sábado, 29 de maio de 2010

UMA LIÇÃO DE VIDA


LIÇÃO DE VIDA

No primeiro dia de aula nosso professor se apresentou aos alunos, e nos desafiou que apresentássemos a alguém que não conhecêssemos ainda. Eu fiquei em pé para olhar ao redor quando uma mão suave tocou meu ombro. Olhei para trás e vi uma pequena senhora, velhinha e enrugada, sorrindo radiante para mim. Um sorriso lindo que iluminava todo o seu ser.
Ela disse:
“Ei bonitão.
Meu nome é Rosa. Eu tenho oitenta e sete anos de idade. Posso te dar um abraço?”
Eu ri, e respondi entusiasticamente:
“É claro que pode”, e ela me deu um gigantesco apertão. Não resisti e perguntei-lhe: “´Por que você esta na faculdade em tão tenra e inocente idade?”, e ela respondeu brincalhona:
“Estou aqui para encontrar um marido rico, casar, ter um casal de filhos, e então me aposentar e viajar.
“Esta brincando”, eu disse. Eu estava curioso em saber o que a havia motivado a entrar neste desafio com sua idade, e ela disse: “Eu sempre sonhei em ter um estudo universitário, e agora estou tendo um!
Após a aula nós caminhamos para o prédio da união dos estudantes, e dividimos um milkshake de chocolate. Tornamos-nos amigos instantaneamente.
Todos os dias nos próximos três meses nós teríamos aula juntos e falaríamos em parar. Eu ficava sempre extasiado ouvindo aquela “máquina do tempo” compartilhar sua experiência e sabedoria comigo. No decurso de um ano, Rosa tornou-se um ícone no campus universitário, e fazia amigos facilmente, onde que fosse. Ela adorava vestir-se bem, e revelava-se na atenção que lhe davam os outros estudantes. Ela estava curtindo a vida! No fim do semestre nós convidamos Rose para falar nosso banquete de futebol. Jamais esquecerei o que ela nos ensinou. Ela foi apresentada e se aproximou do pódium. Quando ela começou a ler a sua fala, ja preparada deixou cair três, das cinco folhas no chão. Frustrada e um pouco embaraçada, ela pegou o microfone e disse simplesmente:
“Desculpem-me, eu estou nervosa! Eu não consegui colocar meus papéis em ordem de novo, então deixem-me apenas falar para vocês, sobre aquilo que eu sei.
Enquanto nós ríamos, ela limpou sua garganta e começou:
“Nós não paramos de jogar porque ficamos velhos; nós nos tornamos velhos porque paramos de jogar. Existem somente quatro segredos para continuarmos jovens, felizes e conseguir o sucesso. Primeiro você precisa rir e encontrar humor em cada dia. Há uma enorme diferença entre envelhecer e crescer. Se você só tem dezenove anos de idade e ficar deitado na cama um ano inteiro, sem fazer nada de produtivo, você ficará com vinte anos. Se eu tenho oitenta e sete anos e ficar na cama por um ano inteiro e não fizer coisa alguma, eu ficarei com oitenta e oito anos. Qualquer um, mais cedo ou mais tarde ficará mais velho. Isso não exige talento bem habilidade, é uma conseqüência natural da vida. A idéia e crescer através das oportunidades. E por ultimo, não tenha remorsos. Os velhos geralmente não se arrependem por aquilo que fizeram, mas sim por aquelas coisas que deixaram de fazer. As únicas pessoas que tem medo da morte são aquela que tem remorsos”
Ela concluiu seu discurso cantando corajosamente “A Rosa”. Ela desafiou a cada um de nós a estudar poesia e vivê-la em nossa vida diária. No fim do ano Rose terminou o último ano da faculdade que começara há tantos anos atrás. Uma semana depois da formatura, Rose morreu em seu sono. Mais de dois mil alunos da faculdade foram ao seu funeral, em tributo à maravilhosa mulher que ensinou, através de seu exemplo, que nunca é tarde demais para ser tudo aquilo que você pode provavelmente ser, se realmente desejar. Quando você terminar de ler isto, envie esta palavra de conselho para seus amigos e familiares. Eles realmente apreciarão. Esta palavra tem sido divulgada por amor, em memória de “Rose” uma grande mulher. Na verdade, um grande ser humano.
“LEMBRE SE:”
“ENVELHECER É INEVITÁVEL, MAS CRESCER É OPCIONAL”

Tonnypoeta

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Deserti My Soul So!



Deserti My Soul So! Io Canto ... Enamorado Chi Me Enamora Immediatamente Addolorata non mi opprimono Né i miei occhi che scende il fiume Né il vento spazzare i tuoi capelli Se E 'il mio destino saggio. Canta il fascino di questa Voglio trovare l'amore nella vita di nuovo. Canto ciglio della strada alla vita, Kiss fiori Vela al vento Canto di un angolo auspicabile I fogli della mia anima andrà alla deriva. Io canto per una vita Senza guardare i tuoi occhi Senza i tuoi abbracci Senza i tuoi baci ... Piccante Kissing! Cantare la voce roca che va per l'aria. Le orecchie melodia pre pubblicità Orecchie per ascoltare. I. .. Non ho niente se ti avesse dimenticato. Se Vivi giorno di ieri, imputano il domani Se oggi vedere le stelle Io vi ho amato in anima adolescente [Adulti] Se Ho affrontato le incertezze del destino ... Ora vivo anima. Nella canzone del mio cuore Dream. Mezzi per capire ... Che l'amore è dare e avere Se chiudo l'anima ... Se l'amore non è coinvolta Voglio che questa vita molto ... Questo amore dimenticare.
Anthonny Guimaraes Ramos ( Tonnypoeta)

USTED ES COMO EL SOL...



USTED ES COMO EL SOL ..



Las aguas que fluyen sin pararLas chispas d'amor.Suelta mira!Si, para todos Cuyo destino Lo El mar.Estos se ve lejano. Penetrante. De los besos que me había ...No sé ...Si sólo lo haré!Si me voy a callar el alma!Un día![...]Sólo puedo esperar.No sé de mis ojos ...De sus o. ..Que en el amorNo!¿ Qué me dice mi boca El alma Perpetúan.Pero si quisiera ...UstedSí. Espero.No me mires ...O me dejas ...En este corazón para pensar.Si mi actuar es ahora,Sin tus besos ...No haga caso.En suAbrazos ElHoy Glitters Seduce Si la esencia Cuenten con nosotros En Encender Las chispas d'amor.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

"O Caminho ainda não esta pronto"

“O CAMINHO AINDA NÃO ESTA PRONTO”

Se eu tivesse como escolher. meu caminho e com quem caminhar!...O céu de cada um é um céu diferente! Existe um céu pra cada ser neste mundo. Assim como a memória, onde armazenamos sentimentos! O meu mundo diário, minha vida sedentária ou qualitativa, eu quem a vivo, e isto me é suficientemente. Cultivar alegrias é meu dilema! Bom humor é o caminho de felicidade, onde o amor existe em nós! São fatores definíveis da alma. Impossível viver sem ela. A sabedoria é sem tamanho, desde o limiar dos tempos Deus tem nos mostrado que o caminho tende a ser o da felicidade, a nós? Basta buscar. Adorar o Senhor teu Deus de todo coração... pode ir além? Sim! Pode. O caminho nunca estará feito se você não se por caminhá-la. A definição de cada ser humano é a eterna busca de si. Sempre o será, cada palavra que eu disser... é como cada desafio que existe em minha vida á ser concretizado, escrevendo uma História de vida. “Escolha as armas” a sua arma é o bom humor, a felicidade, agora é a sua vez! O seu horizonte deve ser visto de sua janela e cada emoção que você viver, estará escrevendo sua vida, sua História. Não existe um “Amor Perfeito” você é quem constrói com seu parceiro (a). O conhecimento diário tende a ser recíproco, quando se andam juntos, quando encheram a vida da mesma janela. Ambicione uma vida sim, de amor. O Homem é cercado de barreiras, onde se vive um milagre por vez! E você? Talvez vá me dizer que Deus ainda... Não lhe fez um milagre em sua vida! Pode ser que não! Tudo é feito gradativamente como Ele fez o mundo em sete dias, sete pode representar uma vida longa pra nós, e no final, Ele te faça um milagre. Pra Deus... Nada é impossível. É natural De ele ser assim! Agir nas horas mais remotas de nossas vidas, quando não se espera... Ele nos dá uma reviravolta em nossas vidas e você finalmente irá escrever a História de Deus. Buscai a Perfeição naquilo que você se propõe fazer na sua vida. Às vezes somos meus queridos, julgados pela nossa aparência! E quem nos julga... esquece do nosso ser interno, esquece que nascemos da mesma matéra que a dele, e não te esqueçais, nunca que da mesma forma que nascemos, fomos feitos , retornaremos à Deus. Mesmo estando inteligentemente vivendo absolutamente uma dádiva de Deus, o momento chega pra você, como chega pra mim. Enquanto te basta ser FELIZ.
Gentileza, Felicidade e Inteligência... São cunhas que Deus nos deu de bom agrado.
Tonnypoeta

quarta-feira, 26 de maio de 2010

EU SEI QUE VOCÊ ME AMA




EU SEI QUE VOCÊ ME AMA

Aquele que não me ama não conhece Deus! Deus é amor.
(João 4,8)

Era uma noite fria, e tudo parecia calmo no Hospital onde a enfermeira Suely trabalhava. Ela entrou no quarto 712 para ver como estava o paciente, o sr. Guilherme, que havia tido um enfarte e parecia agitado durante a noite. Ele ficou atento quando a porta se abriu, mas pareceu desapontado ao ver a enfermeira. Suely perguntou-lhe como se sentia e notou que ele queria dizedr-lhe algo. Finalmente, com lágrimas nos olhos, Guilherme pediu-lhe que telefonasse à sua filha Jane e lhe contasse que ele tivera um enfarte. Ela era a única pessoa da familia que lhe restava e ele estava ansioso de que lea soubesse de tudo. Suely prometeu chama-la imediatamente. Antes que a enfermeira saísse, ele pediu um pedaço de papel e uma caneta, que ela providenciou. Quando Suely ligou para Jane, ficou alarmada com reação dela. Ela exclamou: “Oh, não! Ele não vai morrer, não é?” Jane deixou escapar que ela e o pai não se falavam havia um ano por causa de uma discussão acerca de um namorado. As ultimas palavras de Jane ao pai havia sido: “Eu te odeio!” Mas depois ela arrependeu e ansiava ser perdoada. A enfermeira voltou às pressas para o quarto de Guilherme e o encontrou inconsciente. Ele havia tido outro enfarte. Ela acionou a emergência e, dentro de segundos, médicos e enfermeiros lotaram o quarto. Suely orou a Deus pedindo-lhe que não deixasse o sr. Guilherme morrer antes de fazer as pazes com a filha. Mas todos os esforços médicos foram em vão. Guilherme estava morto. Pouco depois Suely viu na recepção um médico falando com uma jovem. Ela estava abalada. Era Jane. Suely a levou a uma sala e tentou conforta-la. “Eu nuca o odiei, na verdade. Eu o amava”, disse Jane. Ela isistiu em ver o pai e, ao inclinar-se sobre o corpo sem vida, chorou amargamente. Nesse instante, Suely viu o pedaço de papel que havia trazido a Guilherme. Ele havia escrito a seguinte mensagem, que Jane leu em voz alta: “Minha querida filha Jane, eu a perdoo. Peço a Deus que você tambem me perdoe. Eu sei que você me ama. Eu tambem te amo. Papai.” A aflição no rosto de Jane foi substituida por uma expressão de paz. Se pudéssemos retornar ao Gólgota e contemplar o corpo sem vida de Jesus, veríamos uma tabuleta acima de sua cabeça, com a inscrição:” Este Homem é o filhos de Deus.” E no verso encontraríamos as palavras;” Meu querido, Eu te perdoo. Eu sei que você me ama. Eu tambem te amo.
Jesus.

Meus queridos leitores deste meu blogs. Eu tambem vos amo, e é por vocês que escrevo todos os dias de minha vida! Quero que saibam deste meu amor incondicional por todos vocês. Quanto a perdoar aos seus, saiba que o perdão é de graça, e vale mais que tudo neste mundo! Já se encontrou em situação edêntica? Ou parecida? Onde você recebeu de pessoas o perdão? Ou você mesmo a perdoou? Isso pode ser resolvido com pouquíssimas palavras em vida, digo” Em vida. Nem sempre se tem um papel à mão numa hora certa.Abraços de Tonnypoeta.

terça-feira, 25 de maio de 2010

PEÇA-ME...



Peça-me
Eu quero o que tu queres...
O sol da manha pode ser tardio, se, pois que me estranhe coração, este mundo quem não viu amor de verdade, Se teus olhos, maravilhosos ainda não me viram, se sua boca com o sabor do morango, ainda não beijei. Perdoai encantada, senhora dos meus sonhares! Com efeito, todo rio corre para o mar! Estes olhos, atentos travessos, brilhantes são como raio de luar, meu luzeiro. És como as estrelas cadentes descendo na terra para despertar este a amor, emergiram do mar. Se, pois que meu coração segue adiante. Minha estrela! Meu luar... Meu mar, meu chão estelar. É um sentimento honroso, decerto amado é. Esperanças ao de vir-a-ser o ponto final desta era de tensão, se não me dão menor sinal, que este, possa seguir nas trilhas do luar que bate nas águas límpidas, num céu sereno, brisa mansa a rolar. Amar-te é meu eterno querer. Se tu estas tão perto, eu distante luar, quem me dera este amor afagar em braços, em beijos... Beijar, qual homem, não a quer namorar?ou por esposar-te? EU QUERO. Quero como quero te amar, minha mulher a mais linda! Pergunte ao universo, a natureza, as estradas donde pisaram seus pés. Passo noites a claros dias voltados a você, se me amas? Crês. Se é paixão... Alimente-a. Pode estar ai a única e séria questão de equilíbrio se é sábios seu querer. Eu vi! as noites virarem dias, e dias se tornarem noites aflitas, antes sonhar, depois tê-la. Depois vir-a-ser, porque não dizer... Seu? Se fores minha a paixão que desliza minh’alma! Oras direi se ouço batidas deste coração carente a chamar! Vêem-se os olhos pedantes, corpo e mente clamar. Um pingo não é letra, é frase carregada de sentimentos deste meu olhar. Busquei um amor, como quem buscou a alma de si. Se te esperei, qual mais deve esperar? A paz que tece, é meu coração entrelaçados ao seu. Se cada segundo respiras... Respira-me pra vida. Sem você sou só desamor, vaso sem flor, terra rasgada ao meio sem cor! Sou um Barco sem luz. Sou peixe sem água pra viver, sou inerte. Sou estátua na praça estendendo as mãos... Olhos pedantes de seu amor. Sou amontoados de trapos querendo ser roupa nova, pra sentir seu corpo colado ao meu. Sou a pele que te vestes. Sou a brisa que assanha seus cabelos. Porém a sós, Seguiremos pela vida a fora, se não, com sabedorias de duas almas a amar. Ponho bom tom, neste enlace, neste inicio, neste meu sonhar. Meu mar. Há um mundo seu. Se existir um mundo meu. Peça-me. É o que resta querer-te meu amor. Sabem que tu és minha lua, meus raios de luar. A noite é uma criança, você não! É meu amor, minha razão! Minha mais louca paixão. Quero muito estar com você meu amor. Ter os lírios desta terra a beijar-te noite e dia, quero ser o que tanto deseja mi amoré se pois te amar é meu sonho conquistar! Abraçar-te, e amar-te. Seria pedir ao destino, que oras mora com você? Se este amor continuar assim, queres que te sigas...mi amore? Terias lugar pra este coração poeta? Se é meu Eterno amor...minha flor.Amo você. Bem sabe por quem escrevo-me esta. Não te tardes esperar.

Cartas biografadas de Tonny poeta

SE SOUBESSES













SE SOUBESSES
Se soubesses
O
Dia
DiriasSe soubesses
Que a noite viria
Viverias
Se soubesses
A hora em que chegarias
Saberias.
Se soubesses
Que o mundo iria mudar...
Antes mudarias
Saberia mudar...
Se
Soubesses
Saberias amar...
Se tivesses sido amado
Amarias
Certamente
Se soubesses que um riso faz bem...
Muito ririas
Se soubesses dos meus amanhãs!
Conduzirias
Meu hoje
Se soubesse olhar com os olhos d’manhã...
Descreveria sem ver...
Eternizaria o saber.
Se soubesse.

PERPLEXO


PERPLEXO
Não sei se vi
Homens fumando o fumo
Ou
Se
Vi o fumo fumando os homens!
No
Meio
Daquilo tudo
Há fumaça
e
Homens ao centro.
O
Fumo fumava o homem
O
Homem fumava o fumo
Ou
SeFumavam?
Não seVia nem um
Ou o outro
Ou se valia
O
Que seAvaliar.
No
Meio
Daquela fumaça...
O
Homem
Se
Distraia dovicio
Que
O destruía.
Se
Ele não se avalia...
Tampouco eu
Que nada via.

