terça-feira, 11 de maio de 2010

PALAVRA DE REI




PALAVRA DE REI


Anthonny Guimaraes Ramos

Gráfica e Editora Flora Sant Ana
Minas Gerais----Brasil
Ano 2000
Direita reservada Lei-9.160/98
Copyrighttonnypoeta




Parte 1

Bem que hoje me faz tempo, uma festa não é dada o prazer desta corte, desde que a rainha Margot, fez questão se oferecer amando do rei Ricardus. Era uma vez em que estava de convite marcado a então Marquesa de Agilita viria passar uns tempos no palácio do rei Ricardus. Era incentivada a uma festa a fantasia. A festa se dá o luxo de ter a corte inteira vestida de fantasias de multicores, não se limitava somente aos nobres, estendia-se ao reino de Changrilá.
Cujo rei é Ricardus Setmus. Todo rei que se preza mantem às escondidas, romances com suas convidadas. Não seria o rei se isto não acontecesse. Os boatos que em todo reino circulava a má fama do rei de mulherengo. Sempre se soube disto, os reis mantinham esta fama. Acreditava-se que seguia uma linhagem da corte dos seus antepassados. Mesmo o rei Salomão, o rei Davi e outros tinham este defeito. A festa se dava no salão do rei. Era uma semana de festejos, muita comida, caças e esportes. Mas o esperado era sempre o primeiro dia. No dia seguinte é que se dava pra saber realmente a identidade de seus ilustres convidados.


Parte 2

São dez horas do domingo festivo.
O mestre de cerimônias procura o rei a pedido de um servidor da corte.
Ainda as lembranças da noite anterior, trazia no rosto do rei, o cansaço.

- Sua majestade!

- Pois que fale!! O que queres? Não vez que estamos em festa?
Diga o que quer depois me deixe ao descalçar.

- Este homem é dom Alcântara de Figueiredo, da província de Lages do sul. Quer se pronunciar.
Ah!... Antes mesmo de me referir a vossa majestade.
Desculpe-me vossa majestade imperadora, mas este, Ilustre convidado foi traído, e sua honra desmerecida posto a prova, e pede pra lhe fazer justiça morrer.

- Morrer? Ah! Que morra então o infeliz!
A ha de he. hi.
O infeliz então quer dar cabo de sua famigerada vida?
Que se mate!

- Mas majestade antes ele deseja que vossa majestade lhe conceda ultimo desejo.

- achas que sou Merlin, o mágico?
Que fale então o que queres? Esta bem!
Ouçamos a parte traída e depois a traidora!
Que me conte tudo! E nos mínimos detalhes.

(Ele faz um gesto sacana e ri)

- Mas vossa majestade! Olhe a postura!
Nos mínimos detalhes é loucura.
Não lhe pode ser poupado esta parte?

_ Não!
Que me conte em detalhes, e não me esconda nada.
Caso contraria a minha vontade!...
Corte-lhe a cabeça.

- Espere ele vai falar!

O salão do rei Ricardus esta repleto, fazia-se presente muitas senhoras da alta corte.
O rei deve agir cuidadosamente. Declarou-se pronto a acompanhar o caso. E em seguida
Dar-lhe a palavra.

_ Antes vossa majestade faça-me justiça!
Quero que me dê vossa palavra de que vai me ajudar. Ai de mim, sua minha vossa majestade! Erra-se em lhe contar esta dor traída. Devo partir deste mundo, mas antes quero a cabeça daquela infeliz traidora. De bandeja, se assim for preciso.
Fui rasgado no ventre de minha alma. Por aquela vadia fui desgraçado.
Quero sim! A morte dela.
Quero ouvir desta boca infeliz o que ela fez!
Meu senhor, este homem pede pra morrer e lhe pede justiça, só isto!

- E é só? Oh! Deixe-me ver!
deixe-me ver!! onde estávamos mesmo?
Aonde esta a nefasta mulher?
Se é que se pode lhe chamar assim!
Onde estão as testemunhas? Tragam-nas.
Antes, traga-me o marques de Changrilá. Quero que me faça parte deste julgamento.


- Não temos testemunhas vossa majestade! Podermos seguir com as acusações?


- Como não as tem?
Como seguir sem testemunhas?
Alguém deve ter visto tal ato!
E se não temos testemunhas...


- Espere vossa majestade!

Disse a parte traída.

Vossa majestade! Não tenho halibe!
...além de minha palavra!
Se é que lhe vale tanto!

Acaso este reles infiel tenha ofendido a vossa majestade em lhe trazer tamanha
Causa sem ter uma testemunha. Far-me-ei a própria a minha testemunha, ao passo de dar credito a minha honra. E pelo que sei.... Palavra de rei não volta atrás.
Quero que me dê a vossa de que me farás jus. E que me fará justiça.

Disse o rei diante tal situação;

- Sua cabeça seu guia!
Ontem a noite foi boa demais! Acordei sonhando com a festa do meu aniversario!
E você me vem pela manha com estes relatos conjugais?
Não sei se lhe posso dar a palavra sem saber do fato ocorrido!

O rei olhou-o nos olhos com certa frieza e novamente olhou.
Aproximou-se dele com gestos rudes como quem não esta nem ai pelo infeliz e
Proferiu-lhe uma sentença antes mesmo de julgá-la.

- Leve-o daqui!
Quero falar com a mulher dele antes de dar quaisquer resultados à bem ou a favor.
Pode ir.


