefa por aqui.

- Vou á frente como batedor deste grupo, sigam-me.


Dizendo isto, o sargento rompe a caatinga com seu facão abrindo passagem para os seus amigos que estavam vindo atrás dele.

- Grande batedor!
Há há há


- Esta Márcia não toma jeito mesmo!
Esta sempre rindo das desgraças dos outros.

Disse Vick.

Um pouco mais quando estava indo tudo tão bem...
Uma flecha passa raspando as orelhas do sargento vindo do meio da folhagem
Ele sai correndo feito uma gazela.

- Johnny!...

- Os selvagens! Eles estão aqui.

- Enfrentemos os inimigos?

- Como enfrentar? Se não estamos vendo nada por aqui.
Disse Carol.


O silencio rompe dentro noite que se aproxima trazendo frio e vento forte.
Por um momento não se ouve nem um piado de pássaro, somente o cair duma cachoeira logo á frente.

- Seria um aviso?
Ou algo parecido? Onde estão os índios que o sargento viu?

Nisto começa uma chuvarada de flechas vindo de todos os lados, e uma delas cravou no lado direito do peito do sargento falcão.
E este caiu por terra gritando por socorro.
Márcia impede que algo de pior aconteça.
Lança um feitiço sobre os índios e suas armas arcos e flechas se transformam em cobras nas mãos deles.
Eles saem correndo feito loucos.
Todos soltam risadas com Márcia.

- Agora sim!
Minha bruxinha linda!

- Como faz isto?
Quero aprender também.

Pediu Carol.

- Eu te ensinarei, mas tu és mais bruxa que eu!
Sou você... Mahatma amanha.

- Como assim? Ela é uma...

Perguntou Vick.

- Nada! Só estava pensando alto não é Carol?

- Pensando bem!
Há há há há


Deixe de mentiras Márcia.

- Bruxas já nascem bruxas.
Minha mãe dizia pra minha irmã mais nova.

- Há... Sei bem disto.
Estranhou Vick


DIAMANTES

Nisto eles entram na caverna indo de volta pra casa.
Depois de verificarem os ferimentos no braço do sargento eles partem.
Sobem uma trilha que dava pelo norte da montanha, sentido ao pico do papagaio.
Quando deparam com uma caverna.

- Johnny!
Veja isto aqui!

- Diamantes!
Os lendários diamantes cor azul.

- Vamos levar uns destes aqui?

Perguntou Carol.

- Não menina! Isto pertence á natureza.
Deixemos como esta.

- Estamos ricos!

Pensou Vick.
Suas mãos arteiras deslizavam pelas paredes da caverna.
O sargento depois daquela flechada perdeu muito sangue e esta fraquinho.
Sua ferida esta sangrando ainda.

- Você acha que ele vai...

- Morrer?

- Sim!

- Talvez.

Disse Márcia.

-Acho que se forem as
Flechas que conheço...
Ele não durará muito tempo.
A febre aumenta!
Ele não resistirá.


Enquanto isto do outro lado da ilha.

Os denominados tamoios encontram um grupo de garimpeiros escavando uma caverna com varias maquinas. Eram muitos deles, sendo comandados por Alan, pai de Carol.
Aos poucos eles vão se aproximando
Nisto um dos peões falava baixinho com outro parceiro.

- Este lugar me assusta!
Se olhar aos arredores verá que não temos chance alguma se acaso formos pegos aqui...
Seremos mortos.

- Deixe disto!
Quem irá nos atacar com tantas armas que temos aqui?
Faremos picadinhos deles!
Que venham estes índios fedorentos duma figa!

- O silencio novamente toma conta da noite.
Eles aproveitam pra fazerem varias fogueiras ao redor do acampamento.

- Aos poucos os índios vão eliminando seus oponentes.
Não fosse a chegada inesperada da equip de mister John.

Que surge atirando pra tudo quanto é lugar.
Vick e Carol se armam com duas pistolas a que encontram pelo caminho.
Márcia e o sargento estão armados de arcos e facas e rifles.
Johnny atira nos supostos índios.

Até que se retiram deixando seus mortos pra trás.

- Insh’allah!
Graças a Deus!

- Vocês nos salvaram.

Disse um senhor de meia idade.

- Onde estão os outros?
Disse olhando pra ver se encontra o pai de Carol no meio deles.
E por surpresa, encontram vários homens caídos pela relva fantasiados de tamoios.

- Veja mahatma!
É verdade que eles não são mesmo índios!
Vestidos assim...
É possível nos enganar!