PINTINHO MALHADO

PINTINHO MALHADO
É
Travesso o maroto
Tinhoso como ninguém
O
Tempo
Todo
Cisca terreiroBrincar
Com
OsAmigos
Ele vem
Colorido malhado
Depressa ciscando chão
De
Preto de branco
Mais
Parece
Um
Furacão
Noite escura
Muito medo
Ele tem
Dos meninos
De
Bodoques
Muito
Corre também.
Quando
Chove e faz frio
Para sua
Casa
Pintinho vai
Fica olhando
As gotas
Da
Chuva fria
Que
Cai.
Pintinho malhado
Passa dia
No
Terreiro
Cisca quando pula
Pintinho arteiro.

Menininho Arteiro





Menininho Arteiro

É travesso o garoto,tinhoso como ninguém.O tempo todo corre terreiro! Brincar com os amigos ele vem. colorido malhado depressa correndo ao chão...De azul e de branco...Mais parece um furacão. Noite escura, muito medo ele tem,dos meninos de bodoques, muito corre também.Quando chove e faz frio, para sua casa menininho vai ...Fica olhando as gotas da chuva fria que cai. Menininho arteiro passa dia no terreiro...Grita quando pula....Menino matreiro.

É uma versão doutra poesia, mas neste momento me lembrei de Thalys e quis lhe
Homenagear.

Crepúsculo


Crepúsculo:
Sou
Um
Pássaro
A
Voar
Sob
A
Brisa
Do
Mar
Tentando
Encontrar...
Meu
Senhor
Onde estas?

Amor..


AMOR
Tento
Te
esquecer
Mas
A
Cada
Pingo
Da chuva
Fria
Que
Cai
Não me
Deixa esquecer
O
Quanto
Eu
Amo
Você.

Não Te Esqueças de Mim










NÃO TE ESQUEÇAS DE MIM
Sou
Uma
Incógnita
Em sua
Vida
Que
Vem...
Que vai
Sou
O
Repente
Sou
A
Luz
Uma
flecha
Que reluz
Sou
Teus
Olhares
Tua
Boca
Teu
Riso
Não
Te
Esqueças de mim.

sábado, 22 de maio de 2010

BUSCAI A SABEDORIA


SABEDORIA
Que Deus me permita falar como eu quisera! Ter pensamentos dignos dos dons que recebi, porque é Ele mesmo quem guia a sabedoria e emenda os sábios, porque nós estamos em suas mãos, nós e nossos discursos, toda inteligência e nossa habilidade. Foi a sabedoria, criadora de todas as coisas, que me ensinou. Há nela, com efeito, um espírito inteligente,
Santo,
Único,
Múltiplo
Sutíl
Móvel
Penetrante
Puro
Claro
Inofensivo
Iinclinado ao bem.
Agudo
Livre de inquietação.
Benéfico
Benévolo
Estável, Seguro
Mais ágil que todo o movimento...é a Sabedoria.
Ela atravessa e pentra tudo, graças à sua pureza.
Ela é o sopro de Deus.
É ela uma efusão da luz eterna.
Assim é a sabedoria. Procurai-a como quem busca maior tesouro, não existe outro igual

quinta-feira, 20 de maio de 2010

O CÁLICE SAGRADO




O CÁLICE SAGRADO


A lenda do Santo Graal atravessou os séculos e inspirou sagas de cavaleiros e peregrinos. Que saíam pelo mundo à procura da relíquia que tinha poder de curar todos os males. Ainda hoje, esse objeto Sagrado nos motiva a partir em uma jornada interior. Aquela em que, ao final, encontramos nossa própria taça, repleta de amor. De amor, compaixão e bondade. O Santo Graal simboliza a eterna viagem do ser humano pelos caminhos que levam à felicidade e à realização. A saga medieval da procura da taça é, na verdade uma metáfora sobre a viagem espiritual que todo ser humano empreende ao decidir trilhar o caminho em direção ao autoconhecimento em busca da felicidade e realização pessoal. O misterioso cálice em que Jesus bebeu vinho na última ceia ou que, noutra versão, foi usado para recolher seu sangue na cruz. Apesar da referência à ceia e á crucificação de Jesus, não há citação ou referência ao cálice em nenhum dos Evangelhos do Novo Testamento. Este objeto, que ao longo do tempo foi incorporando fatos e situações ao que está realmente nos textos sagrados. A possibilidade da existência deste artefato sagrado incendiou corações e mentes na Idade Média, quando a lenda integrou-se aos romances de cavalarias. Que se popularizaram em séculos passados. Um objeto mágico e misterioso, capaz de curar as feridas do corpo e do coração, prolongar a existência, e ao fim trazer algum tipo de sentidos á vida. Ao que se pode ver, a crença é válida quando se crê nela. Você, estimado leitor deste, o que me diz do Santo Graal? O cálice que Jesus bebeu vinho? Fica aqui um mistério.

O CATEQUISTA: RAMOS

quarta-feira, 19 de maio de 2010

OS CEGOS DE JERICÓ



OS CEGOS DE JERICÓ
Mat. 20,29-34

Ao sair de Jericó, uma grande multidão o seguiu. 30 Dois cegos, sentados à beira do caminho, ouvindo dizer que Jesus passava, começaram a gritar: “Senhor, filho de Davi, tem piedade de nós!” 31 A multidão, porém, os repreendia para que se calassem. Mas eles gritavam ainda mais fortes: “Senhor, filho de Davi, tem piedade de nós!” 32 Jesus parou, chamou-os e perguntou-lhes: “Que quereis que eu vos faça?”33 Senhor, que nossos olhos se abram!”34 Jesus, cheio de compaixão, tocou-lhes os olhos. Instantaneamente recobraram a vista e puseram-se a segui-lo.

Refletindo como Catequista:
O que podemos ver, estimados, é que olhando a vida doutra janela, a gente percebe, que Jesus claramente nos diz: Vem e segue-me, estais curados. Quando é que estamos cegos? Quando é que não vemos as coisas nos acontecendo? O que é ser bom, ser ruim ser prestativo neste mundo. Já se perguntou o que veio fazer neste mundo? Tens objetivos? Queremos a todo o momento pedir a Jesus que nos abra os olhos, quando estamos sendo egoístas, quando não entendemos direito a Palavra de Deus, e quando não as colocamos em prática? Deus veio pra todos. Estimados, não deixe que te calem a palavra, grite o quanto quiser, chame por Jesus. Tem de piedade de nós, viu ai que um deles, pede “Por nós” ele já não pede só pra sim! Pede pra os dois. Quando orares, ore assim. Pai dá-nos o pão de cada dia, venha á nós o vosso Reino. Em conjunto deve-se pedir. Isto vem nos dizer que não estamos sozinhos, e que devemos ser múltiplos questionadores a questionar e pedir, a gritar. Um grito só é fraco, mas quando se gritam juntos, a tendência de ser ouvido, é a proporção de mil.
Fiquem com Deus.
Catequista; Ramos

terça-feira, 18 de maio de 2010

Eterno garoto



Tenho

a

idade

de

um

homem maduro!...

mas tem horas que sou como um garoto a brincar com os anjos inventando cores para as estrelas do céu"

segunda-feira, 17 de maio de 2010

coração valente

"JOÃO QUE O MUNDO ROEU"

JOÃO QUE O MUNDO ROEU

Anthonny Guimaraes Ramos

JOÃO QUE O MUNDO ROEU


Anthonny Guimaraes Ramos
Lei/ 9/160/98
Copyrigth
Direitos autorais reservados por Lei
TonnyPoeta


JOÃO QUE O MUNDO ROEU

Brasil/MG


Direitos autorais reservados pela lei
Emissão de 125,000 exemplares

Ganhador do premio de incentivo a literatura brasileira ano de 2001




"JOÃO QUE O MUNDO ROEU"


A CENTRAL DE MINAS

Dez de maio de 2001
São nove horas, o frio da noite vem chegando aos poucos! Deixo minha mente relaxar, o vento rolava lá fora, ao longe se ouvia o rugido das arvores, a tempestade se aproximava, aproveitei para fechar as janelas, acender a lareira, depois tomar um vinho e relembrar um pouco as historias deste povo de vida simples e sofrida, precisamente sobre certo João.
O povo desta cidade viveu uma era de muita tristeza, tanto que ate hoje se ouve falar deste caso. Eles vivem da pesca e da agricultura. Vamos relatar os fatos acontecidos aqui. A propósito, meu nome é Anthony G. Ramos, trabalho no fórum desta cidade. Já vi muitos casos por aqui, mas igual, jamais.
Hoje, temos o julgamento do ex-delegado de policia desta cidade. Logo a seguir julgaremos o senhor Roberto Souza.
Eles omitiram provas da justiça. Depois disto talvez saiam daqui direto pra delegacia. O dia era nublado, nada se comparava aos de outros que já foram melhores! A comunidade é cercada de contos e lendas, dizem que: aquele menino nas noites de junho ronda as ruas vendendo jornais fazendo das suas por ai. Quando ouço seu choro. Fico pensando se...
Existe mesmo justiça neste mundo.
Era isto mesmo! Uma historia de deixar qual quer um de boca aberta. João
Era um rapaz prestativo e muito amigo. Este corpo de jurados que se faz presente, deve se lembrar cada detalhe deste caso! No dia 06 de julho de 1978. Como foi e porque João teria matado aquela senhora brutalmente? Por dinheiro? Não ao que consta nos laudos, ele não teria motivo algum de cometer tal crime em plena luz do dia. João, fora caçado e desmoralizado. Preso e sem advogado para livrá-lo é humilhado.
Nasceu nesta cidade, seus pais mudaram para Malacacheta. João tinha 17 anos, esses eram seus anos nesta era. Moreno cabelo liso corte radical.
Parecia um índio.





JOÃO QUE O MUNDO ROEU.


João se despede se seu amigo cão, o lulu era seu nome.
Todos os dias, após o final da aula, João se dirigia ao jornal pra começar o seu trabalho no diário, tinha estratégica devido sua popularidade com os senhores cidadãos distintos de Central de Minas. O diário da tarde deve ser entregue em suas casas entre as 11 horas e 12.30 horas, era pontualmente do qual, ele seguia cada passo rigorosamente, e depois, se encontrava na esquina da rua oito e nove para vender o que restava do jornal.Acontece que...

- Como vai meu amigo?

Respondeu João;

- Vou bem, obrigado! E você Robert?

- Vou como Deus manda;
Viver, amar e progredir.

- Ah! Bom!
Assim é que se fala!
Disse-lhe João.

- Sabe João, meus pais estão querendo me mandar para estudar no exterior!
Já completei o segundo grau.
Acha que o Brasil mesmo sendo Pais de terceiro mundo, não oferece o suficiente pra uma vida universitária competitiva fora de seus limites.
Mas volto quando tudo der certo.

- Pois então se for bom pra você, pois que é o mais pensado momento, é melhor se apressar. Nem todos os pais podem dar este conforto ao filho.
Aproveite e me mande um cartão postal de lá.

Disse João.
Eles se abraçam e a despedida é pra João uma perda da qual ele nem imagina que vai lhe fazer.
Nisso surge Elaine uma amiga de infância.

- Ola meu caro amigo João! Tudo as mil e umas maravilhas? E você Robert?

- Vou bem! Desculpe-me, mas estava de saída.

- Tudo bem!

Disse Elaine.

-Tudo. Poderia ser melhor não fosse o destino que devemos seguir pra ter um futuro promissor.

Disse João.

- Também acho!

Afirma Elaine.

-É bom ter você como amiga! Estava com saudades dos teus olhos!

Disse João.

- É mesmo?
Sabe bem que sou sua.


Admirada ela o abraça apertado e se lembra de quando os pais de João faleceram. E como aconteceu tudo.
Ele vive nos fundos da casa de Elaine, em um quartinho de madeira.
Estuda na mesma escola onde ela estuda, e sempre está junta, até mesmo a merenda escolar, é dividida entre eles.
Aproveita para colocar as fofocas em dias quando se encontram na rua.

- Bom! Vou indo, depois nos falamos.
Tchau então! Hoje tenho pressa de chegar, pois as férias se aproximam e cada vez mais as tarefas escolares nos apertam.

- Tudo bem!
Depois nos falamos, preciso acabar de vender estes jornais.


Ela saiu desfilando seu corpo de menina faceira aos olhares de seu amigo.
Elaine era filha de conceituada família de Central. Amava João e ele
Trabalha para dar continuidade aos estudos, porque acredita que um dia as pessoas olharão pra ele com mais atenção e menos compaixão.

- Extra extra! Comprem jornal.
Índios invadem fazenda primavera e seqüestram a família do seu Manuel.
Extra. Comprem jornal.
Adolescente em Belo Horizonte é morto na porta da escola.
Um cidadão é esfaqueado na praça sete.
Dois militares são atacados pela gangue de ladrões após fuga da cadeia do Barreiro.
Fazendeiros são obrigados a venderem suas terras para o governo por causa da invasão da reforma agrária.
O caso veio à tona ontem pela manhã.
Extra.



DOMINGO DE MISSA


João era muito religioso e todos os domingos ia a igreja participar da hora santa, padre Alfredo gostava de vê-lo no coral da igreja.
Mesmo com tantos sofrimentos, ele não deixava transparecer, vivia o dia como se fosse a única esperança de conforto pra sua alma.
Ele era solitário.
No dia vinte e oito de junho, quando se aproximavam as férias, João estava conversando com Elaine, quando Beto aparece dizendo não ver a hora de este semestre acabar.
Beto tinha ciúmes de João e Elaine quando estavam juntos. A relação entre eles era sem tamanho, Elaine ficava com eles sem se decidir, seu coração era de João e por Beto tinha apenas amizade, mas Beto amava Elaine e ela amava João discretamente.

- Hoje tenho que fazer um trabalho que é um saco!
Não gosto de psicologia. Detesto ter de usar minha mente mais que já uso.
Depois, tenho de apresentar na sala! Isto me deixa de cabelos brancos.
Meus belos e aloirados cabelos!

João ri da maneira dela se referir aos belos cabelos dourados.
Na verdade, ela é lindíssima!
Tem os traços de moça fina e o olhar duma menina, sua juventude é estampada no rosto.
Seus quinze anos vividos trás felicidade á flor da pele.

- Joãozinho você pode ajudar-me com o trabalho de psicologia?

Perguntou Elaine.

- Lógico! Terei imenso prazer em lhe ser útil!

Disse.


- Pois é! Não sou entendida neste assunto quanto a você!

Disse Elaine

- Tudo bem! A que horas posso ir a sua casa?

Perguntou.

- Assim que você chegar do serviço!
Aguardo você na minha casa, farei uns bolinhos de fubá que eu sei que você adora.


- E você Beto?
O que pretende fazer da sua vida?

- Oras Elaine! Bem sabe que não gosto de estudar! Dia dez completos 18 anos. E depois seguirei carreira de fotografo, montarei um estúdio com a grana que meu pai me deixar de herança casar ter muitos filhos e depois viver numa das fazendas que eu herdar.

- Só moleza! Sombra e água fresca.

Disse Elaine.


- Bom! Vou embora.

- Elaine abraça e beija João, Beto fica com raiva e vira de costas.
Elaine que ama João, Beto que ama Elaine. João que o mundo...





- Extra.
Governo esta distribuindo terras na cidade de Mucuri
Conflitos fazem mais uma vitima de sem terras.





DIA DE CÃO



Seis de julho de 1978. Se bem me lembro;
Naquele dia tudo parecia dar certo quando...
Era de ser tranqüilo.
Mas nem tudo que reluz é ouro e nem sempre se bebe água fresca á sombra duma arvore.
Não se sabe de onde saiu tanta gente, eles viam aos bandos!
Atropelando quem estivesse a sua frente. João se esquiva de alguns
Mas uma senhora de idade avançada não tem mesma sorte. Cai no chão.
E eles continuam passando por cima dela. João e Beto viram tudo.
João se abaixa pra acudi-la. Beto aproveita pra tirar umas fotos depois se afasta, temendo o pior, fica escondido atrás duma arvore temendo pelo pior.
Joãozinho levanta a cabeça da senhora e percebe que ela havia se acidentado e que jorrava muito sangue.


- Sangue?
Deus meu! Ela esta morrendo.
Esta morrendo! Socorro, socorro.






Aparecem algumas pessoas e ficam abismadas.

- Este rapaz matou esta dona!

Disse uma senhora.


- Verdade! Ele matou cruelmente esta dona!
Chamem a policia!
Disse um senhor de barba branca.

- Mas...
Eu não matei ninguém! Esta dona foi atropelada pelas pessoas que fugiam não sei de que, passaram por aqui como éguas no pasto.
E...

Aparecem dois policiais

- O melhor eu sair daqui!
Disse um medroso que se referia o João como um possível criminoso.

- Esperem!
Vocês não estão pensando que eu...

- Sim! Você matou esta dona, tinha um rapaz por aqui, disse ter visto você com uma pedra na mão e atingir senhora ai no chão.

Disse um senhor de poucas amizades.

- Quem?
Ele se desespera tentando saber a pessoa que havia feito isto.
Uma infâmia.

- O rapaz sumiu na esquina.

Disse o acusador.



Um dos policiais se aproxima e prende João.

- Está preso rapaz!
Tem o direito de permanecer calado, ter um advogado, tudo o que dizer...
Será contra você!

- Mas como? Eu? Preso?