Parte 3

Passaram-se uns minutos e ei-la aos pés do rei.
O receio ao julgamento errôneo pode lhe causar um impacto diante a sociedade que lhe é
Cuidada. Um rei deve ser o sábio tão mais que todos. Não é como um presidente de quaisquer republica, Ele segue uma ritmada cerimônia compete a ele ser juízo de todos.
E que a vitima deve apresentar sua defesa justa, para que seja justa a sua inocência.
Nisto a parte traidora se apresenta ao rei, vestia uma roupagem de formosura que encantou ao Rei, A principio ele ficou de boca aberta. Era ele um eterno mulherengo, se bem que... As maiorias dos reis os são. Isto vem de tradições e gerações distantes.
“Um rei pode tudo, os outros nada” um rei manda, aos outros cabe obedecer.
Ela não se intimidou perante o rei, ela esperou que lhe proferissem as acusações de que lhe era acometidas.



- Pois que fale a acusada!
Aproxima-te.

Vossa majestade a de proferir-me um veredicto!
Acaso der credito de minhas palavras em publico.
Antes de ser atirada ao xeol, por este infeliz acusador, ei de vê-lo pedir-me perdão...
Por tamanha desavença.



Até que o rei lhe fez a seguinte pergunta.

- Sabeis do que esta sendo julgada?

- Sim meu senhor! Mas é injustiça o que me acusam.

- Mas sabeis que seu esposo se acha traído, e quer justiça! Você acaso o fez assim?
A ponto de eles te castigarem desta forma?

- Olhe meu senhor! Se fores justo, fazei-me justiça! Aponte a verdade.
Se que a única pessoa da qual estive na noite da festa... É o meu marido! E este nada diz, a não ser...
Que eu o trai..

­_ Havia um baile no castelo e vossa majestade queria que todas as pessoas fossem de fantasias.
Combinei com meu marido de irmos vestidos de rei e rainha. Foi então que me vi arrastada por ele para o jardim de vosso palácio, e lá coabitamos.
E agora, ele vem me dizendo que o trai. Pois que se faça a justiça e desvende este mistério, se é que existe.


- Tem mais alguns detalhes a relatar-me?
Algo que tenha esquecido? Como foi mesmo que seu então rei disfarçado fez?

- Olhe, levou-me para o jardim conforme disse antes.
Jurou amar-me, e na verdade nada entendi se ele, pois que faz tempo nada me dizia de amor.
Estava amável, Cortez, romântico, e eu fiz-lhe carinhos de esposa.
Agora me diz que não era ele quem estava comigo no jardim do palácio?
Vou acreditar em quem? Foi no momento em que as luzes se apagaram. Depois foi embora, e este meu marido, vem e me arrasta pra esta corte. Digo vossa majestade! Eu nada fiz.
Se é que fazer amor com o esposo é errado? Este desgraçado, ainda teve o descaramento de
Trocar meu nome! Disse-me que eu era sua marquesa Agi li... não sei das quantas.
Tem cabimento isto?

_Hum!!!
É tudo que tens a dizer-me?

- Sim! Vossa majestade.

- Tragam-me o acusador!

Neste momento, eis que entra no salão do rei, o acusador de sua esposa.
E a ele dão à palavra. Por um instante, a mente do rei vagou distante.




- Sabe vossa majestade! Eu não coabitei com esta mulher alheia!
Quando as luzes do castelo se apagaram, Eu estava aqui dentro sentado a uma mesa. E não no jardim como ela disse que eu estava.

Eis que entra um servo e anuncia.

- Vossa majestade! O rei Setmus.

E o servo do rei se aproxima e lhe entrega uma mensagem.
Ele lê e por um instante, reflete. Olha novamente.
À medida que vai lendo aquela mensagem, fica vermelho na sua intimidade.
Ate que se pronuncia.

- Pode se matar se é este seu desejo! Pois que lhe farei justiça.

- Mas majestade! Não seria conveniente escutar o corpo de jurados?

- Neste caso não!
A justiça tem apenas um peso.
Este não tem deferimentos, alem deste que vos declarei.
Leia por sua vez.

E o rei entrega a carta a um marquês.
Este lê e relê a carta. Enquanto o acusador é levado para fora do palácio pelos guardas.
Observa alguns pontos, e a carta é passada de mãos em mãos, depois de volta ao rei.


- Pobre diabo! É melhor destino que morra!


Parte 4

Clamou-se o marquês;

Os dizeres da carta continham muitas evidencias... Ao rei. Era de se esperar justiça ao injustiçado. É que uma comitiva era esperada para a festa do rei. Mas esta não teve tempo de chegar. Os imprevistos os desviaram do seu destino. A marquesa Agilita, teve sua carruagem sofrida. Acidente na caminhada. E esta, enviou ao rei as desculpas cabíveis. Quanto ao rei? Ele achou que a marquesa esteve no seu jardim à noite. Na verdade era o que ele esperava acontecer. E termina dizendo; No escuro da noite, se atira no vulto que se vê.
Os olhos não vêem se, pois que coração não os tem. Palavra de rei não volta atrás.
Fez-lhe justiça o rei.




Atos do autor;
“O que os olhos não vêem o coração não os sente”.
É provável que se sinta em meios a tantos atropelos na vida.
Morre-se, mata-se e sobrevive-se. E palavra de rei..
Não volta atrás.




FIM
Tonnypoeta



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