- Eram contrabandistas de diamantes!
Vejam os maquinários! Tudo acabou.

Disse Johnny.

- Vamos acampar por aqui.
Ao cair da manha iremos averiguar o que resta desta historia.

- Eles estão cansados e por ali mesmo ficam.
Restaram uns vinte e dois homens que se renderam ao sargento.

- Johnny!
Como vamos sair daqui?
Estamos cercados por toda parte e não vejo saída pra nossa missão.

- Tudo isto é uma metáfora! Os que restaram nada nos farão.

Disse Vick.

- Meta o que?

Perguntou Márcia.

Metáfora Márcia.

- Uma misteriosa tarefa! Mística, sem entendimento isto aqui.
Tem algo de inusitado, algo de ruim no ar desta clareira... Cheira mal.

- Mas onde estamos?
Alguém pode fazer o favor me dizer?

- Sabe Vick! Acredito estarmos na....

- Acredita?
Ò my good!
Nick of time.

- Don’t Cray for me Mister Johnny!

- Não será desta vez que vou morrer neste fim de mundo.
Estamos no covil de bruxas! E não boas como a Márcia.

- Vick! Pare de ficar dizendo estas coisas!
Enquanto eu Márcia, estiver com vocês... Nada nos farão.

Ordenou Márcia que ficassem juntos.

- Vou nada! A pressão emocional disparou dentro de mim.
Vou ficar acordada com estes meus pressentimentos estranhos.

- Estamos no meio da noite e logo mais vai amanhecer e temos que buscar meios pra sairmos daqui com vida.
Isto esta ficando quente.
Não vejo a hora de deitar numa caminha de minha casa lá no Rio de Janeiro.
Tomar um vinho nos bares das ruas até altas madrugadas sem o tumulto daqui.
A vida é longa e vale a pena beber com sabedoria, para se ter prazer sem o excesso das aventuras deste maldito lugar. Cheio de índios.

Enquanto a noite cai, os tambores tocam ao redor da fogueira que Johnny fez pra se aquecerem. Eles esperavam que estivessem numa armadilha, mas nada disto estava acontecendo! Mente cansada vê o que não se vê.

- Johnny!
Vem dançar comigo?

Convidou Márcia.

- Dançar? Eu? Oras menina, faz tempo que não danço!
Até que não seria mal, não fossem meus atormentados pensamentos por ti.
Ficarei observando você de longe.

Os tambores rugem por Márcia.



A noite se faz presente.
Márcia esta...
Ela esta dançando ao som dos tambores no meio dos mineradores!
Vestida com uma roupa transparente na cor preta.
Estilo axé. Uma dança frenética, ensaiada com as mãos do vento.
Ei-la menina minha! Seus olhos brilhantes os cabelos
Rebeldes esvoaçando ao balancear do corpo malhado.
Johnny fica admirando as curvas de Márcia! A boca sedutora.
Transgride até a mais alta esfinge das pirâmides do Egito!
Todos observam Márcia dançando.
Johnny fica aturdido sonhando com ela
O bailar dos amantes.

- É apaixonante! Não consigo me conter
My Good! Is my life!
Márcia… É um beijo bem dado! Um corpo suado.
Depois de você... Sou eu quem mais te ama.

Imaginava o que seria dos homens de boa fé senão fosse á fragilidade das mulheres.
Neste momento, Johnny, Carolynne e Vick estão sentados numa pedra olhando o horizonte relembrando o passado.

Márcia chega pertinho de Johnny e lhe fala aos ouvidos;

- Sabe mister Johnny! ”Escolha tua mulher antes de escolher teu caminho”
É um provérbio árabe que me lembra você! Desde os tempos de adolescentes.
Guardo este provérbio na cabeça e os encantos da magia no coração por você.
Minha vida esta escrita nas linhas do seu coração.

-Você, dança feito cão! Pura sedução.
Sei que dançava fazia tempo! É uma dançarina moderna.

- Eu também danço! Se ela dança...
Claro que eu danço!

Disse Vick com uma pontinha de inveja no olhar.

- É!...
Sei bem disto! Dança da chuva, das flores a bem da verdade é mulher mais sex que conheço! Não fosse minha amiga! Rsrsr.
Linda e charmosa, você ainda costuma fugir e esconder-se nas pedras das cachoeiras?

- Às vezes sim! Vou até lá!
Minhas lembranças me afastam de meu destino que é você.

Os tambores silenciam e Márcia senta ao lado de Johnny.

- O que pensar de mim, Johnny? Ainda me amas?