Perguntou ele.

João tenta correr. Ma umas as pessoas que ali estavam avançaram pra cima dele, procurando lincha-lo, não conseguindo, o policial atira pra cima tentando a tudo custo, conter a multidão.


- Jesus! Toma conta de mim! Nada fiz pra merecer tal castigo.
Alguém armou pra cima de mim!

Disse João.


- Você se meteu numa encrenca rapaz!
Com tantas testemunhas, é bem provável que...
Vai apodrecer na cadeia.

- Qual sua idade?

Perguntou outro militar.

- 17 anos!

Respondeu João.

- É menor de idade!
Devemos levá-lo a delegacia para prestar depoimento, depois o delegado saberá o que fazer dele.

- Rapaz1
Onde você mora?
Qual o nome de seus pais?

- Não tenho pais!
Moro na Rua Afonso Arinos numero 14

- Não tem pais?
Nem um responsável por você?

- Não senhor policial!
Respondeu ele.


Eles saem da multidão com o preso algemado seguindo até uma delegacia que ficava ali perto da pracinha são Marcus.
Iam eles levando João. Pra muitos ele não passa de um delinqüente, depois desta feita, mesmo sendo um rapaz de boa índole sua ficha será sujeito a especulações diversas na vida. Julgarão como se julga um criminoso até que se prove o contrario, ele é culpado. Será que não havia uma testemunha a favor dele. E o Beto? Onde andarás?
Preso e injustamente é encaminhado á delegacia.
Antes de cometer qualquer delito, ou até mesmo que se prove que são culpados os pobres são os primeiros a serem suspeitos e detidos de qualquer maneira, sem qualquer tipo de ajuda! Depois são metidos em cadeias fedidas, e para livrá-los de uma prisão provisória as possibilidades são mínimas. São tratados como bichos.
Ainda não se vê uma justiça, ainda que acredite nela.





CADEIA DA LAMENTAÇÕES




O delegado fica sentado numa cadeira fumando um charuto, com os pés em cima da mesa.
O charuto fedorento incendiava tudo! Havia uns papeis espalhados pela sala, embora feio e esquisito, ele tinha mesmo cara de mau. Era o que se dava perceber. Aquele gordo nojento incompetente.Lembro-me como se fosse hoje! A barba sem fazer, os olhos de sapo, a boca faltando uns dentes.
O delegado Simon silva.


- Doutor Simon este rapaz foi autuado em delito criminoso!
Foi encontrado com as mãos sujas de sangue segurando uma senhora do qual esta mortinha da silva!
Disse mo militar.

- Morta?
O que fez com o cadáver?

- Levamos para perícia!

Disse o militar.

- Então matador de velhinhas?
O que pode me dizer sobre sua defesa?
Ficar ai calado não irá lhe render nada! Há não ser uns anos a mais na cadeia.


Perguntou o delegado.
De boquiaberta desferindo uns palavrões indecifráveis assustando mais ainda João.
Ele por um instante olha pra o preso e sem saber o que dizer;
Pede para levantar sua ficha, e depois que seja preso numa das selas e que depois verá o que fazer.
João fica atônito com seu destino. Como explicar ás pessoas que o
Condenaram?
Sabes que a vida agora terá outro rumo. Sem ajuda, irá apodrecer na prisão.
A justiça é cega e anda na contramão.

Perguntou o escrivão ao Joãozinho;

- Seu nome?

- João Fernandes.

- Nome de seus pais?

- Não tenho pais

Afirma ele

- Endereço?

- Afonso Arinos 14.
Bairro Tupi.

- O que aconteceu com seus pais?

- Morreram numa chacina em Malacacheta em 1976, ninguém foi preso.
Depois disto, vim morar com minha avó, mas dias depois, morreu também.
Hoje moro nos fundos da casa de Elaine, trabalho, estudo, como todo cidadão de respeito desta cidade. Quero um advogado do estado.

O delegado interrompe.

- Você terá um!
Vai demorar, mas vai.
Sei do caso de Malacacheta!
Houve apenas um sobrevivente!
Quer dizer que...

- Sim!
Sou eu! João Fernandes.
Disse com uma angustia nos olhos pela recordação do assunto.


- Faremos uma varredura pela cidade.
Vamos descobrir este mistério.
Disse o delegado.

- Terminou?
Perguntou o escrivão.

- Sim!

- Pode levá-lo.
Prendei-o
Resmungou o delegado, e continuou a fumar seu charuto fedorento.

Joãozinho olha sua nova morada, percebe sujeira por todos os cantos, parece que era o fim do mundo. A privada era uma chave no chão úmido, a janela, nem por do sol dava pra se ver! Tudo era deserto! O silencio da noite lhe assolava a alma. Pobre João! Levanta a cabeça e tenta respirar.

- Meu Deus!
Que será de mim?


VINTE DE JULHO





Quatorze dias se passaram, e ele, continua preso.
Era bem cedinho, quando o delegado recebe uma carta anônima.
Ele começa a ler e percebe que é de suma importância aquele papel que estavam consigo.
Continha umas fotos das quais, João segurava a vitima que se chamava Jandira Sales. O autor da carta descrevia que o criminoso havia sim, deliberadamente sido matador de dona Jandira Sales.
E como estava de passagem pela cidade, não pode dar maiores detalhes do crime, mas, fez questão de enviar as fotos. O delegado vê tudo e depois, anexa ao relatório incriminando de vez João. As fotos eram claras! Era impossível uma montagem. João estava com a pedra e a mão suja de sangue, e com a outra mão, segurava a cabeça da vitima. Era seu fim! Arquivou o caso.
Como surgiu este fotografo? Do nada?
João recebe a visita de Elaine.

- Meu amigo! O que fizeram com você?
Está pálido, magro e sujo. Será que não tem comida por aqui?

Perguntou furiosa com a situação dele.
Joãozinho emocionado chora ao ver sua amiga.

- Sou inocente!
Nada fiz minha amiga!Estava trabalhando naquele dia, quando tudo aconteceu! O Beto viu. Ele pode inocentar-me! Viu tudo, e até tirou umas fotos!

- Fotos?
Como assim?


- É ele tirou umas fotos, eu vi, depois desapareceu no mundo.

- Você falou isto ao delegado?
Perguntou Elaine.


- Não achei legal! Poderia dizer que ele estava comigo e depois...

- Depois? O que?

Elaine retruca João.


- Depois não iriam acreditar mesmo! A justiça deste delegado é corrupta e
Sem escrúpulo algum. E na verdade, é cega.

Disse ele com os olhos vermelhos de lagrimas.

Elaine
Vai embora aos prantos.
Dizendo voltar outra hora e que iria fazer de tudo pra ajudá-lo a sair da cadeia. O primeiro passo é saber o paradeiro de Beto. Ele é a chave de tudo.



AGOSTO DE 1986



O tempo passa lento, oito anos já se passaram! João continua preso. Elaine sumiu, já faz dias não lhe faz uma visita. Fica pensando se ela o abandonou.
Mas logo se enche de alegrias, quando uma senhora surge trazendo uns bolinhos caseiros que sempre lhe oferece.
Um dia percebeu...
Ela se parece com minha mãe!
Os olhos, os cabelos são iguais! Mas é um pouco menor.
Fica me olhando sentada do lado de fora da sela, e depois vai embora sem nada dizer. E esta carta sem destinatário? Ela disse que uma moça mandou entregar-me. De quem era? Depois vou ler.
Quem a mandou? Porque faz isto?
Bom! Deixa pra lá! Não estou com cabeça pra ficar lendo carta!
Depois leio.
No outro dia, quando tudo estava como se o mundo tivesse parado, a noite chegou trazendo ventos, tempestade e frio. Lá fora, o vento levantava as folhas anunciando um inverno seco.
Ele resolve ler a carta de dona filó.

- Meu querido amigo Joãozinho...

Queria estar ai com você, sei do seu sofrimento, e tenho plena certeza de que não esta bem! Quero te pedir uma coisa, não desista meu amigo! Tudo vai se ajeitar. Os amigos da escola ainda perguntam como esta você, respondo que vai sair um dia destes, e eles ficam alegres. Sabe? Estão preparando-lhe boas vindas, pois acreditam que sairá logo deste inferno em que te meteram. Já me formei, mas continuo fazendo cursos. Talvez continue o curso de enfermagem que surgiu aqui na cidade.
Sei que és inocente sei que jamais faria mal a alguém. As fatalidades existem mesmo! Mas é preciso andar de cabeça erguida, e continuar acreditar que existe um Deus que olha pra você. Fique bem, meu amigo. Já tive varias razoes nesta vida pra chorar, mas quando penso em você que foi preso injustamente, guardo pra chorar de alegria no dia em que você e eu andarmos pela cidade de mãos dadas e continuar a sonhar e viver uma vida livre! Livre de verdade reze muito meu amigo. Somente assim poderá chegar mais perto de Deus. Lamento não ter ajudado a resolver seu problema, eu não estava contigo naquele dia, mas tenha certeza, estarei rezando sempre todos os dias de minha vida até que esteja livre novamente.
Sabes que pode contar comigo. No mais, fico te esperando pra um café a qualquer dia destes.
Prometo escrever. Estou ficando com o Beto.
Sei que tinha ciúme dele, mas ele mudou depois que você ficou preso.
Tem sido carinhoso comigo. Até em casamento, ele me pediu.
Sabe? Não sei se amo o suficiente pra um casamento, se fosse com você! Era de ser diferente! Mas quem é dono do destino das pessoas?
Continuo te amando. Beijos Elaine.
Ficou feliz pela declaração, e isto lhe trouxe mais vida.


O dia estava findando quando...

- João!
Você tem uma visita!

Ele custa se levantar, depois ergue os olhos.
Quando surge á sua frente.


- Este senhor é o promotor de justiça que o estado lhe conferiu.
Seu nome é...

- Pode deixar assumo as responsabilidades daqui pra frente.
Disse o promotor de justiça

- Mas?...
É você mesmo?
João? Meu amigo de infância?

- Robert?

Disse João.

Espantado, ele fica sem saber o que falar.
Começa a chorar e feito louco arranca um grito da garganta
Parecia que o coração iria sair pela boca.

- Robert? Vais me tirar daqui?
Por onde andou? Foi mesmo para o exterior?
Já é doutor...
Em?


- Sim! Acabo de chegar ao Brasil!
Fiquei sabendo de um preso aqui em Central de Minas.
Fui destinado a defendê-lo. Eu e meu amigo
Doutor Carlos Henrique advogado da mesma faculdade em que estive, iremos ajudá-lo. Ele fará sua defesa.
Eu não esperava que o preso fosse você!
Vou averiguar os laudos.
Fique tranqüilo, saberemos estudar com todo carinho.
Alguém há de me pagar pela injustiça cometida a você!
Acredito na sua inocência.


- Sabe Robert! Fui acusado e preso, pago por crime que não cometi.
Quando vi aquela senhora caída ao chão, não excitei em ajudá-la!
Depois disto minha vida virou um inferno.

- Calma meu amigo! Tudo vai se sair bem!
Vou agora mesmo ao fórum. Assim que coletar todas as provas,
Marco uma revisão depois é só aguardar a intimação de prováveis testemunhas.



Dizendo isto, Robert sai em direção ao fórum, depois pede ao advogado que reabra o processo para fazer um julgamento de João Fernandes.
Pediu que chamasse as testemunhas;
Elaine Maria Teixeira.
Roberto Souza (Beto)
E quais outras mais assim o precisar.


Estatuto da Criança.
O Estatuto da Criança lei número 8,069 de 13 de julho de 1990, alterado pela lei 9.455, que dispõe sobre a proteção integral á criança e ao adolescente, considera criança pessoa até doze anos de idade incompleto, e adolescente aquele que entre doze e dezoito anos de idade. Todo homem tem capacidade para gozar e a liberdade estabelecida nesta declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça ou cor e sexo, língua, religião, opinião política ou outra natureza, origem nacional, social, riqueza, nascimento outra condição.
_Todo homem tem direito á propriedade só ou na sociedade com outros.
_A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito á proteção da sociedade e o Estado.
_Todo homem tem direito á vida, a liberdade e a segurança pessoal.
No principio II.
A criança deve gozar de proteção especial e facilitar por lei e por meios
Facultar-lhe o desenvolvimento físico intelectual, moral, espiritual e social de forma saudável e normal. Em um ambiente de liberdade e dignidade.
A criança tem direito desde o nascimento a um nome e a uma nacionalidade.
São direitos adquiridos pelo menor, e fico aqui pensando, porque é que deliberadamente são transgredidos.
Robert e Carlos se encontram em seu escritório que fica ao lado do tribunal para estudar o caso João.

- Sabe Robert...
Metade do caminho estará resolvida se mantivermos o foco da situação rumo certo. A auto-estima fica abalada num caso deste! Ser preso, surpreendido pela vida duma hora pra outra de livre á prisão. Os homens tende a pensar melhores seus julgamentos. Verifiquei que havia algo de estranho na morte daquela senhora.

- O que encontrou?

- Voltei anos atrás pra desvendar um mal entendido talvez.
A solidariedade é pra ser trabalhado diariamente. Joãozinho, naquela época enfrentou uma crise emocional constante, hoje ele esta doente dentro daquela cadeia fedida que os homens o colocaram.
Acredite, este delegado fez vista grossa.

- Será que é possível isto?

- Claro como o dia!
Dependemos das sementes que plantamos pra sobreviver aqui fora, e ela nem sempre termina em terrenos férteis.
E o delegado não soube plantar, ignorou a semente.

- Olhe Carlos se tiver fundamentos...
Apenas confiamos nas pessoas e esquecemos de nos corrigir, esquecemos de refletir melhor a vida.

- Você e eu Robert!
Podemos até achar que estamos perdendo as faculdades mentais aprisionados neste fim de mundo! Defendendo as pessoas, Mas a cada momento surge uma luz no fim do túnel pra aquela, ou aquele outro.
A justiça tarda, mas provavelmente não falha.

- Oras Carlos...
É deste tribunal que vejo as maiores injustiças, cometidas deste mundo.
Aqui, que ouço barbaridades, é deste tribunal que saem muitos diretos para cadeia aqueles que têm menos condições permanecem muitos longos anos.
Acho que há muitas maneiras de pensar! A minha não é diferente daquela ou daquele outro de pensar, mas sim de agir. ”A vida consiste em dois tempos”
“Um tempo pra pensar e outro pra agir” diariamente vemos mortes sem nexo, sem razão alguma.

- Elementar meu caro Robert!
Enfim! Os homens nada são senão retrato de si mesmo na parede de um quarto qualquer, mesmo na prisão se vê isto. São farinhas do mesmo saco.
João é mais uma vitima da burocracia da justiça. É fácil prender, é fácil julgar e se não tem ninguém por ele, nada importa, é apenas mais um.



DONA FILÓ



Atravessa a noite e a madrugada fria surge trazendo recordações para Joãozinho, meu sentimento ao mundo perdeu-se naquele dia em que foi covardemente preso. As pessoas se viram ameaçadas inutilmente, pois mesmo sabendo que não era ele o culpado, não pensaram duas vezes em julgá-lo.
Amanheceu, e Joãozinho recebe uma visita amiga.
É dona filó, aquela senhora bondosa que se parece a sua mãe.

- Ola! Você bem que cresceu em?
Vejo que da ultima vez em que estive aqui, eras um rapazinho! Agora é homem, o que lhe fez a vida! Ainda se ainda esta aqui. Mas não será por muito tempo.

Disse dona filó.

- Mas é assim mesmo dona filó! Já fui para tantos lugares que nem sei mais em quem confiar! Sabe, outro dia esteve aqui um amigo meu, ele é promotor de justiça!


- Promotor? Que bom Joãozinho!
E ele? Prometeu ajudar você?

- Sim!
Mas faz bem tempo que ele ficou de me trazer noticias e nada de novo.


- Calma meu filho! Agora pode ser seu momento!
Este tal de promotor poderá defendê-lo.

- É, fiquei feliz ao vê-lo.

Disse João

- Queria saber uma coisinha dona filó!

- O que João?

- A senhora tem filhos?

- Sim!
Tenho um rapazinho.

- Que bom!
Como é ele?

- Quando o vi pela ultima vez tinha o rosto pálido, sofrido, mas tinha esperanças de vida.

- Esperança de vida? Como assim?
Conte-me.

- Olhe meu rapaz! Faz-me ficar triste quando toco neste assunto.
Melhor nós mudarmos a prosa.

- Esta bem!

Disse-lhe


- Sabe!...
Não iremos responsabilizar os outros pelos nossos erros.
Eles se defendem, sabendo que tem por trás deles uma justiça.
Esquecem apenas que muitos inocentes morrem por aqui.
Deixa estar.
É melhor não generalizar a coisa.
A corda sempre pende ao lado inferior.
E as balas continuam perdidas, acertando quem não deve.

Disse João.


O tempo vai longe

João é transferido pra uma penitenciaria em Contagem, cidade metropolitana de Belo Horizonte.
É recebido como a um criminoso, um delinqüente qualquer.
Mas seu destino é inevitável.
Ele vê um homem com cara de poucos amigos atrás duma mesa, tinha aparência de um bode velho, barba ruiva, olho arregalado, roupa escuras, mais parecia um mendigo que um delegado de policia.
João é apresentado aos demais carcereiros.

- Valter venha aqui! Leve este preso com você! Guarde-o bem.

- Pode deixar seu delegado!
Farei sua estadia aqui um inferno.

Deu uma risada escrota e arrastou João pra sela.

- Fica aqui!
Vai amargar pelo que fez aquela dona.

- Mas...

- Tenta se explicar e é atirado dentro da sela.
Como se fosse um cão.
No fundo esperava mais atenção por se tratar de um desconhecido, vindo de outra cidade.
Mas não espere que o diretor tenha dó de você.


João vê seus dias passarem
Sem nenhuma resposta.
Pensa sobre o que deixou pra trás.

- Elaine me esqueceu!
O meu amigo promotor?
Será que sabe que estou aqui? Pensou consigo.



CENTRAL DE M INAS





João é remetido de volta a Central de Minas.
Robert ficou sabendo de sua estadia lá em Contagem e imediatamente requereu a sua presença.
O delegado foi intimado a depor no tribunal por haver transferido o preso sem justificar ao tribunal de justiça.
Quando João chega à cidade os curiosos vai até a delegacia vê-lo.
Robert estava acompanhado de dois advogados amigos dele, conversava a respeito do caso quando vê seu amigo João.

- Meu Deus!
O que fizeram a você meu amigo?

Ele nada respondeu.
Estava deitado numa maca de hospital, mais parecia uma múmia ambulante.
Devia estar uns dez quilos a menos do seu peso normal.
Seus olhos estavam fundos, seus cabelos sujos e espetados, pareciam um João felpudo. Cheirava mal. Suas roupas em farrapos tinha tido febre alta e diarréia crônica poucos dias atrás.

- Alguém haverá de me pagar por isto.
Disse doutor Robert a Carlos Henrique.

- Vamos falar com o responsável por tudo isto.

Disse Robert.


- Elaine estava chegando, quando foi abordada pelo advogado de defesa de João.

- Elaine?

- Sim!
Como vai?

- Vou bem!
O que fizeram ao João?
É mesmo ele ai?


- Infelizmente é!

Disse doutor Carlos.
Elaine vai embora chorando, estava atrasada pra fazer uma faxina em sua nova casa. Estava de casamento marcado com Beto.
Chorava muito quando resolve limpar as coisas de Beto, e umas fotos caem de dentro duma bolsa.
Pra seu espanto...

- Minha nossa! O que é isto?

Exclamou ela.

Ela vê umas fotos repetidamente e percebe a razão de tudo. Uma das fotos João caminhava em direção da vitima, quando a mesma já estava caída e ensangüentada. Ela mostra a pedra, a seguir dona Jandira caindo sobre ela.
O Beto sabia que João era inocente o tempo todo. Era ele mesmo o fotografo daquele dia! E agora? O que fazer?
Beto agiu por ciúmes.
Estas fotos inocentam João.
Foi ele que entregou as fotos ao delegado.
Doutor Robert e doutor Carlos Henrique se apresentam ao delegado de policia.

- Queremos saber a razão de o preso estar assim!

Disse Robert com voz de desdenho ao delegado.

- Isto é o que acontece com criminosos desta estirpe!

Disse o delegado completamente bêbado.

- Costuma beber no serviço senhor delegado?

Disse Carlos Henrique.


Ele ficou calado sem o que dizer levanta da cadeira e sai.
Deixando-os.
Não fosse desacato á justiça.
Talvez fizesse este delegado vomitar sua ignorância, e sua prepotência.
Pensou doutor Carlos Henrique.

- Vamos Carlos, voltemos outra hora.
Reuniremos as provas. Acredito já ter expedido um pedido do julgamento de João, mas antes devemos ter em mãos todo o processo.


A JUSTIÇA TARDIA



Diante a juíza Martha Maciel.
Estava a juíza falando com o promotor de justiça, quando o corpo de jurados se reunia.
Eram ao todo doze pessoas, estudantes de direito e alguns advogados compondo o júri.
De um lado, sentado á mesa, dois advogados de defesa.
E sentado numa cadeira, escorado pelos lados, estava João.
Doente, havia ficado doente dentro daquela prisão.

A juíza começa o julgamento.

- Senhores membros deste tribunal. Aqui estamos pra fazer justiça ao morto.
O senhor João esta sendo julgado pelo crime do dia seis de julho de 1978, nove horas, aqui nesta cidade de Central de Minas. João é acusado de desferir e matar dona Jandira Sales, com uma pedra até sua morte.No qual, consta nos laudos da seguinte maneira.
João, depois de ter passado uma multidão naquela rua, estava ele com uma pedra nas mãos e dona Jandira morta ao chão.
Teve muitas testemunhas, mas não se prontificaram de comparecer.
Ela morreu brutalmente.
O senhor, João, pode descrever como o fez? Se realmente o fez.

- Sou inocente!
Nada tenho mais a dizer-lhe! Pois não sou eu quem matou dona Jandira.
Disse isto varias vezes ao delegado, mas ele não acreditou e me colocou na cadeia, hoje, o que posso dizer senhora juíza, é que sou inocente, e morrerei dizendo isto. Pois nada tenho mais a dizer.









- Pode se pronunciar, doutor Robert.

- Veja caros amigos, a pessoa que esta sendo julgada, não sabe dizer mais nada a não ser inocente.
Eu acredito nele, e mais ainda! Não tinha provas o suficiente pra prendê-lo.
Porque alguém viu uma pedra nas mãos dele, não quer dizer que matou alguém! Havia alguém que fotografou a o fato... O delegado observou isto? Houve motivos para prendê-lo? Talvez o tivesse. Mas era de se provar.
Antes de prender qualquer individuo deve se provar sua culpabilidade.
E isto não foi feito.
Abro aqui um processo contra o delegado de policia, senhor Simon Silva.
O réu tinha de ser respeitado seu direitos de cidadão lhe fora negado.
Sair prendendo as pessoas é muito fácil!
Tão fácil que o fizeram sem escrúpulo. O réu esta débil de suas forças!
Pelo que bem me lembro, ele tinha saúde de sobra.
É agora peço aos senhores que libertem João. Ou apresentem provas o suficiente pra que ele continue preso, já pagou demais pelo o que não fez.
Tenho dito.
Nós aqui somos as justiças, e nos cabe averiguar cada passo dado. Não podemos cair no ridículo de cometer tais atrocidades.
Onde esta a testemunha Roberto Souza?

- Não compareceu.
Esta viajando, assim foi o que disse sua noiva.


- Então, minha sugestão é de que, marquemos outro dia esta sentença.
Antes, gostaria de ouvir o advogado de defesa do réu.
Disse a juíza Martha Maciel.


- Obrigado!
Se me permite colocar em apreciação minha tese.
Eis que, o meu cliente foi injustamente atropelado pela burocracia da justiça do delegado Simon Silva.
Pelo que consta nos laudos senhores, o meu cliente estava vendendo seus jornais naquela rua, no mesmo horário de sempre, quando uma multidão ultrapassa correndo desesperados, não se sabe do que, e logo depois, a senhora Jandira Sales, aparece morta, e meu cliente surge como culpado, quando na verdade estava prestando-lhe socorro.
Quero justiça pra ele! Não houve provas o suficiente para incriminá-lo. Os senhores haverão de prestar atenção a cada detalhe do acontecimento, façamos uma retrospectiva do tempo.
Existe um suspeito e varias evidencias sobre o caso. A vitima tinha varias marcas no corpo! Isto, também poderia ser mortal. Porque não o Beto, um possível suspeito? Ele viu tudo! Não é o criminoso, mas...
Ele ficou calado, preferiu omitir e se esconder ao que poderia ter inocentado meu cliente.
Peço aos senhores, membros deste júri que ajam com sabedoria. A senhora juíza a de convir comigo que o réu tem a ficha limpa, tem endereço e trabalha, é um cidadão de boa índole.
Nada mais a relatar.



Dizendo isto, a juíza marca a sentença pra outro dia.
Depois de reunir as devidas provas e convocar as pessoas certas. Prosseguirá o julgamento. João é levado novamente à sela.



Beto saiu de férias e não falou com Elaine.
Ela aproveita pra fazer uma visita ao seu amigo.


Ela o encontra deitado numa cama, tossia o tempo todo, parece que estava com tuberculose.
Ela percebeu isto.
Mas é melhor lhe contar a verdade e livra-lo da cadeia de imediato.
Ele estava irreconhecível, tinha um cheiro desagradável, sem forças pra ir tomar um banho, penava naquele lugar.
Sem razão pra viver, morria João aos poucos.



A GRANDE VERDADE


- João?
Sou eu Elaine. Vim tirar você daqui.

- Como?
Estou livre? É tarde minha amiga, nem forças tenho pra ir embora.

Ouvindo isto, Elaine começa a chorar.

- Meu Deus! O que lhe fizeram!
Olhe João, tenho as provas que inocentam você vou entregar ao delegado e...

- Espere! Não entregue ao delegado, ele não presta!
Vai queimar as provas e me deixar aqui morrendo.
Entregue o Robert e ao doutor Carlos Henrique. Eles saberão o que fazer.


- Nisto Elaine sai a procurar o promotor de justiça.


- Muito bem!
Então é isto que realmente aconteceu! As provas estavam o tempo todo ai, nas mãos de Beto.
Vamos atrás dele.
Deveria de ter um motivo lógico pra tanta crueldade, deixar morrer na cadeia uma pessoa como João.
Vamos depois haveremos de encontrá-lo.
Agora o que importa é libertar João.


O promotor e o advogado de João chegam à delegacia.

- Seu delegado! Quero que liberte o preso!
Como assim, libertar o preso?
Isto aqui não é brincadeira, é uma repartição do governo e deve se manter a lei. Aqui quem sabe se deve ou não libertar seja quem for, sou eu.

- O senhor fez tudo o que não podia este detido por omitir informações da justiça.

- Como? Vai prender-me na minha própria cadeia?

- Que cadeia tem se não sabe o que é justiça?
Desmoralizou nossa lei, na verdade, o senhor deve ter comprado este diploma de delegado! Ninguém faz isto com um ser humano.

- Esta desacatando a lei?

Perguntou o delegado

- Pode me prender se tiver coragem.
Vamos seu delgado?
Liberte o preso, aqui estão às provas e o os documentos de soltura expedida juíza Martha.

Disse Robert.
O delegado lê o documento e chama o carcereiro pra libertar João.
Nisto ele aparece com as chaves nas mãos e caminha até a sela.
Abre e percebe que João esta imóvel.

- João?
Joãozinho esta livre! Pode sair agora.
Ande homem, esta livre.

Elaine que acompanhara tudo de perto, deita sobre o corpo dele e começa a tentar reanima-lo.
E constata que ele esta...

Ela sentou e desatou a chorar.

- Morreu! Meu Deus! Ele morreu.

Elaine fazia força pra se manter de pé.
Suas pernas fraquejaram, seus olhos vermelhos inundavam de lagrimas.
Grita desnorteada a vida injusta que o amigo vivera.

- Tem certeza?
Perguntou o carcereiro.

- Absoluta

Disse Elaine.

Os dois entreolharam-se. João é morto.
Estava definitivamente fora de cogitação reanima-lo.
Elaine sentou-se agarrando um lenço tentando disfarçar as lagrimas que escorriam pelo rosto.
João que o mundo roeu.
Que foi injustiçado pela morosidade da lei.

- Não queria que ele morresse, morreu e o pior de tudo é que não teve uma só pessoa para.
Provar e inocentar este infeliz. E só depois de morto.

Disse o carcereiro.
Depois saiu pra dar a noticia ao delegado e doutor Robert que o aguardava na sala.

- Doutor, o preso morreu.

- Como morreu?

Perguntou Robert.

- Morto a Elaine esta com ele agora.

Disse o carcereiro.
Robert sacudiu a cabeça e foi ver de perto.

- João?
Meu amigo, agora não!
Vamos sair daqui esta livre.

Abaixou abraçou-o pegou-o no colo e saiu pela rua.
Caminhou até o tribunal entraram, todos ficaram espantados ao ver.
O promotor de justiça coloca João na cadeira e pede que a justiça seja aplicada.
Mesmo depois de morto às pessoas precisam saber a verdade sobre João.
Ele nada fez pra merecer o destino que os homens impuseram a ele.
O que prova mais uma vez a justiça não faz tem sentido nas mãos dos tolos que a regem quando empregam pessoas desqualificadas para aplicá-la.




JOÃO QUE O MUNDO ROEU



Deitado estava e assim permaneci
Minha alma vagou no espaço
Memorizando que pai e mãe eu nem
Cheguei a conhecer.
Eu sou eu!
João que o mundo roeu!
João que o mundo esqueceu.
De vez em quando!
De quando em vez
Ouvia-se sussurrar a morte
Tentando selar sua sorte...
Falando baixinho,
Joãozinho...
Joãozinho.
Numa lapide
Numa no cantão desta cidade esta escrito
Aqui jaz “João” o homem que o mundo roeu.

- Venha! Vou levá-lo pra casa.

João e levado por uma senhora que entra e o coloca no colo,
Depois se levanta e o leva consigo...
Passa por todos e depois some na rua.

- Olhe! A vida é assim mesmo! A justiça dos homens... não é igual à de Deus.

Todos ficam de boquiabertas. Segue-se um choro! e
depois disto, foi um silencio total no tribunal.
Beto que amava Elaine,
Elaine que amava João,
E João que o mundo roeu.
O sino da igrejinha faz o anuncia mento.
Dezoito horas. Ave Maria cheia de graça!
O Senhor é convosco...

08 de maio de2001




Relatos do autor.

Numa época em que tudo não é favorável, temos chance de ser flexível.
A vida lhe mostra um lado e você tende ao outro. Nas adversidades é que desenvolvemos talentos escondidos. Algo fictício? Talvez. Depende em que ponto de vista esta situado.
Este livro não é apenas um lúcido presente aos leitores É mais que isto! A justiça dos homens deve ser aplicada Conforme é. É um conto que conto com pesar. Isto pode estar acontecendo na sua cidade ou aonde quer que esteja. Ainda bem que não é verdade! Isto não existe não é mesmo? A justiça dos homens é cega. Mas a de Deus vê alem do escuro.
Ou se trata apenas de mais um mal entendido da justiça?

"A JUSTIÇA DOS HOMENS É INFLEXIVEL , NÃO É SOLIDÁRIA...E ANDA NA CONTRA MÃO DA VIDA"

(Tonnypoeta)

















































domingo, 16 de maio de 2010

DAR DE TODO O CORAÇÃO



DAR DE TODO CORAÇÃO

Conto o que vi um dia, se bem me lembro...
Havia numa cidade na era de reis e rainhas, um mendigo naquele país. Certa vez, quando esmolava pelars ruas estreitas do palacio real, eis que me vem a distancia de pouco menos que o tiro de uma flecha, o rei daquela região. O que se passou pela cabeça do mendigo ser sua chance de abiscoitar uma esmola descente. Colocou-se então em posição de espera, estendeu as mãos quando este se aproximava. Dê-me uma esmola meu senhor! O qual foi prontamente de uma resposta um tanto inusitada: Sou eu quem lho pede um pedaço de pão! De modos que ele deu o que o rei pediu, tirou de sua sacola um pedaço de pão o deu. Certo de que fez algo, sem sentido até então! Porque um rei, tendo tudo lhe pediria um pedaço de sua merenda? Como poderia ser? Após indagar-se por inúmeras vezes, chega em casa. Ele resolve olhar o que lhe restou do pão, o qual foi sua surpresa; No lugar do pão que oras deu ao rei...havia uma pepita de ouro, do mesmo tamanho que dera ao rei. Porque não lhe dei todo o meu pão? Ou uma parte maior?
Estimados... somos assim! Não creio eu de ter encontrado alguém diferente neste mundo. Sempre estamos guardando algo pra depois, com medo de doarmos mais de nós, ficamos como mendigos a mendigar. Isto me lembra a sena do jovem rico! Aquele que indaga Jesus sobre o que devia fazer para ganhar a vida eterna. Mestre, o que devo fazer de bom para ter a vida eterna? E Jesus lhe pergunta se tem observado todos os mandamentos da lei de Deus, e este diz sim: tenho. Que me falta ainda? E Jesus responde; Se queres ser perfeito, vai e vende tudo o que tens, dá-os aos pobres e terás um tsouro no céu. Depois, vem e seugue-me. Mt. 19, 21. Estimados, vivendo e aprendendo. Dar de todo o coração.
Tonnypoeta