- O que dirias menina?
Depois que fui pra cidade grande estudar... Deixei tudo no passado!
Os brancos vivem vidas irregulares! Tem muitas mulheres e não cuida de nenhuma delas! Não iguais aos índios tamoios. Lá
O amor é tratado com desdenho.
E nada é importante pra eles a não ser sexo e festa aos sábados.
Ninguém é de ninguém! Entende?
Não é importante amar.
Constituir Família é mais um tabu.

- Mister Johnny...
Eu amo você! E não me importa o que dizem, ou haverão de dizer! Importa estar bem!
Esta é uma vida curta. O momento é de expansão e muita alegria! As energias destras estrelas nos fazem refletir sobre o amor.

- Olhe Márcia! Quem me dera ficar com você! Seria o Maximo que me pode acontecer. Não sei se me conseguiria morar na selva. Amar alguém pode ser uma objeção uma relação mais futuramente.
Meus pais morreram! E eu não sei nem do meu ontem o que dirás o presente seguindo do amanha. Sabe? O que mais quero na vida é sair deste maldito lugar! Só recordações de minha família e está me dilacerando o coração.
Quando chegar a redação, vou pedir umas férias e bem merecidas longe de tumultos religiosos, ou qualquer outro que seja.
Veja a Carolynne! ... Esta menina tem um futuro pela frente, e não sei se sabe!
Dança tanto quanto você! Ela se sente segura espairecendo a mente e o corpo sarado que existe nela. E quando resolve dançar... Hummmm.

- É mesmo! Pretende ficar com ela pra você?

- Ninguém é dono de ninguém nesta vida menina!
Você tem belos olhos, é esbelta tem um corpo de dar inveja em muitas mulheres de sua época. Porque não se lança ao mercado da moda?
Hoje em dia são pouquíssimas mulheres que se preocupam manter a vaidade aflorada.
Por isto... São esquecidas no tempo.

- Quero saber se aceita passar uns dias comigo na minha modesta casa!

Disse Márcia.

- Talvez Márcia! Quem sabe? Tenho que levar a Vick para casa e...

- Olhe tenho certeza de que vai gostar de lá! Pode levar esta sinhá ai!

- Por que achas isto? Ela não iria conosco.

- Você é uma pessoa exótica, e aprecia um bom vinho e mulheres sedutoras.
Rsrsr. Levemos a Vick conosco.
Preciso mesmo de uma assistente de bruxa.
Rsrsr.

- Se ela quiser!
Vick? Vai me acompanhar nesta honra de conhecer a casa de Márcia?
Ficaremos uns tempos e aproveitamos nossas férias aqui, depois relatamos a matéria ao jornal.

- Vou sim, meu mahatma! Irei com você até o fim do mundo!

- Aceitaremos seu convite Márcia.

Assim como um diamante está contido numa pedra bruta, em certas horas na vida, nos propõe superar obstáculos que você acreditava não ultrapassar. Realmente nos estimulam ao amor. Numa época desfavorável em que nos permite até mesmo sonhar.
Não existe mais nenhum risco na selva. Os selvagens se foram, muitos deles morreram.
O pai de Carolynne fugiu levando seus comparsas, e reina na selva a liberdade.
Carolynne volta pra cidade com o sargento e o que restou dos companheiros. Vick fica com Johnny e Márcia. Dez dias se foram desde que eles saíram do Rio de Janeiro a esta missão.

- Eu acho, concordaria se não concordasse não teria dado a você este gosto de estar ao seu lado nesta luta.

Ele termina e sai com Vick e Márcia, enquanto os outros tomam o caminho de volta a cidade. Carolynne se volta, olha para Johnny e sorri. Esta segura com o sargento.

- Vick? Quer que te leve a mochila?

- Não! Eu mesmo levo minhas coisinhas! Rsrsr

- Entendeu alguma coisa Márcia?

- Nadinha sombra da noite.
Rsrsr.
levando o barco Carolynne e os outros de volta ao Rio de Janeiro e de lá, Carolynne irá para Belo Horizonte se encontrar com sua mãe Eliete Mozelle. Antes mesmo do amanhecer.
Deixando para trás toda aquela que poderia ter sido seu afortunado caminho dos diamantes, não fosse Carolynne e seus amigos, os índios fajutos teriam triunfado em seus planos. Seu pai que foi esperto se mandou pra bem distante.


O tempo passa sem pressa! As flores florescem na mais intima terra.



O CASTELO DE MAHATMA
ANTHONNY GUIMARAES RAMOS

TONNYPOETA

Espero que tenham gostado...até a próxima













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