TÍMIDO



TÍMIDO

Prefiro os que me criticam porque me orientam, do que os que me bajulam porque me corrompem! Uma conseqüência da timidez é a solidão! Tímido tem amigos? “Preciso de alguém que venha brigar ao meu lado Mesmo sem ser convocado pra isto! Alguém amigo, suficiente para dizer-me um não. quando for hora de decisão, que seja amigo... pra me dizer sim, quando eu mais precisar se um sim. Alguém... que me entenda, atenda que me escute uma só vez, e que haja mais de uma vez... pra este amor seja uma virtualidade crescente. Eu quero ser gente que gera sementes de amor eterno! Alguém que interage! Viver descobrir-se. No outro quem devo ser eu! (...) como devo também ser o outro. Tímido sem fronteiras fechadas pra o novo! Assim deve ser! No fundo de nossas almas... mesmo como poeta, extrovertido, apaixonado imprevisível... distante: digo que sou amante. Do meu jeito simples... digo que te amo! Do meu jeito nobre criativo, ativo... digo que te amo. O medo de ser pouco menos que nada... o tímido é desértico, reflexivo, sonhador, persistente, calado amado... segue objetivos. Sou eu assim? Procuro ser assim? Mesmo quando as pessoas exigem que você seja outra coisa? Estimado leitor, destino-me a escrever a você que me lês este agora! Creia, no fundo de cada alma... amável, certa timidez invade a alma. Somos tímidos. Aquele que deixa de perguntar, pode ser um tolo para o resta da vida. Aceitar o outro é viver o outro da sua maneira, do seu jeito de ver, da sua janela da vida. Ser tímido é não se calar... sim agir e não deixar sua vez passar. Sua esperança se acabar sem lutar. “Amar não é aceitar tudo” “Alias: onde tudo é aceito, desconfio que haja falta de amor. O tímido não ama por medo de ser rejeitado, mas quando na verdade perde a chance de amar... quando não se entrega por inteiro a quem diz amar. Você!... É assim?
Anthonny Guimaraes Ramos

Meia Idade


MEIA IDADE
Minha vida vai
(...)
Vai se no desenrolar do tempo.
Paro quando não olho ao meu redor
Paro quando percebo que o meu amor...
O meu eterno amor
É o único amor!
Não existe noites sem luar
pra quem quer um amor encontrar!
Verdes como a natureza
Esperanças em te olhar.
A vida não para!
Eu é que paro senão seguir meu coração.
Meia idade!
Meio cam inho andado
Preciso viver meu presente
Sem recorrer-me ao passado.
Passado e presente...
Quero viver meu presente.
Meia idade de uma vida
Esperança...
Preciso dar tempo ao tempo
Uiva ó vento
Por quanto me sustento
Meia idade
Decisão de bem querer
Que me faça ser gente
Qu'eu seje fruto
E semente
Não vaidade...
Nesta minha
Meia idade.

sábado, 15 de maio de 2010

A BRUXA DE MAHATMA


Tonnypoeta











A BRUXA DE MAHATMA




AUTOR



Anthonny Guimaraes Ramos
Direitos autorais reservada-Lei 9.160/98
Copyright TonnyPoeta




COLETÃNEAS ROMANCES BRASILEIRO




Gráfica e Editora Flora Sant Ana
Minas Gerais ----- Brasil
Tonnypoeta



HALLOWEEM

PARTE I


Os magos cultuam as bruxas ao norte da Inglaterra. Mister Johnny dela Costa é uma lenda no meio delas. Isto virou mania no mundo precisamente no final do mês de outubro. Contam que, as crianças saem ás ruas com doces e mascaras de feiticeiras, cada uma mais feia que a outra assustando todos que encontram pelo caminho. Se você tem nervos de aço, e ainda não conheceu Márcia a bruxa de Mahatma. Prepare-se! Ela vem surgindo nas colinas da Ilha Grande local de sua residência Rio de Janeiro, numa remota cidade interiorana, cercada de ilhas. E nada a impedirá de transformar qualquer um em sapos, ratos e outros bichos, talvez o leve para conhecer seu castelo, tomar um banho de raiz, ou ser comida de um dos seus bichinhos de estimação. Márcia, sedutora e encantadora. Mora ao sopé do Pico do Papagaio. Ele mede mais de novecentos e oitenta metros de altitude. Aonde existe uma cachoeira sua altura mede uns cem metros. As noites, quando saía pelas encostas da serra, colhendo cogumelos pra fazer suas poções mágicas, encontravam uns e outros transeuntes e os transformavam em seus brinquedos de estimação. Ela toma banho em uma panela de ouro. Sua magia não tem limites.

A BRUXA ESTA SOLTA

Rio de Janeiro 31/10/1960

Johnny e Vick voltam duma reunião do jornal Gazeta e são precisamente vinte e duas horas quando eles ouvem uns gritos. Havia um homem sendo espancado por uns pivetes no calçadão da praia de Copacabana. Eles entram na briga pra salvar um senhor que estava sendo assaltado naquela rua. Eles estavam com os rostos tampados pra não serem reconhecidos. Mas quando percebem que Johnny e Vick estão se aproximando...
Intrusos sabem brigar, esquecem o assalto e saem correndo.

- Machucou-se meu senhor?

Perguntou Johnny.

- Que nada meu filho!
Eles queriam meu dinheiro, mas se não fosse vocês, teriam conseguido.
A propósito meu nome é Freud!
Posso lhes pagar uma bebida?

- Obrigado meu velho!
Deixe pra outra hora.

- Por um momento, poderia jurar que ouvi um piado de coruja!

Disse Johnny.

- Mas é impossível. Aqui em plena praia um sujeito sendo espancado?
É de se espantar mesmo!

Disse Vick

- O senhor insiste em pagar-lhe o favor.

- Fica pra outro dia meu senhor!
Temos de encontrar com uma pessoa que nos espera.

- Johnny...
Acredite! Novamente este piado de... Sei lá o que! Mas... Eu vi um vulto de coruja!
E ela esta nos seguindo desde quando saímos.
Do bar da rua caetés.

- É possível isto?

Disse Vick

- Verdade! Mas...
Vamos tentar ludibria-la e entrar na primeira curva a esquerda.

Disse Johnny.

Eles caminham olhando de vez em quando para os lados tentando encontrar alguém.
Johnny fica pasmo quando vê os prédios do centro da cidade estão aos escombros. Não tem mais prefeitos nesta cidade? Será que deixaram as bruxas tomarem conta disto aqui? Onde estão os bondes que estavam nestas ruas?

Perguntou a Vick

- Em que mundo você vive menina?
Os bondes existem há algum tempo.
Estamos em 1960.


- Será que estão atrás de drogas? Dinheiro ou algo mais?

- É provável que sim! Está desviando grana por todos os lados, lavagem de dinheiro aqui no Rio? É uma horda selvagem que nem a policia consegue impor ordem.

O tempo passa e eles ouvem um piado de mau agouro.

- Johnny
Acho melhor nos apressarmos!
Isto aqui esta me cheirando a intriga. E das grossas.
Depressa.

Eles dobram a esquina e entram em um bar. Vick esbarra com uma pessoa que estava saindo na correria. Estava vestido de um manto preto, trazia um capuz escondendo o rosto. Na verdade, ele, ou, seja quem fosse, estava com muita pressa. Johnny pega nas mãos de Vick e senta na primeira mesa a sua frente. Mas tudo estava em silencio! Não havia uma alma viva pra contar a historia. Estavam quatro pessoas espalhadas ao chão, três homens e uma mulher.

- Johnny vê o que vejo?
É uma...

- Sim! Houve uma chacina por aqui, será que?
Aquela pessoa que passou por nós tenha feito isto aqui?

- Johnny
Este aqui deveria ser o dono do bar!
Que arma pode fazer um estrago destes?

- Vick...
Eles usaram silenciador pra dar alarde.
Vamos dar o fora daqui antes que surge alguém e nos encontre aqui.

Pouco depois eles se encontram numa estrebaria, onde servia café noturno.

- Bruxas?
Elas estão por toda parte!

- O que?

Pergunta Vick

- Sabe amiga! Deve ser o perfume da quaresmeira! Alguma coisa esta atraindo elas até a esta cidade. Nada é tão perigoso quando elas se sujeitam a descer as montanhas. É pra pensar no que realmente viera buscar aqui. Fiquei assustado quando vi um vulto nos seguindo mais agora tenho certeza de que são elas. É nesta época do ano que elas descem a “montanha” sagrada. O vento assolava as janelas do bar onde eles estavam. O lampião se apagou, e mais outro que se encontrava encima do balcão. Restando outros dois nas extremidades das portas quando Entra um homem, e eles ficam olhando, parecia que estava seguindo alguém, como a um cão que farejava alguma coisa, ele por um estante olhou pra Vick e Johnny. Estes tentam disfarçar e ficam imóveis. Até que vai se sentar numa mesa no canto do bar.

- Johnny!

- Que foi?

- Estou com medo!

- Fique calma! Nada sairá errado.

- Acho que eles estão nos procurando?



- Vamos tirar isto a limpo Vick, e vai ser agora.


- Johnny se dirige até a mesa do individuo e;

- Posso sentar-me?

A pessoa responde que sim;

- À vontade Johnny!

- Você me conhece?

- Sim! Quem não conhece você na face da terra! Mister Johnny a sombra da noite!
Você não engana mais ninguém!

- Quem é você?

- Meu nome é...
Posso confiar na moça que esta contigo?

- Claro! Ela é minha amiga.
E de inteira confiança.

- Tudo bem! Venho de um lugar aonde o mundo esta de cabeça para o alto.
Eles me mandaram encontra-lo.

- Eles quem?

- Os espíritos dos tamoios! Eles estão soltos novamente.

- Tamoios?
Os canibais? Isto já é coisa do passado! Ainda existem índios?

- Pode me explicar melhor?

Pediu Johnny ao visitante.

- Como disse, venho buscar você. A vida na selva esta desatinando tudo! Estão roubando os diamantes azuis. Estão furando o coração da terra. Homens por toda parte, invadiram ao Sitio do forte, do seu pai e prenderam uns e mataram outros depois, fizeram de escravos o restante. E em seguida eles fugiram para Pico do Papagaio.

A pessoa resolve se apresentar.

- Sou...

- Márcia?


- Sim! Márcia a flor da terra!








Márcia
A índia branca dos tamoios! Retira o capuz que cobria o rosto, mostrando uma índia mestiça da tribo dos tamoios de belos olhos pretos, cabelos pretos, e bem abaixo dos ombros traz um colar indígena, por baixo daquele manto uma índia de puro sangue selvagem. Na verdade a tribo dos Tamoios era poucos os que não tinham os traços de Márcia.


- Ainda que me preocupasse com você, nunca o esqueci.
Johnny a grande alma dos tamoios!
Quem é esta que anda com sombra da noite?

- Esta é Vick!
Uma amiga.

- Ora Johnny abaixou as armas?
Os turistas estão de volta á montanha sagrada!
Retirando seu “sangue” e só nós podemos fazê-los recuar.


- Johnny...
Esta mulher é uma...

- Sim Vick!
Esta mulher é uma índia branca! Dona de muita magia. Seu nome é Márcia!
Seus olhos negros não enganam mais meus olhos! Por mais que o tempo se passou, ela permanece uma linda bruxa! Tome cuidado com ela, tem o rosto de um anjo, mas é um demônio selvagem.

Ainda continua com aquelas poções de...

- Vai devagar mister Johnny! As bruxas não existem mais.
Fazemos uns truques apenas pra espantar curiosos.
Ha., ha., ha.

Na verdade a Márcia é filha da bruxa Nilda! A terrível bruxa Nilda.
Transformou muitas pessoas em ratos e os enviou pra uma cidade no interior
De Mahatma em Londres.

- Somos amigos de infância!

- Só isto?
Pergunta Vick.

- É!
Agora...
Flor da terra pode me contar o que realmente esta acontecendo?
Conte-me como foi tudo na fazenda de meu pai.

Pediu Johnny.

- Esta bem!
Era noite de lua cheia, quando estava eu e umas amigas, num acampamento nos arredores dali, nos preparando para o Halloween, dia das bruxas. Ao luar da noite nos parecia ter ouvido tiros e saímos em disparada pra ver de onde saia tanto barulho.
Vimos muita correria por perto de sua casa, fomos averiguar. Sabe? Foi duro ver toda aquela gente morta espalhadas pelo chão.

- Mortas?
Sim!
Todas mortas, não pouparam nem as crianças.


- E meus pais?

- Lamento sombra da noite! Vi sua mãe abraçada á seu pai, deitados numa cama.
Era tudo muito medonho! Parecia coisa de bruxaria! Colocaram uma cruz e duas flores roxas ao lado do deles. Parecia quaresmeira... Era isto mesmo! Tinha um odor forte de morto.

- Quem pode ter feito esta crueldade com meus pais?
Sabia que alguma coisa estava acontecendo! Aquele odor de flores quaresmeira!

Disseram algumas pessoas que eles eram os coiotes.

- Coiotes?
Mas eles não são daqui do Rio da Ilha Grande?!
O que deu neles?

- Quando vim a esta cidade, pra estudar e voltar pra ajudar meus pais na lavoura!
Administrar o sitio do forte. Pra nada! Pra nada poder fazer agora.
Meus pais mortos, Talvez não sejam mesmo os coiotes? E Tenho minhas duvidas! Meu pai os tratava com amizade de pai e filhos.


- Depois de um tempo, você não vale mais nada! É tratado como bicho.
A fragilidade seja situação ou contraditório sempre existirá violência neste mundo.
Ainda não será desta vez que vou ser feliz. Vou caçar um a um.



Disse isto e encostou a cabeça nos ombros de Vick tentando esconder as lagrimas.
Aprendi que o tempo não é algo que se possa voltar atrás.


- Vamos até o Rio de Janeiro, de lá iremos á ilha grande.

- Seus pais moravam lá?


- Sim! Vick! Quer vir conosco?

- Claro que sim! Não perderia este furo de reportagem pra nada neste mundo.

- Só pensa em ser famosa em?

- É o que meu diploma requer!

- É uma ruiva abusada e ainda por cima com mania de grandeza.
Ousada e linda, mas só pensa em um grande furo.
Não se esqueça da missão do jornalista e seus juramentos.

Disse Johnny.




Vick... É assim! Uma morena de 1,78 de altura, cabelos cacheados, na cor castanha bem abaixo dos ombros quase se encostando aos largos quadris. Veste jeans, usa sempre uma botinha meio cano. O nariz empinado, estilo francês. Os olhos são verdes. Filha de franceses nasceu no Brasil a boca seduz a alma. Tem os traços de uma modelo.


- Partiremos pela manha. Vou ligar agora mesmo para reservar as passagens.
Primeiro... Vamos pra minha casa fica aqui perto farei alguns contatos, depois iremos descansar. Depois de arrumarmos as malas partiremos.


- Quanto tempo pra chegarmos a esta tal montanha sagrada?


- Não mais que três dias Vick.

- Tudo isso?
Mas pensei que era um dia!

- Ah pensou!
Vai pensando menina.


- Iremos até minha casa, depois traçaremos uma trajetória do que poderemos fazer pra chegar às terras do sol.
Tudo tem que ser calculado ao seu tempo.







PARTE II

Johnny está sentado perto da lareira de sua casa quando Márcia se aproxima e senta pertinho dele.

- Amor!
O que faz a estas horas acordado? Tomando um vinhozinho?
Não vê que temos uma longa caminhada pela frente?

- Calma Márcia!
A meditação faz parte de um ritual.
Que prezo muito.

- Meditação? Sei disto!
Que ritual homem de Deus?
Só se for...


- Só se for?

- Deixa pra lá!
Johnny.


- Não me leve á serio!
Devo estar exagerando minhas fantasias!
Quanto a você e eu.
Deixa estar!


- Ainda não me esqueceu Márcia?


- Como?
Eu? Não amor! Mesmo que tenha resistido ao tempo.
Oras John! Nem tudo me é permitido sonhar ou fazer!
Sabes o que meu coração sempre quis! E quer o seu.


Ela se aproxima de John, e senta pertinho com o rosto colado no dele. Abraça-o apertado com carinho. E o beija. Aqueles dois não se esqueceram um do outro. Aqueles olhos de jabuticaba sedutores, ninguém os resistia! Quanto mais Johnny que procurava esquecer este amor. Descrever Márcia é tarefa árdua pra um ser humano! É uma morena clara, com um sorriso cativante, a boca é sedutora e induz ao beijo. Quando ela sorri emiti uma alegria contagiante, Márcia é pura paixão.

- Ele me ama de paixão!
Não me esqueceu!

Pensa Márcia...

O tempo não pode apagar este amor. É o único de minha vida! Recordamos o passado juntos, mas só um olhar nos espera, ainda somos fogo e pimenta, é o único a quem pertence minhas alegrias, Johnny é o único que beijei nestes anos de minha vida. Longe é um amor que beijei nestas noites enluaradas! Que fizeram de mim uma utopia sem fim! Alias este homem deveria ser... Mesmo meu há muito tempo.

E eles adormecem um colado no outro debaixo de um edredom quando...
O vento começa a assolar tudo. Uma tempestade vem se formando no norte! As janelas da casa começam numa baderna infernal! Tudo era de se esperar menos...

- Quem esta ai?
Apareça duma vez!


- Porque tanta pressa mister Johnny?
Sua hora esta chegando, seus pais já se foram mesmo! Só restou você.

- Felix? Que faz aqui?

- Esqueceu–se de que sua vida me pertence?
Seu pai me prometeu sua vida e esta chegando a sua hora de vir comigo.
Estava com saudades de você! O seu povo esta sumindo da face da terra. Esta tudo acabando! Os tamoios já não são mais os mesmo depois que você veio pra cidade.
Tudo acabado só você não vê isto.


- Oras meu cara!
Estamos em novos tempos! Aqui não tem nenhum besta pra encomendar a alma pra outrem. Os laços que nos ligaram no passado, já não existem mais! Nossos laços romperam-se eu não quero mais saber de aliança Entre nossas famílias.

- Não há mais nada a fazer então?


- Nada mesmo!
Tenho livre arbítrio, se sabes o que representa isto na vida de um homem.
Nada me fará fazer aliança com sua bruxaria.

- Livre pra voar.
Oh... Mahatma!
Quebrem as amarras destes laços que meu pai fez a este bruxo.

- Nisto ouve um estrondo! Uma parte da casa vai pelos ares. Johnny, Márcia saem em disparada procurando Vick.

- Vick estava dormindo o sono dos justos! Aliás, sonhava com você! Estava como uma pedra quando ouvi o estrondar da casa

- Minha nossa! Johnny?
O que é isto?

- Calma minha menina linda! Estou me desfazendo de um nó que me unia a este bruxinho. Venha comigo! Nosso passeio tem de ser retardado. Direto para a Ilha Grande.
Vamos para o aeroporto agora.

Johnny vai até um jeep estacionado na garagem de sua casa e sai em disparada.


- Corra Johnny!
A coisa esta ficando preta!
O que era aquilo vindo atrás de nós?


- Nada menina! Depois te conto.
É apenas mais um de meus inimigos.

- Márcia, você pode fazer alguma coisa?

- Sim, deixe comigo.
Zenda, zimbra, zombara
Muita sombra e fumaça aqui agora!

- Nisto uma cortina de fumaça surge atrás delas tampando assim a
Visibilidade de seus oponentes.

- Johnny agora pode acelerar.
Ainda bem que ele não sabe voar!
É verdade que se voa quando se esta amando alguém?

- Acho que sim! Vick, o amor é como a ventania!
Onde bate, arrasta quem estiver na reta.


- Parece que estou voando!
Michi o oshie kudasai

- O que disse Vick?




- Quer dizer em japonês: ensine-me, por favor! Quero amar... Muito.


- Tudo isto é mesmo sonho! Estava agorinha mesmo perto de ser declarada mulher apaixonada quando ando sonhava com você.
Eu mato este tal de...

- Felix!
Este é seu nome. Um bruxo da mais alta dinastia que veio atrás de mim, em espírito.
Capaz de transporta-se em segundo pra qualquer lugar do mundo com suas mágicas. Sei que existe um ponto fraco e ele tem medo de ser descoberto. Haverei de encontrar uma maneira de persuadi-lo a contar sem que perceba este seu lado camaleão. Ele não estava aqui realmente, era sua sombra. Fique tranqüila! Ele nada pode fazer sua mente esta aqui, mas seu corpo esta longe, bem longe.



- Pelo que sei...
Disse Márcia,

- Camaleão é o mesmo que lagartixa?

- Não menina!
Ele se transforma em animais, pessoas e esta em todo lugar.
Dorme de dia. Assim, acho que é seu ponto fraco.
Parece mais um vampiro que um bruxo.

- Cuidado!
Olhe por onde andas seu sedutor duma figa!
Quer nos matar?

Vick ficou furiosa.
O carro quase cai num penhasco. Na noite todo cuidado é pouco. John contorna e se safa desta voltando o volante todo á sua esquerda indo se colidir com um barranco.
Johnny desce do carro e tenta fazer o mesmo com as meninas que ficaram presas entre as ferragens. Márcia fica tonta com uma leve pancada na testa. Vick reclama muito da dor de cabeça que surge com a batida. Eles saem e sentam numa pedra pra descansar um pouco.

- Johnny acredite... Fiquei com medo agora! E se eles chegarem duma hora pra outra? Como ficamos? Estou tudo arrepiada.

Márcia olhando aos arredores.

- Calma, já as tiro daqui! O carro esta em ótimas condições, é só levanta-lo e partiremos novamente.

- Mas amor! Tenho sede! Tem água por aqui?

- Sim!
Tome e depois dê um pouco a Vick também. Acho que vai precisar.

- E vou mesmo!
Depois desta acho que vou me aposentar de vez!

Dizendo isto Vick sai de perto deles e vai olhar a paisagem.

- Mas o que diabos são isto?
Meu Deus!
Venham aqui rápido!
O vale das sombras lá embaixo.


- É Márcia
Por pouco não caímos nele!
Não é possível!
Provavelmente entramos por estrada desconhecida.
Acho melhor ir com mais cautela desta vez.


- Estes animais já fizeram muitas vitimas por estas bandas.
Fiz uma matéria no ano passado em que os coiotes perseguiram uns turistas nestas bandas e só pararam depois de destruí-los! Quero sair daqui imediatamente John.

- Esta bem! Johnny! Mas se me acontecer alguma coisa você...

- O que vai acontecer Vick?

- Você vai me pagar caro se não chegarmos inteiros naquela montanha.

- Ah! Pensei que iria me deixar como já fez de outras vezes. Lembrem-se da escola?
Marcamos uma festa e esta maluca aprontou uma com o dono da casa. Queria quebrar tudo, por causa duma moça que deu um beliscão nas minhas nádegas ela ficou fula da vida. Mas... Isto é passado.

- Olhe! Já estamos chegando ao aeroporto
E nosso vôo sai dentro de dez minutos.


- Senhores passageiros do horário das...
Olhe é a nossa vez de embarcar.






Eles estão chegando pela manha a um acampamento militar quando se aproximam sente um cheiro forte vindo duma outra sala alguns corpos estraçalhados se viam estendidos ao chão.

- Será que...

- Isto mesmo Márcia!
Uma chacina! É melhor termos cuidado pode ter...

Johnny fica de boquiaberta vendo aquela cena á sua frente.
A noite se aproximava.

- Eu não vou dormir neste lugar de mortos! Sabe-se lá se eles transformam em mortos vivos e...

- Pode parar com este drama Márcia!
É impossível...

- Alguém ai tem...

Algo se movendo se levantando e...
Quando ele parece que vai dizer fogo...
Johnny da-lhe um ponta pé ele se precipita no chão Johnny parte pra cima dele com tudo! Dando-lhe chutes pra tudo quanto é lado, agarra-o pelo pescoço quando...


- Esperem! Sou o sargento deste exercito mortos. Sobrevivi por pura sorte ao massacre dos cães. Afinal? Não sei se eles eram cães ou homens! Podia jurar que...
Eram lobos humanos, eles chegavam de toda parte. Escondi dentro de um barril de rum.


- Por isto fede tanto homem?

- Queria o que John? Antes viver que morrer como os outros.
Este cheiro é dos meus mortos!Tive de fazer destes corpos minha salvação. Senão morreria. Os cães não toleram este cheiro! Ainda bem! Mas e as flechas? De onde elas vieram? Se eles são cães... Que eu saiba, cães não atiram flechas. Meu Deus.

- Esta bem, faz quanto tempo esta aqui...?
Como se chama mesmo?

- Falcão! Sargento falcão, da terceira infantaria militar. Faz cinco dias que estou tentando sair deste maldito lugar. Dizem que existe uma saída deste inferno! Mas, até agora não encontrei nada por aqui, além de mortos de fome. A propósito tem algo pra se comer ou beber? E os reforços? Estão chegando?


- Pobres diabos, esta delirando de fome e sede e ainda encarcerado neste fim de mundo.
Tome este pedaço de pão! Por enquanto é o que resta dar-lhe.
Acho que te conheço de algum lugar! Talvez de...

- Londres?

- Sim Johnny! Acho que de lá mesmo!
Estive assistindo palestras sobre combate militar por uns tempos na faculdade.

- Evero! Estive lá com uns amigos meus!
Foi lá que conheci minha ex-mulher!

- Porque ex-mulher?

- Ela morreu. E acho que foi algum tipo de macumba.

- Como foi isto aqui?

- Isto tudo só pode ser alguma bruxaria!

- Todos marcados pra guerra.

Disse Vick olhando pra Márcia.

- O que vem de baixo não me...

- Calma menina...
Não vê que temos uma situação delicada por aqui?

- Você viu... Ela esta me provocando! Tire esta guria de perto de mim senão...

Disse Márcia.

- Vamos manter a calmaria por aqui! Deixe mos de lado toda e quaisquer briguinha pra outra hora.

- Ela não sabe com quem esta brincando. Olhe que a....

- Deixe as bruxarias pra outra hora Márcia.

- Tudo bem John.

Estão todos apavorados com a situação atual. Resolvem dormir em outra sala mais limpa. Encontram varias camas dos soldados ainda em plena bagunça, acredita-se que ao soar do alarme, todos se dirigiram até a outra sala e por ali foram atacados. As meninas limpam tudo aquele lugar, e deixam como novo em pouco tempo. Depois se acomodam nos quartos


- Vick?

- O que foi meu amor?

- Preciso te contar uma idéia que me surgiu há pouco.
Sente se perto de mim.

- O que pode vir desta mente sedutora? Quer dizer que vai jogar-me no chão
Beijar-me depois fazer amor comigo? Diz que...

- Devagar com o que vai dizer ou fazer! Não sou de pedra!

Antes que ela fala alguma coisa...
Johnny aperta aquele corpo quente ao seu e beija sua boca rosada depois seu rosto, seu pescoço e cheira seus cabelos e os dois rolam de um lado pra o outro, numa frenética sedução.

- Fica comigo esta noite... Meu amor!
Durma aqui... Coladinho no meu corpo.

- Johnny.... Vai devagar meu amor! Sou quase virgem. Rsrsrsr.

- Pois sei! Virgem dos lábios de mel?
Âhâ. Conheço do que falas meu amor.

- Muito, mas muito mesmo? Vem e deitar aqui nos meus braços. Quero sentir você meu querido.
Sonho com você todas as noites de minha vida! Não via a hora de fazer um passeio com você, mas... Só nós dois.

Seus corpos suados se fundem na noite. Lá fora, uma chuva fina e fria cai serenamente. Aqui dentro, o quarto... Era o fogo e a pimenta se misturando entre uma e outra caricia
Vick roça os lábios nos dele, insinuando cada vez mais ao prazer inusitado daqueles dois.

- O que queria mesmo me contar mahatma?

- Nada, acho que me esqueci! O meu mundo agora é outro!
Acho que me perdi nos seus lábios! Neste seu olhar de menina linda que é você. É uma mulher envolvente, um doce veneno que me satisfaz. Sei que minhas mãos e pernas estão tremulas destes seus beijos e abraços, corpo delicado, cheiroso gostoso. Sabe? Alguma vez já beijou alguém e sentiram que já beijou outra com mesmo sabor? Parece-me que já havia te beijado antes e não me lembro quando e onde! A luz de seus olhos ilumina minha alma. Quis fugir de seus encantos, mas é impossível resistir a estes teus beijos.

- Já me beijastes antes.

- Como disse?

O dia vem amanhecendo!
As estrelas se foram deixando o sereno da madrugada invadir a montanha! Era tudo uma maravilha de manha. Agora é possível raciocinar melhor.
Tinham uma missão pela frente.

- Acho melhor...
Sairmos depressa deste antro de defuntos.
Depois de tomar um café, iremos ter com os abutres da montanha.








PARTE III

Amanhecer na serra é assim mesmo!
Sereno, chuva fina e flores multicores.

- Livre! Completamente livre, me sinto encantado com o ar da serra!

Márcia disse-me que é o despertar da consciência, que trás algo assim meio mágico.
Houve momento em que Johnny ficava observando Márcia se deliciando com as gotas da chuva que descia as encostas da serra. Vick fica da porta observando tudo.

- Não é difícil imaginar um mundo assim! Tão lindo singelo e gratificante, uma obra de Deus!

Disse Vick á Johnny, e depois saiu de perto da porta, que dava de frente com a paisagem inconfundível do dia.

- Os meus olhos estão com saudades deste andar de menina travessa! Deste clima desta terra. A natureza é Deus nos amando.

Não tarda, e a chuva toma outro rumo, enquanto Johnny e seus amigos se preparam para subir a montanha do vale pela direita da encosta, aonde o mato é menos intenso!
Quero lembrar de que é preciso ter muita energia para desbravar a fúria destes coiotes que se encontram nas margens dos rios, infiltrados em cavernas e casas de palafitas.
O povo indígena é um camarada até certo ponto. De amistosos tem quase nada!
Mas quem cruzar seus caminhos é bem provável ter vida curta. Quando eles já se encontravam bem distante da reserva, Vick olha A trás e vê uma imensa cortina de fumaça que vinha da base militar, Johnny pega um binóculo e avista o estrago que a fumaça estava fazendo no acampamento militar. O militar que estava indo com eles, escapou por pouco de ser queimado vivo.

- O que pode ser Johnny?

- São os tamoios! Eles estão nos seguindo.
Vick! Eles fazem assim,quando invade uma propriedade e tudo o que eles encontram destroem ,são como uma horda selvagem algo os assustaram pra saírem em pé de guerra!
É melhor nos apresarmos! Podem estar atrás de nós em poucas horas, e se caso estiverem nos perseguindo, devemos andar mais depressa, e chegarmos ao vale da manhã sem parar pra nada.
Vamos então?

- Claro!
Responderam sem demora.

Depois de andarem por longas horas, eles param numa clareira para um repouso.

- Johnny aqui é um bom lugar! No meio da selva perto dos coiotes.

- O que disse?

Ela soletra;

C.O.I.O.T.E.S


- A montanha esta cheia deles!

Bateu um arrepio na alma de Vick... Aquele nome era de meter medo em qualquer um.
O assunto era do momento os olhares estampados em seus rostos demonstravam tudo. Ainda balbucia no silencio na selva os destemidos coiotes vivem por estas bandas faz muitos séculos. O que os atormenta é a invasão dos Garimpeiros e os traficantes que estão por trás de tudo isto. Degradam solo extraindo os diamantes azuis. Portanto, os coiotes estão se preparando pra uma inevitável guerra. Um povo que habita em cavernas, com hábitos medievais. Existem alguns deles que são canibais.

- Esta triste as coisas por aqui!
Não estou gostando nada deste silencio! Algo não me cheira bem!

Disse Márcia.

Quando ela ia abrir a boca mais uma vez.

- Cuidado Johnny! Índios.

Ele se vira e agarra o primeiro que parte pra cima dele, aplica-lhe um soco na nuca e este vai cair de cara no chão. Aparecem mais outros quatros armados até os dentes com pedaços de pau invadindo o local onde estavam o militar e Márcia. Este atira na cabeça de um deles, e passa-lhe uma rasteira derrubando no meio das arvores. Depois parte pra cima dele e atira no coração, o que o deixa fora de circulação. O outro... Vick atira uma faca no meio do peito dele, o qual foi de espanto pra todos, ele cai pelo penhasco a fora.
O outro foge pelo mato.

-Como fez aquilo?
Perguntou Márcia.

- Ora bruxinha! Apenas mirei e atirei no rumo dele, a faca só fez o resto, atolou até o cabo..

- John é melhor escondermos os corpos destes infelizes!
Vejam! São homens disfarçados de índios.

Disse o sargento falcão.

- É verdade mesmo! Eu imaginava isto desde cedo!
Pode ser que os tiros tenham atraídos mais destes coiotes!
São os coiotes da Márcia.
Há há há

Estes que são os...

- Seus coiotes Márcia?

- Sim! São os homens maus. Eles pintam assim, desta maneira quando estão querendo roubar turistas como vocês e. Depois a culpa cai em cima dos índios. Acho que estão com ódio de nós! Vamos embora! Já perdemos muito tempo por aqui. Estes ladrões são implacáveis quando querem roubar.


- Diz a “lenda” que um espírito anda pela selva protegendo os índios. Não perdoam ninguém, que os importunarem.

- No fundo Johnny, sabia que era uma missão difícil, tinha hora pra começar e pra terminar somente depois que gerar paz, e isto era de se desbravar muita mata e destruir homens maus.

- Até que enfim, eles chegaram ao escritório de Alan, o homem da mineradora.
Eles são recebidos com certa indiferença, pois o que queriam eles no centro da selva?
Era uma região de extração de diamantes clandestina.

- Alan se aproxima e os convida a entrarem.

Johnny fica observando os arredores enquanto, Vick e o militar disfarçado se infiltram no meio dos garimpeiros que estavam descansando por perto da cabana. Eram muitos, não dava pra contar e um pouco mais a distancia, alguns homens armados faziam a guarda. Era melhor entrarem pra saber o que Johnny e Alan estão discutindo.

- Estava esperando por você! Mas não sabia que estava acompanhado!

Disse Alan.

- Sabia que sai do Rio? Como o sabia?

- Calma sombra da noite!

- O que?

- Sombra da noite, não é assim que os índios tamoios o chamam?
Sei que ganhou este nome por defender estas tribos no passado.

- Se me conheces, sabes bem o que vim fazer aqui.
Porque esta atormentando assim os coiotes?
Muitos estão vindo pra este lugar e acredito, não terás paz enquanto não os destruírem.

- Que venham! Temos munição de sobra, e reserva de comida pra muitos dias.

- Como? Não os teme? Acho imprudente ficar aqui.

- Como disse nada me fará sair deste lugar, mesmo que...
Quando estava por terminar de falar.

- Patrão venha ver!
Sua filha...

- O que aconteceu a ela?

- Este guarda que fazia sua segurança chegou aqui dizendo coisas por coisas e nada disse.
Mas voltou sem Caroline.

- O que foi seus incompetentes? Deixaram minha filha nas mãos dos coiotes?
Quais deles? Os...

- O individuo resolve falar.
Desta vez meu senhor, são mesmo coiotes.

- Estávamos acampados perto da montanha conforme o senhor nos ordenou, mas caímos numa armadilha e fomos feitos reféns deles! Eles me deixaram partir pra te contar isto:
Saiam de nossas terras homens brancos ou todos morrem. Era esta a mensagem que tenho pra o senhor.

Johnny e os outros observam tudo de perto será que eles sabiam dos homens disfarçados?
Márcia, não tirava os olhos das pedrinhas que eles embalavam em sacos e mais sacos, depois os escondiam em um carro em cima de trilhos. Contrabando. Pensou ela. E agora, Carolynne a filha de Alan esta nas mãos dos índios, como deixa-la a mercê da horda selvagem? Muitos pensamentos passavam pela cabeça de Alan. Mas é impossível arranca-la das mãos dos selvagens a não ser... Johnny. Que mesmo conhecendo seus hábitos era tarefa desmedida pra arriscar seus amigos. Mas John faz um trato com Alan, se acaso trouxesse Carolynne, eles deixariam as terras dos coiotes. E este afirma que sim.

- Muito bem quero minha filha sem um arranhão! Não quero ver minha filha modelo internacional morrer nas mãos destes porcos indígenas.
Prometi a sua mãe que cuidaria dela.

Disse Alan.

Na verdade, Carolynne Mozelly vinte e um anos de pura paixão, é conhecida não mundo.
Como garota de Copacabana, e da moda como uma modelo de fino porte, tão bela que ofusca os olhos da gente! Cabelos lisos, abaixo dos ombros, boca rosada, os olhos de águia, pele morena clara, muito sedutora. Sei do que falo, se a vi por muitas vezes e pessoalmente fui apresentado por sua mãe Eliet Mozelly. Meu coração de poeta, digo meu coração de poeta, ama esta menina! Não me queira o caro leitor imaginar outro flerte, ou mesmo tenha lhe passado uma paixão, liga não! Nós apaixonamos por tudo o que descrevemos. Carolynne, após ter saído de férias do Rio. Fez um curso de teatro, na cidade mineira de Belo Horizonte. Fez participação num dos clubes mais cobiçados e agitados na função de uma das bailarinas do galo vingador. Veio espairecer um pouco numa das fazendas de seu pai, fazer este roteiro rumo a “selva” direto atrás do pai, mesmo não aprovando sua maneira de querer ficar rico da noite para a madrugada. Carolynne estava disposta a desviar seu pai deste ato impensado, pois o mesmo estava sob as ordens de outros mandantes que não se sabe ao certo quem esta por trás disto tudo, talvez seja mais crimes políticos.
Uma lavagem de grana, assim como lavam os diamantes.

- Bem, é melhor nos mostrar o lugar aonde pode ter sido possível feito refém de Carolynne. Temos de resgatar esta menina antes que o mal aconteça.

Disse Johnny ao peão que estava com ela horas passadas.

- Pois que bem! Venha comigo.

- Como aconteceu isto?

Perguntou Johnny.

- Sabem estávamos sentados bem aqui quando ouvimos um estrondo debaixo de nossos pés, daí depois a terra veio abaixo! Desmoronou tudo, caímos lá embaixo, e quando acordei, a menina moça havia sumido. Quando percebi uns passos mais adiante, foi quando a Carolynne estava sendo arrastada pelos cabelos por uns índios esquisitos em marcha de guerra olhe me pareciam furiosos. Ela olhava pra mim tentando uma buscar ajuda.

- Mas, e os outros que estavam com vocês?

Todos mortos, tudo foi tão rápido que eles nem me viram no meio da terra.

- Vamos seguí-los. Mas é melhor que sejam poucas pessoas. Vick é melhor que fique, pode ser perigoso por trás desta montanha. E você Márcia, como já conhece melhor estas trilhas, venha comigo, quanto ao sargento, sua estratégia de combate, pode ser útil.


- Eu não quero ficar aqui com estes trogloditas.
Vou com vocês! Eles não me metem medo, mas é melhor não arriscar minha pele morena.

- Talvez seja melhor você perto de mim! Alias não confio nestes garimpeiros.
Vamos partir.

Era visível a preocupação que tinham com os amigos. John era prestativo, era preciso abordar os índios na sua morada antes que seja tarde.
Não tarda e eles encontram os rastos de pegadas deixadas pelos coiotes.






PARTE IV

A chuva que caiu anteriormente deixou muitos rastos e barreiras caídas pela estrada, e isto dificultava o trabalho, até que chegam a uma gruta onde as pegadas seguiam. Estavam armadas com rifles facas e umas dinamites, pra um caso eventual ter de explodir paredes ou coisa parecida. Na verdade, não tinham expectativas de reencontrá-la sem lutar. Encontraram uma caça desfigurada dentro da gruta, e logo depois outra, eles haviam passado por aquelas bandas poucos minutos.

- Como será do outro lado Márcia?
Esta me parecendo uma aventura e tanto!

- Acho que tem um punhado de índios fedidos loucos pra comer esta sua...

- Sua língua não é isto que ia dizer bruxinha duma figa?

- Fique na sua ruiva oxigenada! Olhe que te lanço um...
Cuide de ficar calada senão estes fedidos que você disse, pode escutar pelas paredes desta caverna.
Espere...
John tem algo me cheirando mal por aqui!
Esta muita quieta e isto aqui.

Um vulto a distancia é vistam por Márcia, eles deitam no chão da caverna, ficam imóveis esperando uma reação de seu seguidor. O que não aparece. O sargento resolve por conta própria ir averiguar, e sorrateiramente segue alguns passos e vê algo se movendo nas paredes da caverna. Sem perceber ter visto os seguidores, volta-se e conta para Johnny.

- É melhor sairmos o mais rápido daqui! Tem uns cinco homens nos seguido, e cada vez que olhamos para trás eles se escondem nas frescas das paredes.

Nisto debandam uma correria deixando seus oponentes sem saber o que fazer. Entram noutra caverna e depois, encontram uma saída daquele inferno. A idéia era de que encontrasse uma pista de Carolynne


NAS CURVAS DO RIO ACAIÁ


Eles encontram um riacho de águas cristalinas ao encontrar uma fenda na montanha. Ficam de olhos vidrados com tamanha beleza da natureza.
Deus as fez tão belas! Singelas e... Cabe a nós protege-la.

- Esta quem vai dar nome sou eu! Rio Acaiá! Pronto, já dei.
“Nas curvas do rio acaiá, deixei meu coração”.

- Espere ai Vick! Encontra uma terra aqui e outra ali e já vai dando seu nome?
Esta caverna já tem nome e sobre nome!
É a gruta da deusa cobra.

- Meu Deus!
Serpentes? Cobras?
Sim!
Porque tem medo de cobrinhas?

- Claro! Tenho pavor de ser enrolado numa delas.
Outro dia li numa matéria em um jornal, que a pessoa morre lento com veneno delas e que dói não é a picada, mas a quantidade de veneno que é expelido dentro de suas veias. A morte vem em questão de segundo.

- Não tenha medo Vick!
Eu te protejo.
Aqui nesta rocha tem um segredo é só descobri-lo e... Existe um meio de abri-la, mas esqueci da ultima vez em que estive aqui era ainda uma adolescente.
Mas acho que...
Pronto! Vejam a saída é esta aqui nestas linhas pontilhadas,


Ela aciona uma alavanca e abre-se um céu azul que mais parecia um jardim do éden. E em seguida aciona outra pra fechar atrás deles, no qual aparecem das fendas águas cristalinas inundando a caverna anterior deixando quem estivesse seguindo eles sem nenhuma condição de continuar sua tarefa.

- Bem aqui estamos!
E vejo que estamos mesmo de sorte! Tem umas pegadas que continua na trilha que se vai rumo norte.
Acho melhor pararmos, e depois continuar esta missão.

Disse Johnny.


- O mais curioso que impressiona é este mundo aqui!
Sinto-me livre pra gritar chorar, fazer tudo que um homem não faz na cidade grande.

Disse o militar.

É bem provável que exista mesmo paz neste mundo quando se encontra um lugar assim! É os homens ainda querem destruir roubando os diamantes e outros minérios existentes por aqui. Até parece que não existem ambientalistas neste nosso Brasil, ou são corruptos! Só se preocupam em suas contas bancarias No exterior.
Enquanto isto... Morrem milhares de pessoas com fome e sede, morando em habitações precárias.

- Vamos, afugenta-los pra longe! A natureza deve prevalecer aqui e não os homens.

Pouco mais a distancia eles encontram carcaças de um avião DC-3 de alguma guerra, no passado ainda em quase total conservação.
Talvez esteja caído quando sobrevoava o terreno em baixa altitude.

Eles resolvem sair daquele lugar em busca de Carolynne, a filha querida de Alan, tudo isto em troca do assoreamento da terra.
Mas era questão de honra pra John e seus amigos salvarem aquela que nada tinha a ver com tudo aquilo que o pai estava fazendo.












Parte V1



- Deixe estar!

Disse Márcia,

- Daqui pra frente... Sei do caminho!

- Ah sabe!

- Sei mesmo!

- Só estou dizendo que sabe mesmo!

Disse Johnny.

- Sabes tanto que estamos...
Perdidos.

- O que?

Resmungou Vick.

- Quero sair daqui!

Ela sai em disparada sem rumo e Johnny vai atrás.


- Vick...
Volte aqui menina!

Sem responder ela infiltra do outro lado da ponte que os dividia.
Depois de muito procurar...

- Vick...
Porque que faz assim comigo?Você Não vê que estou tentando protege-la?
Aqui a selva é destemida, somente os fortes sobrevivem! Entre nós se torna um caso serio pra deixar que você saia assim! Tenha certeza do meu amor por você! Não vai fugir de mim agora! Depois daquela noite minha esperança ficou a flor da pele, sabe que você é minha de muitos tempos! Estas por acaso com ciúmes de Márcia?
Sabes bem o que sinto por você.

- É mesmo Johnny?

- Quero que fique bem perto de mim e...

- Mas o que é isto?
Afaste-se menina!
Isto aqui esta ficando perigoso!

Uma cobra arma o bote pra cima deles.

- Johnny? Johnnyyyyy!!!
Cuidado! Ela esta...

A cobra enrosca em John e ele fica sem fôlego.
Johnny esta todo enroscado e com muito esforço saca duma faca e desfere alguns golpes na fera que também esta enrolada em Vick.
Até que o sargento chega para ajudar a matar a cobra.

- Ela esta tentando nos arrastar pra dentro do buraco! Cuidado Johnny!
Socorro!

Ouve-se um tiro e a cobra
Solta John e Victoria.

- Demorou muito dar cabo dela sargento! Quase me esmagava com seu abraço!
Há... Que coisa gosmenta!

Disse Vick.

- Vamos tentar outra maneira mais fácil de encarar estes bichinhos que encontrarmos pela frente! Não é aconselhável destruir a natureza.

- Mas... Esta natureza queria nos matar.

Disse Vick.

- Tudo bem! Mas não exagere apenas uma cobra inofensiva.

- Há?
Sei bem disto! Herói duma figa.
Inofensiva aqui sou eu.

- Não leve a serio Márcia! Estamos no meio da mata perdidos, e a comida esta acabando, a não ser que encontremos a Carolynne hoje, teremos que matar uns animais pra comermos.

- Johnny...
Eu sou vegetariana! E sabes bem disto! Não como estas carnes de bichos do mato.
Se sairmos daqui... Nunca mais quero fazer uma matéria sobre diamantes e índios! Isto aqui é demais pra minha juventude!

Disse Vick.

- Tem que ter nervos de aço pra agüentar o tranco aqui.


Ilha Grande ano 1960

PARTE VII


Vick esta sentada perto de Márcia, sendo observadas pelo sargento Falcão.

- É... Somente Deus é luz! Somente Deus é capaz de proporcionar uma beleza assim!

- Você... Acredita em Deus
Márcia?

- Sim! Tupã muito poderoso, trás chuva, reveste a selva quando homens brancos a destroem.
Amo de paixão Tupã. Trás sol pra aquecer a natureza. Veja o quanto é belo este por de sol!


- Como pode sentir tudo este ar, este sol escaldante sendo uma bruxinha Márcia?


- Entendo... Vick, Mas sou bruxa por convicção minha.
Posso ir e vir aonde bem entender e com quem...

- Nossa!
Não seja indelicado amor!

- Não seria uma bruxa se fosse imposta pelos meus pais e pela sociedade do halloween.
Pra mim, tem de ser tudo natural, senão, seria apenas utopia de minha parte, viver tudo isto.

- Amo este por do sol!


- Tão belo quanto seus olhos!

Disse Johnny.

- Obrigada... Mahatma!
É bom ouvir isto de você! Sinto-me mais mulher quando se refere á minha aparência.
Intocável. Rsrsr rsrsr.

- Achamos melhor nós...

Nem terminou a frase e...

- Caramba! O que é aquilo vindo lá embaixo, Na beira do rio?




Vários deles, lá embaixo! Vejam a beira da praia.

Disse o sargento.

- E estamos no caminho deles. Eu disse pra não acamparmos na beira deste rio!
Agora olha só! Podemos ser visto a qualquer momento.
Vamos sair daqui. Apaguem a fogueira.

- Mas... Mahatma!
Pra onde iremos a estas horas?

- Calma, descobri uma trilha cheia de outros rastros, vamos por ela, assim eles não nos encontrarão.

- Márcia... Não esta na hora de fazer umas...

- Espere ai!
Nada de bruxarias perto de mim!

- Tudo bem sua Patrícia mimada! Mas fique longe de mim!

- É melhor mesmo!

- Márcia some no meio deles e reaparece na frente dos índios que já estavam perto deles.

- Um...
Fantasma!


Nisto eles lançam varias flechas sentido a Márcia, e estas vão diretas ao coração do corpo incandescente de Márcia.
Ela começa a falar um dialeto estranho, e com uma varinha solta uns raios pra cima dos índios que saem em disparada.
Maldizendo o dia em que nasceram.

- Pode vir agora pessoal! Os índios se foram.
O que você fez? Onde estão os sapos? As baratas? Os grilos falantes?

- O que?

Perguntou Márcia.
Ora sua metida a jornalista! Sou uma bruxa do bem! Não fico saindo por ai transformando pessoas em bichos.

- Pensei que... Mas e este ratinho aqui?

- Ratinho?
Onde?

- Só estava pensando se...

- Pensando morreu um burro!
Velho ditado.


- Sabe Johnny! Percebi uma coisa naqueles índios.

- O que? Por exemplo.

- Não eram índios.

- Não eram índios?

- O que vimos na trilha... São na verdade homens brancos disfarçados de tamoios.

- Tem certeza do que esta dizendo?
Porque motivo eles estão assim?

Perguntou o sargento.

- Vimos quando eles caminhavam pela trilha e...
Como disse a vocês! São homens brancos. Eles estão querendo colocar a culpa nos índios.

- Se for verdade isto... Quem poderá estar por trás desta sujeira?
Tenho minhas suspeitas de que pode ser um fazendeiro!

- Alan?

- Tudo leva a crer nisto!

Disse Vick.

- Depois que encontrarmos esta guria, a chave disto desmoronará.
Acho melhor ir atrás dos nossos supostos índios.
As suas pegadas são visíveis! Até cego vê isto!

- Peguem as armas! Antes do entardecer pegamos estes caras.

Disse o sargento.






RASTROS DE MORTE

Johnny e seus amigos seguem a trilha. E em poucos minutos, depois de atravessarem umas samambaias que estavam pela estrada, Johnny vê uma fumaça vindo do meio das pedras aproximadamente uns trinta metros dali.

- Cuidado! Eles não podem nos ver!

Disse o sargento falcão.

Ficam abismados com o que vêem.

- Caroline...
Seu pai nos mandou...

- Johnny chama bem baixinho o nome dela.

- Oi... Carol?
Sou eu Johnny.

- Johnny... Ajude-me meu amigo!
Estes homens disfarçados de índios estão querendo os diamantes que meu pai esta roubando da montanha sagrada. Por isto é que fui seqüestrada! É uma dor que invade meu coração, sabes bem que não quero ver meu pai metido neste trafico de diamantes.

- Espere um pouco só e já lhe tiro destas cordas.
Pronto! Venha devagarzinho, sem barulho algum.

- Johnny, Carolynne, Márcia saem de perto dos homens e logo estão com o sargento e Vick.

- Foi muito fácil!
Há... Há... Há

- Fácil até demais!

Nisto aparece vários homens e índios armados até os dentes.
E os rendem.

- E o que vocês pensaram!
Peguem todos eles e os amordacem-nos.

- É o que vocês pensam seus índios de meia tigela!

Márcia faz uns feitiços, uma nuvem de fumaça surge no meio deles.

- Zenda zomba, zimbra dim!
Transforme estes homens em ratos pra mim.

Nisto quatro dos homens começam um a um serem transformados em camundongos.
Os outro resistem e são mortos a tiros por Johnny e o sargento.

- Tudo em paz! Agora.

- Espere...
Zimbra, zombara transforme este...

- Não! Perdão minha senhora! Perdão, não me transforme em rato!
Por favor.


- Há há há hi hi hi

Márcia ri das desgraças do infeliz.

- Some daqui seu fedorento antes que me arrependo de te deixar fugir.


Um pouco mais a distancia se vê Vick, arrastando uma sacola que encontrara e escondeu-a dentro de uma mochila que encontrou pelo caminho.

- É melhor sairmos daqui! Pode haver outros destes ratos daqui.

Márcia solta uma risada.

- Há há há hi hi hi

- O que é isto Márcia? Francamente sua bruxa de parque de diversão.
Acha lindo morrer de rir e fazer dos outros ratos gatos e sapatos?

- Estão todos mortos?
Quantos são?

Perguntou Vick.

- Dirias que se contarmos os ratos, ao todo são sete.
Deve ser que tenha alguns fugiram das balas de nossas armas.

- Por ser!

Disse Johnny.

- Mas o importante é que Carolynne esteja bem!

Obrigada meus amigos! Não sei como agradecer!
Acho que vocês acabaram com eles, terminou tudo!
Estou morrendo de fome... Alguém ai tem um sanduíche?

- Sanduba aqui?

- Ironizou Márcia!

- Ora Carol!
Onde pensa que esta?

-Esta pensando que a mamãe te mandou um sanduíche?

- Brincadeirinha!
Estou mesmo de regime! Tenho que malhar muito pra manter este...

- Regime?
Se ficasse mais uns dias aqui.... Com este corpo, seria comida de cobras e onças.

- Cobras? Aqui tem estas coisas?

- Claro Top model.
Aqui é o berço delas.

- Ontem uma enroscou no Johnny e Vick.
Não fosse o sargento seriam comidos vivo.

- Não exagere Márcia!
É claro que existem, e isto é verdade! Vamos entregar esta nossa prenda ao seu pai.

- E os diamantes?
Onde estão estes danadinhos que não vi um até agora?

Disse Vick.

- No lugar de onde nem deveriam sair. No centro da terra, foram soterrados por mim ao sairmos daquela caverna lá atrás.

- Não! Você não fez isto seu...
Seu doido.

- Fiz para o nosso bem! O pai de Carolynne só nos pediu pra levar sua filha, e não os diamantes.

- Que pena! Por um momento pensei que estava rica!

Disse Vick.

- Vamos?

- Quer que eu leve sua mochila Vick?

- Imagine que vou te deixar fazer este favor pra mim!
Sargentão bonitão!
Eu mesma carrego minhas coisinhas!

- Esta bem!

Nisto eles começam a caminhada pela mata, até encontrarem uma cratera perto dali.
Param pra uma descansada.

- Johnny?

- O que foi Carol?

- Estive pensando...

- O que?
Sua mãe deve estar aflita com tudo isto!

- Que nada! Ela não sai daquele escritório pra nada! Acho que vai ficar uns cinqüenta anos naquela empresa.

- O que ela faz mesmo?

Perguntou o sargento.

- Ela é
Secretaria do gerente, dos vendedores de peças, do diretor eu acho que também é secretaria dos vendedores de veículos. É secretaria de todos na empresa. Pau pra toda obra. Acho que ela esta ficando estressada com este serviço!
Agora convenhamos, a Carol... Veio pra mudar isto tudo que esta acontecendo na vida de sua mãe! É preciso acreditar em si, correr atrás dos sonhos, eles existem e se existem as possibilidades são muitas de se tornar internacionalmente uma top model, ganhar a vida neste oficio.

- Vick se assusta com
Tudo isto.

- Coitada, deve penar nas mãos de tanta gente. E seu pai?
Nem uma pedrinhas desta que ele envia aos supostos deputados ele não coloca em casa?Não faz nada pra ajudar?

- Meu pai?
Ele depois que veio pra este fim de mundo... Só pensa em diamantes azuis.
Fazer o que?


- Deixa pra lá meninas! Vamos embora.

- Acredito que terminamos nossa tarefa por aqui.

- Vou á frente como batedor deste grupo, sigam-me.


Dizendo isto, o sargento rompe a caatinga com seu facão abrindo passagem para os seus amigos que estavam vindo atrás dele.

- Grande batedor!
Há há há


- Esta Márcia não toma jeito mesmo!
Esta sempre rindo das desgraças dos outros.

Disse Vick.

Um pouco mais quando estava indo tudo tão bem...
Uma flecha passa raspando as orelhas do sargento vindo do meio da folhagem
Ele sai correndo feito uma gazela.

- Johnny!...

- Os selvagens! Eles estão aqui.

- Enfrentemos os inimigos?

- Como enfrentar? Se não estamos vendo nada por aqui.
Disse Carol.


O silencio rompe dentro noite que se aproxima trazendo frio e vento forte.
Por um momento não se ouve nem um piado de pássaro, somente o cair duma cachoeira logo á frente.

- Seria um aviso?
Ou algo parecido? Onde estão os índios que o sargento viu?

Nisto começa uma chuvarada de flechas vindo de todos os lados, e uma delas cravou no lado direito do peito do sargento falcão.
E este caiu por terra gritando por socorro.
Márcia impede que algo de pior aconteça.
Lança um feitiço sobre os índios e suas armas arcos e flechas se transformam em cobras nas mãos deles.
Eles saem correndo feito loucos.
Todos soltam risadas com Márcia.

- Agora sim!
Minha bruxinha linda!

- Como faz isto?
Quero aprender também.

Pediu Carol.

- Eu te ensinarei, mas tu és mais bruxa que eu!
Sou você... Mahatma amanha.

- Como assim? Ela é uma...

Perguntou Vick.

- Nada! Só estava pensando alto não é Carol?

- Pensando bem!
Há há há há


Deixe de mentiras Márcia.

- Bruxas já nascem bruxas.
Minha mãe dizia pra minha irmã mais nova.

- Há... Sei bem disto.
Estranhou Vick


DIAMANTES

Nisto eles entram na caverna indo de volta pra casa.
Depois de verificarem os ferimentos no braço do sargento eles partem.
Sobem uma trilha que dava pelo norte da montanha, sentido ao pico do papagaio.
Quando deparam com uma caverna.

- Johnny!
Veja isto aqui!

- Diamantes!
Os lendários diamantes cor azul.

- Vamos levar uns destes aqui?

Perguntou Carol.

- Não menina! Isto pertence á natureza.
Deixemos como esta.

- Estamos ricos!

Pensou Vick.
Suas mãos arteiras deslizavam pelas paredes da caverna.
O sargento depois daquela flechada perdeu muito sangue e esta fraquinho.
Sua ferida esta sangrando ainda.

- Você acha que ele vai...

- Morrer?

- Sim!

- Talvez.

Disse Márcia.

-Acho que se forem as
Flechas que conheço...
Ele não durará muito tempo.
A febre aumenta!
Ele não resistirá.


Enquanto isto do outro lado da ilha.

Os denominados tamoios encontram um grupo de garimpeiros escavando uma caverna com varias maquinas. Eram muitos deles, sendo comandados por Alan, pai de Carol.
Aos poucos eles vão se aproximando
Nisto um dos peões falava baixinho com outro parceiro.

- Este lugar me assusta!
Se olhar aos arredores verá que não temos chance alguma se acaso formos pegos aqui...
Seremos mortos.

- Deixe disto!
Quem irá nos atacar com tantas armas que temos aqui?
Faremos picadinhos deles!
Que venham estes índios fedorentos duma figa!

- O silencio novamente toma conta da noite.
Eles aproveitam pra fazerem varias fogueiras ao redor do acampamento.

- Aos poucos os índios vão eliminando seus oponentes.
Não fosse a chegada inesperada da equip de mister John.

Que surge atirando pra tudo quanto é lugar.
Vick e Carol se armam com duas pistolas a que encontram pelo caminho.
Márcia e o sargento estão armados de arcos e facas e rifles.
Johnny atira nos supostos índios.

Até que se retiram deixando seus mortos pra trás.

- Insh’allah!
Graças a Deus!

- Vocês nos salvaram.

Disse um senhor de meia idade.

- Onde estão os outros?
Disse olhando pra ver se encontra o pai de Carol no meio deles.
E por surpresa, encontram vários homens caídos pela relva fantasiados de tamoios.

- Veja mahatma!
É verdade que eles não são mesmo índios!
Vestidos assim...
É possível nos enganar!

- Eram contrabandistas de diamantes!
Vejam os maquinários! Tudo acabou.

Disse Johnny.

- Vamos acampar por aqui.
Ao cair da manha iremos averiguar o que resta desta historia.

- Eles estão cansados e por ali mesmo ficam.
Restaram uns vinte e dois homens que se renderam ao sargento.

- Johnny!
Como vamos sair daqui?
Estamos cercados por toda parte e não vejo saída pra nossa missão.

- Tudo isto é uma metáfora! Os que restaram nada nos farão.

Disse Vick.

- Meta o que?

Perguntou Márcia.

Metáfora Márcia.

- Uma misteriosa tarefa! Mística, sem entendimento isto aqui.
Tem algo de inusitado, algo de ruim no ar desta clareira... Cheira mal.

- Mas onde estamos?
Alguém pode fazer o favor me dizer?

- Sabe Vick! Acredito estarmos na....

- Acredita?
Ò my good!
Nick of time.

- Don’t Cray for me Mister Johnny!

- Não será desta vez que vou morrer neste fim de mundo.
Estamos no covil de bruxas! E não boas como a Márcia.

- Vick! Pare de ficar dizendo estas coisas!
Enquanto eu Márcia, estiver com vocês... Nada nos farão.

Ordenou Márcia que ficassem juntos.

- Vou nada! A pressão emocional disparou dentro de mim.
Vou ficar acordada com estes meus pressentimentos estranhos.

- Estamos no meio da noite e logo mais vai amanhecer e temos que buscar meios pra sairmos daqui com vida.
Isto esta ficando quente.
Não vejo a hora de deitar numa caminha de minha casa lá no Rio de Janeiro.
Tomar um vinho nos bares das ruas até altas madrugadas sem o tumulto daqui.
A vida é longa e vale a pena beber com sabedoria, para se ter prazer sem o excesso das aventuras deste maldito lugar. Cheio de índios.

Enquanto a noite cai, os tambores tocam ao redor da fogueira que Johnny fez pra se aquecerem. Eles esperavam que estivessem numa armadilha, mas nada disto estava acontecendo! Mente cansada vê o que não se vê.

- Johnny!
Vem dançar comigo?

Convidou Márcia.

- Dançar? Eu? Oras menina, faz tempo que não danço!
Até que não seria mal, não fossem meus atormentados pensamentos por ti.
Ficarei observando você de longe.

Os tambores rugem por Márcia.



A noite se faz presente.
Márcia esta...
Ela esta dançando ao som dos tambores no meio dos mineradores!
Vestida com uma roupa transparente na cor preta.
Estilo axé. Uma dança frenética, ensaiada com as mãos do vento.
Ei-la menina minha! Seus olhos brilhantes os cabelos
Rebeldes esvoaçando ao balancear do corpo malhado.
Johnny fica admirando as curvas de Márcia! A boca sedutora.
Transgride até a mais alta esfinge das pirâmides do Egito!
Todos observam Márcia dançando.
Johnny fica aturdido sonhando com ela
O bailar dos amantes.

- É apaixonante! Não consigo me conter
My Good! Is my life!
Márcia… É um beijo bem dado! Um corpo suado.
Depois de você... Sou eu quem mais te ama.

Imaginava o que seria dos homens de boa fé senão fosse á fragilidade das mulheres.
Neste momento, Johnny, Carolynne e Vick estão sentados numa pedra olhando o horizonte relembrando o passado.

Márcia chega pertinho de Johnny e lhe fala aos ouvidos;

- Sabe mister Johnny! ”Escolha tua mulher antes de escolher teu caminho”
É um provérbio árabe que me lembra você! Desde os tempos de adolescentes.
Guardo este provérbio na cabeça e os encantos da magia no coração por você.
Minha vida esta escrita nas linhas do seu coração.

-Você, dança feito cão! Pura sedução.
Sei que dançava fazia tempo! É uma dançarina moderna.

- Eu também danço! Se ela dança...
Claro que eu danço!

Disse Vick com uma pontinha de inveja no olhar.

- É!...
Sei bem disto! Dança da chuva, das flores a bem da verdade é mulher mais sex que conheço! Não fosse minha amiga! Rsrsr.
Linda e charmosa, você ainda costuma fugir e esconder-se nas pedras das cachoeiras?

- Às vezes sim! Vou até lá!
Minhas lembranças me afastam de meu destino que é você.

Os tambores silenciam e Márcia senta ao lado de Johnny.

- O que pensar de mim, Johnny? Ainda me amas?

- O que dirias menina?
Depois que fui pra cidade grande estudar... Deixei tudo no passado!
Os brancos vivem vidas irregulares! Tem muitas mulheres e não cuida de nenhuma delas! Não iguais aos índios tamoios. Lá
O amor é tratado com desdenho.
E nada é importante pra eles a não ser sexo e festa aos sábados.
Ninguém é de ninguém! Entende?
Não é importante amar.
Constituir Família é mais um tabu.

- Mister Johnny...
Eu amo você! E não me importa o que dizem, ou haverão de dizer! Importa estar bem!
Esta é uma vida curta. O momento é de expansão e muita alegria! As energias destras estrelas nos fazem refletir sobre o amor.

- Olhe Márcia! Quem me dera ficar com você! Seria o Maximo que me pode acontecer. Não sei se me conseguiria morar na selva. Amar alguém pode ser uma objeção uma relação mais futuramente.
Meus pais morreram! E eu não sei nem do meu ontem o que dirás o presente seguindo do amanha. Sabe? O que mais quero na vida é sair deste maldito lugar! Só recordações de minha família e está me dilacerando o coração.
Quando chegar a redação, vou pedir umas férias e bem merecidas longe de tumultos religiosos, ou qualquer outro que seja.
Veja a Carolynne! ... Esta menina tem um futuro pela frente, e não sei se sabe!
Dança tanto quanto você! Ela se sente segura espairecendo a mente e o corpo sarado que existe nela. E quando resolve dançar... Hummmm.

- É mesmo! Pretende ficar com ela pra você?

- Ninguém é dono de ninguém nesta vida menina!
Você tem belos olhos, é esbelta tem um corpo de dar inveja em muitas mulheres de sua época. Porque não se lança ao mercado da moda?
Hoje em dia são pouquíssimas mulheres que se preocupam manter a vaidade aflorada.
Por isto... São esquecidas no tempo.

- Quero saber se aceita passar uns dias comigo na minha modesta casa!

Disse Márcia.

- Talvez Márcia! Quem sabe? Tenho que levar a Vick para casa e...

- Olhe tenho certeza de que vai gostar de lá! Pode levar esta sinhá ai!

- Por que achas isto? Ela não iria conosco.

- Você é uma pessoa exótica, e aprecia um bom vinho e mulheres sedutoras.
Rsrsr. Levemos a Vick conosco.
Preciso mesmo de uma assistente de bruxa.
Rsrsr.

- Se ela quiser!
Vick? Vai me acompanhar nesta honra de conhecer a casa de Márcia?
Ficaremos uns tempos e aproveitamos nossas férias aqui, depois relatamos a matéria ao jornal.

- Vou sim, meu mahatma! Irei com você até o fim do mundo!

- Aceitaremos seu convite Márcia.

Assim como um diamante está contido numa pedra bruta, em certas horas na vida, nos propõe superar obstáculos que você acreditava não ultrapassar. Realmente nos estimulam ao amor. Numa época desfavorável em que nos permite até mesmo sonhar.
Não existe mais nenhum risco na selva. Os selvagens se foram, muitos deles morreram.
O pai de Carolynne fugiu levando seus comparsas, e reina na selva a liberdade.
Carolynne volta pra cidade com o sargento e o que restou dos companheiros. Vick fica com Johnny e Márcia. Dez dias se foram desde que eles saíram do Rio de Janeiro a esta missão.

- Eu acho, concordaria se não concordasse não teria dado a você este gosto de estar ao seu lado nesta luta.

Ele termina e sai com Vick e Márcia, enquanto os outros tomam o caminho de volta a cidade. Carolynne se volta, olha para Johnny e sorri. Esta segura com o sargento.

- Vick? Quer que te leve a mochila?

- Não! Eu mesmo levo minhas coisinhas! Rsrsr

- Entendeu alguma coisa Márcia?

- Nadinha sombra da noite.
Rsrsr.
levando o barco Carolynne e os outros de volta ao Rio de Janeiro e de lá, Carolynne irá para Belo Horizonte se encontrar com sua mãe Eliete Mozelle. Antes mesmo do amanhecer.
Deixando para trás toda aquela que poderia ter sido seu afortunado caminho dos diamantes, não fosse Carolynne e seus amigos, os índios fajutos teriam triunfado em seus planos. Seu pai que foi esperto se mandou pra bem distante.


O tempo passa sem pressa! As flores florescem na mais intima terra.



O CASTELO DE MAHATMA
ANTHONNY GUIMARAES RAMOS

TONNYPOETA

Espero que tenham gostado...até a próxima